Dizem as más línguas que O Vingador (A Man Apart, de F. Gary Gray - 2003) é um filme que só viu a luz do dia porque o ator principal, Vin Diesel (Triplo X), virou um item indispensável em qualquer lista de "Hollywood hot stars". As filmagens tinham terminado dois anos antes e uma série de imbróglios foi empurrando sua estréia, até que caiu a ficha de que aquilo era realmente ruim, mas que não dava pra fazer mais nada e que deveriam aproveitar o momento de fama do "novo Schwarzenegger". Pois bem, o mesmo tipo de comentário venenoso poderia ser usado para Por um fio (Phone Booth, de Joel Schumacher - 2003) e seu astro maior, Colin Farrell.
Por um fio está pronto há algum tempo e, coincidentemente ou não, só foi lançado agora que Farrell é conhecido por suas participações em Minority Report e, principalmente, Demolidor e O Novato. Há uma importante diferença que não pode ser esquecida: ao contrário de Diesel, o irlandês já provou que sabe atuar e consegue "segurar" um filme, mesmo numa história que se passa 90% do tempo focalizada numa cabine telefônica e na qual ele tem um participação praticamente integral.
Stuart "Stu" Shepard (Farrell) é um ambicioso assessor de imprensa que não se importa em mentir para alcançar os seus objetivos, sejam eles profissionais ou pessoais. É assim que ele consegue fazer seus clientes serem vistos em revistas, jornais e canais de TV de alta circulação e é também com "meias-verdades" que ele enrola Pamela McFadden (Katie Holmes) e sua esposa (Radha Mitchell).
Todos os dias, sempre no mesmo horário, Stu vai até a mesma cabine telefônica na esquina da 8ª Avenida com a Rua 53, em Nova York, para falar com a sua "namoradinha". Antes de começar a ligar, tira a aliança do dedo, como se isso o isentasse da traição. Porém, numa metrópole como a Big Apple, você nunca está sozinho e Stu descobre isso quando o telefone toca para ele. Do outro lado da linha, um franco-atirador avisa que o tem na mira e que, além de conhecer toda a sua vida, quer mostrar para ele que o mundo não gira ao seu redor.
O atraso no lançamento do filme foi conseqüência do caso do franco-atirador que atormentou a região de Washington no fim de 2002. Assim como Efeito Colateral e A soma de todos os medos tiveram que esperar a poeira do World Trade Center baixar para entrarem em cartaz (leia mais aqui), Por um fio teve de dar um tempo para o rifle do sniper esfriar (leia mais aqui).
O resultado final é de deixar monges budistas nervosos, pois não se sabe nem quem é o tal atirador, nem o que ele quer. Uma ótima segunda colaboração entre Schumacher e Farrell, que já trabalharam juntos em Tigerland - primeiro filme hollywoodiano do ator. Parece que aquele diretor que fez Batman & Robin ficou na mira do sniper e aprendeu a lição ;-)
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