Filmes

Crítica

Super Mario Bros. abraça a comédia moderna, sem largar a inevitável nostalgia

Parceria certeira com o Illumination Studio traz dinamismo e humor inteligente

04.04.2023, às 18H54.
Atualizada em 05.04.2023, ÀS 20H06

A Nintendo tem um legado no mundo dos games pelas suas tramas simples e a jogabilidade cativante que atravessa gerações. Faz sentido então que a nova adaptação de Super Mario Bros. às telas fique nas mãos de um estúdio de filmes-famílias descomplicados como a Illumination Studio, responsável por Meu Malvado Favorito (2010) e os derivados dos Minions. À parte a responsabilidade em adaptar para as telonas o mascote da Nintendo, a colaboração investe num roteiro simples com diálogos e humor tanto para os fãs quanto quem busca um filme leve para a família.

A história conta a origem de Mario e Luigi, dois encanadores ítalo-americanos que vivem em Nova York e saíram de seus empregos estáveis para abrir um empreendimento próprio. Nem a própria família acredita no potencial dos irmãos, o que obviamente muda quando eles encontram um cano verde mágico que transforma Mario e Luigi em heróis do familiar universo de fantasia do game.

Super Mario Bros. traz uma narrativa calorosa e recheada de easter eggs de seu universo rico, existente há 40 anos, fazendo da nostalgia um apelo e um aliado. Mesmo quem tem pouco contato com a franquia pode reconhecer desde os objetos presentes nos jogos até a trilha sonora assinada por Brian Tyler e Koji Kondo (que também criou a trilha nos games), que usa os elementos de orquestras e as marcantes melodias que acompanham os jogadores. A história não traz elementos surpreendentes ou inovadores e, sinceramente, ainda bem, pois o que faz brilhar o longa são seus personagens e o visual rico e cheio de detalhes.

A Nintendo se destaca quando se trata em inovações tecnológicas e jogabilidade, apesar de manter uma postura contida, diga-se até conservadora, em outros aspectos como temas ou enredo. Super Mario Bros. vai além da fórmula resgate-da-princesa ao injetar o mesmo humor dinâmico de tantas outras franquias de games que estão apostando nas telas, como Sonic e Dungeons & Dragons: Honras Entre Rebeldes. Créditos para a direção de Aaron Horvath e Michael Jelenic (Os Jovens Titãs em Ação! Nos Cinemas) e o roteiro assinado por Matthew Fogel (Uma Aventura Lego 2).

Na nova aventura, os personagens ganham mais dimensionalidade, principalmente os secundários, que se destacam mais do que a dupla de protagonistas: Bowser, que tem uma paixão não correspondida melodramática; o leal e corajoso parceiro Toad; e Donkey Kong, que brinca com a dualidade de ser o rival amigável de Mario. Vale destacar principalmente Peach. Conhecida como a princesa que sempre precisa ser resgatada, ela assume uma postura de liderança e competência na jornada.

Super Mario Bros. usa de maneira adorável e carinhosa o universo criado por Shigeru Miyamoto para narrar uma aventura envolvente e faz jus a franquia. Difícil não sair com vontade de jogar novamente desde o recente Super Mario Odyssey até algum clássico do bigodudo, como as plataformas de Super Nintendo.

Nota do Crítico
Excelente!