Filmes

Entrevista

Omelete Entrevista: Jeff Bridges

Protagonista de Coração Louco fala do que o levou a fazer o projeto e Tron Legacy

06.03.2010, às 09H00.
Atualizada em 05.11.2016, ÀS 11H07

Por seu trabalho em Coração Louco (Crazy Heart), Jeff Bridges recebeu a sua quarta indicação ao Oscar. No papel do músico Bad Blake, ele vai ao fundo do poço e das garrafas de bebida e com a ajuda da repórter Jean (Maggie Gyllenhaal) ele tenta se reerguer.

Na entrevista abaixo, nosso correspondente em Holywood, Steve Weintraub, editor do site parceiro Collider.com, falou com Jeff sobre os motivos que o levaram a participar desse projeto e também a voltar ao universo de Tron. Assista ao vídeo abaixo (qualidade YouTube) ou na Galeria de Vídeos (requer Quicktime). Ou, se preferir, leia a transcrição feita pela Carina Toledo:

Acho que quero começar perguntando... Esse é um daqueles roteiros que te oferece muita coisa. Foi isso que te atraiu para o papel? Você poderia falar um pouco sobre o que te trouxe para o projeto? 

Jeff Bridges: Sim, o roteiro era bom quando eu li da primeira vez, mas tinha uma parte enorme faltando: a música. Não havia nenhuma música, e é todo sobre a música e não havia nenhuma canção. Então inicialmente eu tinha dito não. Então mais ou menos um ano depois disso, eu fui à casa do meu amigo T-Bone Burnett, que mencionou o roteiro e disse: "Você conhece esse roteiro?". Eu disse: "Sim, é bem bom". E ele disse: "É, e você vai fazer?". Eu disse: "Por que? Você está pensando em fazer?". E ele disse: "Se você fizer, eu faço". Eu disse: "Bom, eu faço se você fizer". E isso preencheu aquela lacuna. 

Qual o segredo para interpretar um bom - um acreditável - bêbado nas telas?

Bom, acho que ter alguma experiência com estar bêbado, isso ajuda. É provavelmente a chave do sucesso. Você deve evitar estar realmente bêbado, eu acho, porque você tem o resto, sabe? Sustentar isso é meio difícil. 

Nic Cage me disse que ele estava na verdade um pouco bêbado em Despedida em Las Vegas. 

Cada um cada um, cara, você sabe. Talvez eu tome um pouco, sabe só um golinho, para meio que pegar o gosto. Mas, sabe, eu acho que quero ter minha cabeça comigo.

Totalmente. Esse é um daqueles projetos que gera muitos comentários. Agora no fim do ano, a Fox Searchlight o lançou do nada. Era para estrear só em 2010 e eles adiantaram para 2009. Como tem sido essa experiência para você, de repente, estar sendo mencionado na temporada de prêmios, ter todos falando sobre este filme, tão rápido?

É muito legal, cara. A Fox Searchlight é nossa heroína. Eles nos salvaram, sabe? Você pode fazer um filme como o nosso e se divertir muito fazendo, eu com certeza tive isso. Ele pode ser bem acabado, você pode gostar do produto final e aí ele pode ir para a privada, sabe. Eu tive filmes que eu me sentia muito feliz com o resultado final e o processo de filmá-lo, e a distribuidora faliu e levou todos aqueles filmes com ela. Pode acontecer. Mas ter a Fox Searchlight, que é a melhor no ramo, especialmente para nosso tipo de filme, foi uma verdadeira bênção. E agora nós podemos não só ter tido a diversão de fazer o filme e amar o produto final. Agora podemos mostrá-lo para um monte de gente, que pode curtir também, então, sabe, isso é ótimo. 

E é claro que eu tenho que te perguntar sobre uma das coisas que muitas pessoas estão animadas para o ano que vem, que é Tron Legacy. Você pode falar um pouquinho sobre voltar a interpretar Kevin Flynn? 

Sim, nossa, você sabe há quantos anos atrás nós fizemos Tron?

83? 84? 

Quantos anos é isso? 

Vinte e sete?

Uau cara, vinte e sete anos atrás! Voltar ao mundo virtual foi divertido, cara. Muitos dos motivos que me trouxeram de volta para fazer a continuação são os mesmos que me levaram ao filme original. Sabe, tem meio que um aspecto infantil no que eu faço, em atuar e fingir e toda essa coisa. Meio que ouvir: "Você quer interpretar um cara que é sugado para dentro de um computador?". E aí você pode usar toda a tecnologia que está rolando. Então, a tecnologia que está disponível hoje, que estamos usando nesse novo Tron, faz as coisas antigas parecerem muito como a TV em preto e branco, ou algo do tipo. Isso vai ser em IMAX 3-D, sabe, no auge. Vai ser muito empolgante, mal posso esperar para ver como esse filme vai ficar.