Dinossauros, meteoros, radares e helicópteros. Por mais que soe estranho, estes são alguns dos elementos usados em Tarzan - A Evolução da Lenda. O objetivo da animação alemã dirigida por Reinhard Klooss é misturar o velho (e às vezes pré-historicamente velho...) com o novo e trazer a clássica história para os dias de hoje.
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Edgar Rice Burroughs escreveu em 1912 a primeira história de Tarzan, o homem que cresceu entre primatas na África. Desde então, centenas de versões foram feitas sobre o personagem - uma simples busca no site IMDb lista 200 obras, entre filmes, séries e especiais de TV - e as releituras são frequentes, então não é surpresa que Klooss tente algum diferencial para seu trabalho.
O viés tecnológico que está no centro da trama do filme, porém, não traz nada de muito interessante a Tarzan - A Evolução da Lenda, a não ser que o espectador encontre originalidade nesta espécie de Avatar para crianças. O unobtainium da vez é o meteoro radioativo responsável pela extinção dos dinossauros. No filme, o imenso corpo rochoso está escondido em algum ponto das selvas africanas e armazena uma energia suficiente para abastecer indústrias do mundo todo. A família Greystoke sofre um acidente de helicóptero enquanto procura essa massa de metal e rocha; o único sobrevivente é o garotinho JJ (que já tinha inventado para si mesmo o apelido Tarzan), de quatro anos.
Aqui, a história prossegue como se conhece há gerações: criado por gorilas, que adotam Tarzan como filho, ele cresce entre os primatas, como um Rei da Selva. Mesmo sendo uma adaptação infantil, o diretor optou por não dar voz aos animais. Cerca de metade do longa não tem diálogos, apenas grunhidos entre Tarzan e os outros seres da mata. Isso pode ser cansativo para crianças, público-alvo do filme.
Mas quem dera o longa inteiro fosse mudo. Dessa maneira, não seria necessário ouvir a terrível dublagem dos globais José Loreto (Tarzan) e Débora Nascimento (Jane). Chega a ser constrangedor ver o momento em que o casal se apresenta. O clássico "Mim Tarzan, você Jane" é repetido de maneira bizarra enquanto o protagonista dá vários saltos sem motivo.
Com enredo fraco, animação abaixo da média e, no Brasil, dublagem nada convincente, Tarzan - A Evolução da Lenda será mais uma das dezenas de adaptações esquecidas da obra de Burroughs. Se o objetivo for ver uma boa versão infantil, a versão de 1999 da Disney certamente ainda está fresca na memória de muita gente. E se você quiser uma história com bons selvagens nos dias de hoje, com empresas malvadas e metais preciosos, vale mais a pena ver Avatar mesmo.
Tarzan 3D: A Evolução da Lenda | Cinemas e Horários