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Man of Tai Chi | Crítica

Porrada é a única coisa que não doi na estreia de Keanu Reeves na direção

21.10.2014, às 14H58.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H37

Keanu Reeves tem relação próxima com o cinema de ação. Nada mais lógico portanto, que seu primeiro filme como diretor seja ele também um exemplar do gênero. Man of Tai Chi (2013) emprega não apenas a estrutura convencional da ação, mas também mergulha no mundo das artes marciais - outra paixão do ator desde que estrelou a trilogia Matrix e encantou-se com o kung fu em arames.

Reeves, porém, deixa o lado mocinho para viver o Darth Vader da vez. Ele interpreta o vilão, um poderoso promotor de lutas clandestinas, transmitidas online para abastados, em busca do lutador perfeito. Ele deseja alguém que não seja apenas um mestre, mas que tenha potencial como astro, que possa ser desenvolvido e chegue ao "estágio final" de seu UFC ilegal: matar.

man of tai chi

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A oportunidade chega na figura do inocente Tiger (Tiger Chen), um aprendiz de Tai Chi que deseja provar o poder de seu estilo para o mundo. A contragosto de seu mestre, que acredita que ele não está pronto pois deixa sua própria energia controlá-lo, ele entra em competições oficiais - onde acaba chamando a atenção do submundo. E começa assim sua conversão para o "lado negro".

Reeves filma bem as lutas. Saba como valorizar as coreografias empolgantes posicionando bem as câmeras, deixando-as fluir em alguns momentos e picotando a ação em outros. Para tanto, ele trabalhou com coreógrafo de lutas Yuen Woo-ping, conhecido por colaborar em produções chinesas e hollywoodianas como O Tigre e o DragãoKill Bill - e o próprio Matrix com Reeves -, para criar as 18 cenas de luta - que têm um total de 40 minutos.

Mas enquanto a pancadaria corre solta, o cineasta novato demonstra sua incapacidade para todo o resto. Diálogos e cenas absolutamente comuns têm quebras de eixo, problemas de primeiro ano de faculdade. O roteiro é igualmente infeliz, já que apresenta personagens sem qualquer profundidade - ou mesmo valor à trama a não ser a necessidade de emular outros filmes do gênero.

Ao menos Reeves, se dirigindo, demonstrou consistência na atuação: continua canastrão e fazendo caretas diversas - algo que também encontrou em Tiger Chen. E há a questão da sequência de apresentação da luta final, uma demonstração do mais puro mau-gosto cinematográfico (faltou apenas a narração do Bruce Buffer pra ficar mais piegas).

Cinema à parte, Man of Tai Chi é um tremendo pay per view do canal Combate.

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Nota do Crítico
Ruim