O Homem-Aranha passou recentemente pelos cinemas com Longe de Casa mas, durante os anos 80, o Teioso quase teve um projeto muito diferente da agradável versão interpretada por Tom Holland.
Como relata o Digital Spy, na década de 1980, quando filmes de herói ainda não eram uma realidade, o personagem tinha bastante potencial para as telonas, mas ninguém sabia exatamente como fazer isso - o que abriu as portas para muita experimentação. Por exemplo Tobe Hooper, diretor de clássicos como O Massacre da Serra-Elétrica (1974) e Poltergeist (1982), quase comandou um filme de terror do herói. Acontece que na época os direitos cinematográficos do personagem foram para as as mãos da Cannon Films, produtora de filmes B conhecida por alguns acertos - como Desejo de Matar e Stallone: Cobra - em meio a muita porcaria. Para conseguir os direitos, a empresa pagou apenas US$225 mil para tê-los por cinco anos, tendo que devolvê-los caso nenhum filme fosse feito até 1990. Portanto, era preciso compensar o investimento de forma rápida.
O plano não era criar algo respeitoso aos quadrinhos, mas sim altamente apelativo para tentar tirar dinheiro rapidamente - e nisso o projeto tinha muito potencial. A trama lembra bastante A Mosca (1986), de David Cronenberg, e acompanharia Peter Parker sendo bombardeado com radiação por cientista chamado Doutor Zork, que o transformaria em uma enorme aranha de oito braços, tão monstruosa que Parker passaria a desejar o próprio fim.
Por não se parecer nada com a origem do Homem-Aranha das HQs, Stan Lee pessoalmente impediu a realização do projeto, e escreveu uma nova versão da trama onde Parker seria um aluno de faculdade de Otto Octavius, até que um dia ambos sofrem o mesmo acidente com radiação. Enquanto um vira o herói, o outro vira o vilão Doutor Octopus, que planeja controlar o mundo através de uma desconhecida força da natureza. Hooper deixou o projeto com essa segunda versão, que já ate pensava em casting.
Para o elenco foram cogitados alguns nomes interessantes: Parker ser vivido por Tom Cruise, que ainda estava no começo de sua carreira; Bob Hoskins (Uma Cilada Para Roger Rabbit) seria o Doutor Octopus; Christopher Lee seria um cientista secundário; Lauren Bacall ou Katherine Hepburn eram pensadas para ser a Tia May; e, por fim, o próprio Stan Lee assumiria o papel de J. Jonah Jameson. É bom ressaltar que nada disso chegou a fase de negociações, só discussões internas.
Nem é preciso dizer que nenhuma dessas versões mais puxadas ao terror e ficção científica foram feitas. Mesmo assim, isso só torna ainda mais curioso que o primeiro filme do Homem-Aranha, de 2002, foi feito por um diretor de horror: Sam Raimi, da franquia Evil Dead, que usou um pouco da sua experiência no gênero para sua trilogia do Cabeça de Teia. De qualquer forma, é interessante imaginar uma grotesca versão paralela do herói - e especular quais seriam seus desastrosos efeitos na futura jornada da Marvel nos cinemas.
Homem-Aranha: Longe de Casa já está disponível em home video.
- Leia a crítica de Homem-Aranha: Longe de Casa
- Saiba o que acontece nas cenas pós-créditos do novo Homem-Aranha
- Conheça os personagens
- Entenda como Homem-Aranha: Longe de Casa introduz a nova fase do MCU
- O que Peter Parker ouviria em sua playlist?
- Conheça as músicas da trilha sonora
Artigo originalmente publicado em 5 de julho de 2019.