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Mergulho Radical | Crítica

Mergulho radical

10.11.2005, às 00H00.
Atualizada em 09.11.2016, ÀS 14H05

Mergulho Radical
Into the Blue
EUA, 2005 - 110 min
Aventura

Direção: John Stockwell
Roteiro:
Matt Johnson

Elenco: Paul Walker, Jessica Alba, Scott Caan, Ashley Scott, Josh Brolin, James Frain, Dwayne Adway, Tyson Beckford, Gill Montie, Ramon Saunders, Chris Taloa

No Brasil, o filme Into the blue (2005) recebeu o título de Mergulho Radical, mas poderia muito bem se chamar "Molhados e Furiosos". O longa é estrelado por Paul Walker, ator da conhecida série de rachas e tunnings Velozes e Furiosos, e tem muita ação, desta vez debaixo d´água. Como um "mocinho" nunca pode terminar a história desacompanhado, a fita tem também uma voluptuosa atriz, que aparece sempre em trajes mínimos. A escolhida foi a "bela da vez" Jessica Alba, que esteve recentemente mostrando seus talentos em Sin City e Quarteto Fantástico.

O cenário que une os dois é uma ilha do Caribe. Jared (Walker) é um mergulhador profissional que divide seu tempo livre entre tentar arrumar seu barco e procurar tesouros perdidos. Sua namorada, Sam (Alba), trabalha num tanque de tubarões de um resort. O dia-a-dia do casal muda quando chegam ao paraíso tropical Bryce (Scott Caan), advogado yuppie de Nova York e amigo de infância de Jared, e sua nova namorada, Amanda (Ashley Scott). Em um mergulho dos quatro pelas ridiculamente limpas águas caribenhas eles acham uma adaga que pode ter pertencido a um navio desaparecido há séculos e cujo tesouro pode valer alguns milhões de dólares.

O argumento não é absurdo, afinal estima-se que mais de 500 galeões espanhóis tenham afundado na região e que a riqueza submersa valha bilhões de dólares. Mas a história de nossos amigos peladões não pára por aqui. Enquanto procuram por mais pistas sobre o tal navio naufragado, eles encontram um avião cheio de cocaína. O grupo se divide, com os forasteiros querendo pegar a cocaína e os dois bonzinhos pensando apenas no navio afundado, que eles podem perder caso a polícia local se envolva. Para piorar, os donos da cocaína estão procurando o aeroplano caído e o mar está cheio de tubarões.

Falar que as cenas marinhas são lindas seria chover nos já molhados mergulhadores. Além dos belos corpos seminus mostrados sem pudor na telona, o diretor John Stockwell (A onda dos sonhos) e o diretor de fotografia submersa Peter Zuccarini souberam utilizar todos os elementos a seu favor. É peixinho colorido pra cá, gruta secreta para lá e haja fôlego para aguentar tanto tempo embaixo d´água. É impressionante também como as bolhas de ar foram bem filmadas e se mostram fotogênicas.

Pena que esta beleza toda não seja suficiente para agradar a um público mais exigente. As quase duas horas de fita, que já seriam bastante em um filme de ação sem história, parecem ainda mais longas porque os roteiristas incluíram na trama reviravoltas nada surpreendentes e que não levam a lugar algum. Em contraponto à única atração real, que são os lentos e profundos mergulhos que mostram os atores indo de um lado para o outro, a narrativa é seca, rápida e rasa.

Não há na história um único personagem que consiga se desenvolver a ponto de criar no espectador um sentimento de amor ou ódio. Isso porque, desde o começo, fica muito claro quem é bom e quem é mau. Quem se dá bem com este contraste são os tubarões que, afinal, estão ali apenas para comer os bandidos e com personagens tão caricatos seu trabalho é bastante facilitado... é só ver quem não apareceu no trailer.

Nota do Crítico
Regular