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De todas as franquias de suspense adolescente que existem, Premonição é uma das minhas preferidas. Ela funciona como um álbum de figurinhas em que a surpresa de cada pacotinho é uma morte estapafúrdia diferente. O grande mérito da série é assumir-se como uma bobagem divertida de humor negro e não tentar tornar-se mais inteligente, apenas mais criativa - o que dá a ela um certo status de "Filme B".
Isso é basicamente tudo o que existe para falar do filme, mas como eu tenho um mínimo de parágrafos pra escrever aqui, preciso encher um pouco de lingüiça (no espírito do suspense, também assuma este texto como um artigo dispensável e divertido já que do tema não vai sair nenhuma obra de arte). A história de Premonição 3 (Final destination 3 - quantos "destinos finais" podem existir?) é a mesma - mesmíssima - dos filmes anteriores. O roteirista e o diretor do original, Glen Morgan e James Wong, retornam ao comando da franquia e deixam tudo do jeitinho que estava. No mote da série, um jovem qualquer tem uma premonição de morte e impede que seus amigos sigam no que estava fazendo. Mas a morte não pode ser enganada e todos começam a morrer exatamente na ordem que empacotariam se não tivessem sido interrompidos. Desta vez a sortuda é Wendy Christensen (Mary Elizabeth Winstead), que "vê" ela e seus amigos morrendo num terrível acidente de montanha-russa de parque de diversões, gerado por uma série de coincidências bizarras (eu já tive uma dessas, mas a minha foi ativada por um sujeito com uma marreta dando porradas numa engrenagem de uma roda gigante. Achei melhor não entrar, mas a premonição era furada. O marreteiro era bom e arrumou o brinquedo. Ninguém morreu. Ainda). Ao tirar seus amigos do destino fatal, Wendy e alguns outros, incluindo seu colega de classe Kevin (Ryan Merriman), forçam o destino a agir contra eles. Todos os sobreviventes devem morrer... e cabe aos dois amigos descobrirem pistas que os levem à próxima vítima. Se conseguirem parar o processo, serão salvos. As mortes são tão morbidamente bacanas quanto às dos primeiros filmes e outras produções que têm a encapuçada esquelética e sua foice como tema, como as finadas (ah, a infâmia) Dead like me e A sete palmos. Mas uma é particularmente apetitosa aos fãs: a seqüência em que duas patricinhas estúpidas passam do ponto numa máquina de bronzeamento artificial e transformam-se em torradas. Essa aí vale o filme e parece muito mais bizarra que a cena da montanha-russa descarrilada, que é um tanto inferior às cenas iniciais de Premonição 1 (o avião - memorável) e 2 (o realista acidente rodoviário). Mas se é tudo igualzinho aos longas passados, por que conferi-lo? Pra colecionar as figurinhas, claro. Ou você gosta de largar álbum pela metade?