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Flyboys | Crítica

Flyboys

26.10.2006, às 00H00.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 13H21

Flyboys
Flyboys
França/EUA, 2006
Ação/Guerra - 139 min

Direção: Tony Bill
Roteiro: Blake T. Evans, Phil Sears

Elenco: James Franco, Jean Reno, Scott Hazell, Mac McDonald, Philip Winchester, Todd Boyce, Michael Jibson, Karen Ford, Ruth Bradley, Abdul Salis, Tim Pigott-Smith, Tyler Labine, Gail Downey, David Ellison

Enquanto preparava Eterno amor (2004), Jean-Pierre Jeunet disse que a Primeira Guerra Mundial era um tema pelo qual tinha um interesse especial. Ele não sabia ao certo como explicar seu fascínio e chegou até a dizer que talvez tenha vivido (ou morrido) nesta época. Segundo o diretor de Amélie Poulain, as pessoas que ficaram naquelas trincheiras sabiam que iam morrer e nada podiam fazer para evitar o inevitável. Outro apaixonado por este período é Tony Bill, produtor do clássico Golpe de mestre (1973), e escolhido para levar para as telonas o roteiro de Flyboys (2006).

Quando a história começa, já é 1916 e boa parte da Europa está destruída. Inventado há pouco mais de uma década, o avião deixa de ser um instrumento de espionagem e ganha o status de arma de guerra pela primeira vez. Quem melhor se aproveita da situação são os alemães, que dominam os ares com máquinas mais potentes e exímios pilotos - quem não se lembra das eternas batalhas entre o Snoopy e o temível Barão Vermelho?

Nestes dias de incerteza, os Estados Unidos ainda não haviam entrado na guerra, mas isso não impedia que jovens atravessassem o Atlântico - alguns deles em busca de aventuras, outros atrás de garotas -, para nunca mais voltar para casa. Na Esquadrilha Lafayette, a expectativa de vida era de três a seis semanas. O grupo pode não ser muito conhecido aqui no Brasil, mas é sinônimo de coragem e pioneirismo na história bélica norte-americana. A partir destes jovens que pilotaram sob o comando dos militares franceses formou-se o embrião da futura força aérea dos Estados Unidos.

Quando sai do chão, Flyboys é capaz de empolgar o público com a emoção de um primeiro vôo, a dificuldade de um treinamento ou a adrenalina de um combate real. Mas quando retorna ao solo pousa sobre uma história rasa e desinteressante. Sobram situações previsíveis, de soldados apaixonados e laços de amizade que só uma guerra consegue promover. O "mais do mesmo" afeta também algumas atuações. Se James Franco está seguro no papel do piloto cowboy Blaine Rwalings, Jean Reno está irreconhecível como o capitão francês que cuida da Esquadrilha Lafayette. Seu papel só não consegue ser mais caricato que o personagem que interpretou no esquecível remake de A pantera cor de rosa (2006).

Se não conseguiu fazer de Flyboys o filme do ano, o diretor Tony Bill pode ao menos ter a certeza de que conseguiu recriar ótimas batalhas de guerra. Mas a sua maior vitória talvez seja mostrar às pessoas uma ética de guerra que não se vê mais hoje em dia - época em que soldados parecem se importar cada vez menos com o que há do outro lado da trincheira. Desta forma, ele deve aumentar a lista de estudiosos sobre a última guerra em que pessoas eram tratados como seres humanos e não como estatísticas.

Nota do Crítico
Regular