Música

Notícia

Kiss – 40 anos do primeiro álbum

A estreia e os primeiros passos da banda

26.02.2014, às 12H33.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H41

Há 40 anos, em fevereiro de 1974, o Kiss lançou seu primeiro álbum. Em menos de um mês, o quarteto, produzido por Kennie Kerner e Richie Wise, gravou o LP homônimo no estúdio Bell Sound, em Hollywood. Gene Simmons, baixista, e Paul Stanley, guitarrista, haviam deixado a banda Wicked Lester para, junto ao guitarrista Ace Frehley e ao batera Peter Criss, investir num som mais agressivo e numa imagem mais marcante.

kiss

kiss

kiss

O grupo nova-iorquino se inspirou nos Beatles para fazer sua estreia no meio artístico. A capa de Kiss – que contém os rostos brancos dos quatro integrantes sob um fundo preto – é uma homenagem ao LP Meet the Beatles, lançado dez anos antes. Os garotos de Liverpool ainda eram um belo exemplo do uso da imagem como forma de identidade musical. Os quatro eram tão parecidos que, apesar da fama fenomenal, nenhum ganhava mais destaque do que o outro.

Era exatamente isso que o Kiss pretendia quando decidiu adotar a icônica maquiagem preta e branca. Nos palcos, Stanley é uma estrela, Simmons, o demônio, Frehley, um extraterrestre e Criss, um felino. Nenhum é mais do que o outro e, juntos, eles são um artista só. Somando as pinturas à performance teatral dos shows da banda – repletos de sinalizadores, sangue falso, guitarras destruídas – e ao figurino de couro, o Kiss se consagrou como uma das mais marcantes experiências visuais da história do rock n’ roll.

O impacto do diferente

Foi preciso tempo para que público e crítica abraçassem as "esquisitas" novidades trazidas pela banda. Num primeiro momento, muito se questionou quanto à necessidade das extravagâncias e pouco se prestou atenção no som do grupo. Apesar de reunir futuros clássicos como "Cold Gin" e "Black Diamond", o primeiro Kiss não ultrapassou o 87º lugar das paradas da Billboard. A Casablanca Records não conseguiu emplacar os hits nas rádios, o que fez com que as primeiras turnês da banda fossem verdadeiros fiascos de público.

Para contornar a situação, a gravadora mandou a banda voltar para o estúdio para gravar uma nova música, um cover de "Kissing Time", de Bob Rydell, que foi inserido como faixa bônus no LP e lançado como single. O plano falhou: o máximo que a música conseguiu foi a 83ª posição da Billboard. Ainda em 1974, a banda lançou seu segundo LP, Hotter than Hell. O terceiro, Dressed to Kill, que apresentou ao público o futuro clássico "Rock and Roll All Night", veio no ano seguinte.

Mesmo assim, só em setembro de 1975, com o lançamento de Alive!, o Kiss conquistou o público. Produzido por Eddie Kramer, o disco, uma compilação de faixas que o grupo havia lançado até então, gravadas em um show ao vivo, mostrou que a banda era única. O single "Rock and Roll All Night", dessa vez gravado com o solo completo de guitarra, foi o primeiro do grupo a chegar ao Top 40 da Billboard. No ano seguinte, o Kiss finalmente estrearia no topo da parada com a inusitada "Beth", balada de piano e voz cantada por Criss que integra o disco Destroyer, produzido pelo fera Bob Ezrin – que já havia trabalhado com Alice Cooper e Pink Floyd.

No fim da década de 70, o Kiss atingiu seu auge. Os anos 80 e 90, por outro lado, não renderam tantos frutos: numa tentativa de surpreender o público, a banda abriu mão de sua marca registrada – a maquiagem – e tentou inovar no estilo musical. Mas em 1998, as máscaras e o rock n’ roll megalomaníaco estavam de volta em Psycho Circus, cujos shows ainda trouxeram, pela primeira vez, elementos em 3D. Apesar de Criss e Frehley terem sido substituídos por Eric Singer e Tommy Thayer, respectivamente, a identidade se solidificou com os recentes Sonic Boom (2009) e Monster (2013), produzidos por Stanley e Greg Collins. Os quarentões do rock acumulam 100 milhões de discos vendidos, 22 milhões de fãs conquistados e 19 álbuns gravados (com o vigésimo a caminho!). A receita? Rock and roll all night and party every day!