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Noelle

Primeiro filme natalino do Disney+ revisita a história do Papai Noel, mas não tem força para se tornar um clássico do gênero

23.12.2020, às 10H00.
Atualizada em 23.12.2020, ÀS 12H57

Com a chegada das festas de fim de ano, diversos filmes natalinos invadem os streamings em busca de seu momento de glória. Abrindo as portas para outras produções do gênero em sua plataforma, a aposta do Disney+ neste ano foi Noelle, uma nova versão da clássica história do Papai Noel protagonizada por Anna Kendrick.

Na trama, Noelle é uma das filhas do Papai Noel e passou boa parte da sua vida encorajando seu irmão Nick (Bill Hader), o sucessor direto do Bom Velhinho, a aceitar sua predestinação e assumir o cargo. Porém, sem conseguir se ver como o novo Noel, Nick não vê outra saída a não ser fugir. A jovem, claro, vai atrás dele, embarcando em uma jornada de descobertas, principalmente sobre a sua verdadeira função no Natal.

A forma como a protagonista percebe seus dons é bem simples: por meio de pequenas e divertidas atitudes durante sua aventura em busca do irmão. No entanto, elas muitas vezes não soam naturais. Mesmo assim, essa jornada de autodescoberta de Noelle serve perfeitamente para marcar a mensagem do filme — sempre ajudar ao próximo, não importa como e quem ele seja —, e rende alguns momentos emocionantes, especialmente quando foca na relação de Noelle com uma mãe e sua filha que vivem em um abrigo.

Apesar de garantir algumas risadas em poucas cenas, é inegável que a presença de Hader é uma das melhores coisas do filme, seja com seu desespero e seus trejeitos desajeitados ao assumir o manto do Papai Noel, seja na sua relação com a irmã. O mesmo não se pode dizer da participação da veterana Shirley MacLaine, que aparece apenas como uma elfa rabugenta para acompanhar as aventuras da protagonista sem nenhum desenvolvimento maior; e do comediante Billy Eichner, que serve como um pseudo-vilão, que busca usar a tecnologia para atualizar o sistema de entregas do Pólo Norte.

O roteiro Marc Lawrence, que já nos presenteou com filmes como Letra e Música, é outro ponto a ser discutido. Mesmo com Kendrick, que mais uma vez transborda carisma nas telas e tenta por muitas vezes dar ritmo à história, o desenvolvimento do longa é cansativo e até mesmo repetitivo. Optando por uma conclusão apressada, Noelle termina sem entregar o seu verdadeiro potencial.

Mesmo com todos os problemas, a produçãose esforça para conquistar seu lugar no Pólo Norte, e marcar presença na lista de filmes favoritos de Natal. Infelizmente, ela tem forças apenas para realizar a primeira opção.

Nota do Crítico
Regular