Se você acompanha os gibis dos Estados Unidos, já sabe que o Eisner é o Oscar dos quadrinhos. Todo ano, são escolhidos as melhores obras e os melhores autores do ano precedente. O único porém é que, assim como o prêmio do cinema, o Eisner é focado na produção americana.
O resultado é anunciado sempre na San Diego Comic-Con, a maior convenção anual de quadrinhos nos Estados Unidos. Desta vez, a cerimônia vai acontecer no dia 23 de julho. Até lá, confira a análise do Omelete.
Conan 0 |
Gotham Central |
Segundo os juízes do Eisner, em 2003, você se deu bem se adicionou o álbum Sandman: noites sem fim à prateleira, acompanhou os vários trabalhos dos escritores Greg Rucka (Queen & Country, Gotham Central) e Brian Bendis (Demolidor, Alias) e comprou religiosamente todas edições de Batman e 100 bullets. O álbum, os dois autores e as duas séries são os itens mais citados entre as vinte e cinco categorias do prêmio.
Neste ano, ficou evidente a virada no Eisner que vem se operando nos últimos dois ou três anos. O prêmio é conhecido por dar grande ênfase às produções independentes, carinhosamente chamadas de indie, e dar atenção especial para histórias de humor e sd voltadas para o público infanto-juvenil. Geralmente, tenta se manter longe dos super-heróis. Este ano, porém, endeusou dois trabalhos que passaram 2003 no topo das listas de vendas (Noites sem fim e Batman) e escolheu obras de temática adulta (Alias, 100 bullets) e dramas mais complexos (Queen & Country, Gotham Central, Daredevil).
Ou o mainstream teve uma melhoria inegável no ano passado, ou o mundo indie está em baixa.
Melhor história curta
Morte de Neil Gaiman e P. Craig Russell, publicada em Sandman: noites sem fim (Vertigo/DC)
It was a dark and silly night . . . de Lemony Snicket e Richard Sala, publicada em Little Lit: it was a dark and silly night (HarperCollins)
It was a dark and silly night de Carlos Nine, publicada em Little Lit: it was a dark and silly night (HarperCollins)
Monsieur Jean de Philippe Dupuy e Charles Berberian, publicada em Drawn & Quarterly 5 (Drawn & Quarterly)
Same difference de Derek Kirk Kim, publicada em Same difference and other stories (Small Stories)
There are no flowers in the real world de David Lapham, publicada em The Matrix comics (Burlyman Entertainment)
Melhor edição individual
Conan the legend 0, de Kurt Busiek e Cary Nord (Dark Horse)
Finder 30: beware of dog, de Carla Speed McNeil (Lightspeed Press)
Giant THB 1.v.2, de Paul Pope (Horse Press)
Global frequency 5: Big sky, de Warren Ellis e Jon J. Muth (WildStorm/DC)
The Goon 1, de Eric Powell (Dark Horse)
Usagi Yojimbo 65: Usagi and the tengu de Stan Sakai (Dark Horse)
Para exemplificar o que disse acima, as categorias Melhor História Curta e Melhor Edição Individual, nos indicados de 2003, viviam tomadas por trabalhos indie. Este ano, há espaço (ok, não muito grande) para Vertigo (Noites sem fim), Wildstorm (Global frequency) e o lado mais mainstream da Dark Horse (Conan).
Há outras três coisas importantes para falar sobre essas categorias:
O álbum Little lit: it was a dark and silly night tem dois contos concorrendo. Isso significa que você deve zarpar agora até a livraria e comprar Little lit: fábulas e contos de fadas em quadrinhos, da Companhia das Letras, mostrando para essa editora que aprovamos iniciativa deles e queremos o resto da coleção publicada no Brasil. It was a dark and silly night é o terceiro volume da série editada por Art Spiegelman e Françoise Mouly.
Dois dos trabalhos já foram publicados no Brasil (Noites sem fim e Conan 0), um está para sair (Global frequency 5) e o conto da antologia Matrix comics você encontra no site www.thematrix.com. Oportunidade inédita para os brasileiros de conferir os candidatos.
A série The Goon, que concorre em Melhor Edição Individual, volta a aparecer várias vezes entre os indicados. Segue o estilo que o prêmio Eisner costuma brindar: comédia leve e old-fashioned. Para quem não conhece, é sobre um cara mal-encarado que enfrenta ameaças sobrenaturais (zumbis, particularmente) nos anos trinta. É engraçadinha, mas inofensiva.
Melhor história serializada (ou arco de histórias)
The secret origin of Jessica Jones & Purplede Brian Michael Bendis e Michael Gaydos, publicados em Alias 22 a 28 (Marvel)
Hardcore, de Brian Michael Bendis e Alex Maleev, publicada em Demolidor 46 a 50 (Marvel)
Mother come home de Paul Hornschemeier, publicada em Forlorn Funnies 3 a 5: (Absence of Ink)
Half a life por Greg Rucka e Michael Lark, publicada em Gotham Central 6 a 10 (DC)
Operation Blackwall por Greg Rucka e Jason Alexander publicada em Queen and Country 13 a 15 (Oni)
Melhor série continuada:
Alias, de Brian Michael Bendis e Michael Gaydos (Marvel)
Demolidor, de Brian Michael Bendis/Alex Maleev e David Mack (Marvel)
The Goon, de Eric Powell (Dark Horse)
Gotham Central, de Ed Brubaker, Greg Rucka, Michael Lark, Brian Hurtt, e Stefano Gaudiano (DC)
100 Balas, de Brian Azzarello e Eduardo Risso (Vertigo/DC)
Queen & Country, de Greg Rucka, Jason Alexander, Carla Speed McNeil, e Mike Hawthorne (Oni)
Como de praxe, os concorrentes em Melhor História Serializada e Melhor Série Continuada são quase os mesmos: Alias, Daredevil, Gotham Central e Queen & Country dão apenas um espacinho para 100 Bullets, The Goon e a indie Forlorn funnies. Concorrência acirrada, todos os trabalhos escolhidos são muito bons. Daredevil já ganhou Melhor Série Continuada ano passado, e ficou ainda melhor (menos as edições de David Mack). Não pretendia prever ganhadores, mas sabe quem eu acho que merece, nas duas categorias? Alias. Só para fechar com chave de ouro um grande gibi.
Melhor série limitada:
Arrowsmith, de Kurt Busiek, Carlos Pacheco, e Jesús Meriño (WildStorm/DC)
Empire, de Mark Waid, Barry Kitson, e James Pascoe (DC)
Global frequency, de Warren Ellis e vários ilustradores (WildStorm/DC)
JSA: the unholy three, de Dan Jolley, Tony Harris, e Ray Snyder (DC)
Superman: red son, de Mark Millar, Dave Johnson/Andrew Robinson, e Kilian Plunkett/Walden Wong (DC)
Unstable molecules, de James Sturm e Guy Davis (Marvel)
Em Melhor Série Limitada, temos uma enxurrada de antigos ganhadores do Eisner (Kurt Busiek, Mark Waid) e criadores já consagrados mas que ainda não levaram seu troféu (Warren Ellis, Mark Millar, James Sturm). Já falei aqui de como não gostei de Empire e Superman: Red Son. Arrowsmith é uma leitura de grande prazer para quem gosta de aventuras, ao mesmo tempo em que Global frequency é para quem gosta de inventividade. O lado nostálgico do Eisner, porém, não pôde deixar Fantastic Four: Unstable molecules de lado. É a provável vencedora.
Novamente, boas notícias para os leitores brasileiros: Sociedade da Justiça: O trio profano já saiu no Brasil e Super-Homem: red son (Entre a foice e o martelo) está sendo publicada neste momento. Além disso, Arrowsmith foi prometido para breve pela Mythos.
Melhor série nova:
El Cazador, de Chuck Dixon e Steve Epting (CrossGen)
Invincible, de Robert Kirkman e Cory Walker (Image)
The losers, de Andy Diggle e Jock (Vertigo/DC)
Plastic Man, de Kyle Baker (DC)
Sleeper, de Ed Brubaker e Sean Phillips (WildStorm/DC)
The walking dead, de Robert Kirkman e Tony Moore (Image)
Na categoria Melhor série nova, o destaque é para Robert Kirkman, que emplacou seus dois trabalhos na Image (Invincible e The walking dead) como concorrentes. É bem do que o Eisner gosta: aventuras leves e divertidas, com uma pitada inteligente de inovação. Plastic Man está ali pela mesma razão. Por outro lado, é estranho ver concorrendo The Losers, que foge totalmente deste estilo (além de ser ruim, na minha opinião).
Mas é impossível negar a qualidade e a revolução que é Sleeper, série voltada para o público adulto. Por sua vez, El Cazador, série de Chuck Dixon sobre piratas espanhóis do século XVIII, só merece destaque pela grande produção que é (muita pesquisa histórica, ótimos desenhos e tratamento especial às cores).
Melhor título infanto-juvenil:
Astro Boy, de Osamu Tezuka (Dark Horse)
Happy Halloween, Lil Santa, de Thierry Robin e Lewis Trondheim (NBM)
Little Lit: it was a dark and silly night, editada por Art spiegelman e Francoise Mouly (HarperCollins)
Little vampire does kung fu!, de Joann Sfar (Simon & Shuster)
Peanutbutter and Jeremys best book ever!, de James Kochalka (Alternative)
Walt Disneys Uncle Scrooge, de vários (Gemstone)
Melhor publicação de humor:
Circling the drain (The collected Dork, vol. 2), de Evan Dorkin (SLG)
Formerly known as the Justice League, de Keith Giffen, J. M. DeMatteis, Kevin Maguire, e Joe Rubinstein (DC)
The Goon, de Eric Powell (Dark Horse)
The new Baker, de Kyle Baker (Kyle Baker Publishing)
Whats Michael vols. 7 e 8, de Makoto Kobayashi (Dark Horse)
A categoria Melhor título infanto-juvenil só prova os valores do Eisner: destacar ao máximo o que é produzido para crianças e adolescentes, vistos como o público necessário para os quadrinhos. E há uma característica em comum com a categoria seguinte, de Melhor publicação de humor: os concorrentes (e geralmente os vencedores) são em sua maioria indies.
Melhor antologia:
AutobioGraphix, editado por Diana Schutz (Dark Horse)
The Dark Horse book of hauntings, editado por Scott Allie (Dark Horse)
Drawn & Quarterly 5, editado por Chris Oliveros (Drawn & Quarterly)
Little Lit: it was a dark and silly night, editado por Art spiegelman e Francoise Mouly (HarperCollins)
Project: Telstar, editado por Chris Pitzer (AdHouse)
Sandman: noites sem fim, por Neil Gaiman, Dave McKean, P. Craig Russell, Miguelanxo Prado, Barron Storey, Frank Quitely, Glenn Fabry, Milo Manara, and Bill Sienkiewicz; co-edited by Karen Berger and Shelly Bond (Vertigo/DC)
Em Melhor antologia, a concorrência real está entre três trabalhos. AutobioGraphix é uma coletânea organizada pela Dark Horse de várias autobiografias em quadrinhos de autores de diversas partes do mundo; Noites sem fim é um projeto de mesmo peso histórico pela quantidade de grandes nomes que reuniu; o terceiro Little lit, por sua vez, segue a linha de ótima qualidade da coleção. Vai ser a disputa mais acirrada para os juízes.
Melhor álbum gráfico (inédito):
Blacksad, de Juan Diaz Canales e Juanjo Guarnido (ibooks)
Blankets, de Craig Thompson (Top Shelf)
The fixer: a story from Sarajevo, de Joe Sacco (Drawn & Quarterly)
Persepolis, de Marjane Satrapi (Pantheon)
Yossel, april 19, 1943, de Joe Kubert (ibooks)
Melhor álbum gráfico (republicação):
Batman Adventures: dangerous dames and demons, por Paul Dini, Bruce Timm, e outros (DC)
The Frank book, de Jim Woodring (Fantagraphics)
Louis Riel: a comic-strip biography, de Chester Brown (Drawn & Quarterly)
The P. Craig Russell library of opera adaptations, vols. 1 e 2, de P. Craig Russell (NBM)
Palomar: the heartbreak soup stories, de Gilbert Hernandez (Fantagraphics)
Quimby the mouse, de Chris Ware (Fantagraphics)
Valor histórico é o que também entra em jogo nas duas categorias seguintes. Blankets, de Craig Thompson, que concorre em Melhor álbum gráfico (inédito), está sendo considerado um dos melhores quadrinhos da década, daqueles que qualquer autor da indústria gosta de citar que já leu e achou fantástico. Para um romance gráfico de mais de 500 páginas de um autor novato, não é pouca coisa. Já em Melhor álbum gráfico (republicação), os jurados vão ter que decidir mesmo entre Louis Riel (do já premiado Chester Brown), uma elogiadíssima biografia em quadrinhos de uma personalidade histórica do Canadá, The P. Craig Russell Library of opera adaptations, um trabalho de fôlego que consumiu anos da carreira do consagrado escritor-desenhista, e Palomar, a coletânea definitiva dos primeiros anos de Love & Rockets.
Melhor projeto/coleção arquivo
Al Capps Lil Abner: the Frazetta years, de Al Capp, editada por Denis Kitchen (Dark Horse)
Buddha, vols. 1 e 2, de Osamu Tezuka (Vertical)
Challengers of the Unknown archives, vol. 1, de Dave Wood e Jack Kirby, editada por Dale Crain (DC)
The chronicles of Conan, vols. 1 e 2, de Roy Thomas e Barry Windsor-Smith, editada by Jeremy Barlow (Dark Horse)
Krazy and Ignatz, 1929-1930, de George Herriman, editada por Bill Blackbeard (Fantagraphics)
The Spirit archives, vol. 12, de Will Eisner, editada por Dale Crain (DC)
Melhor edição americana de material estrangeiro:
Blacksad, de Juan Diaz Canales e Juanjo Guarnido (ibooks)
Buddha, vols. 1 e 2, de Osamu Tezuka (Vertical)
Chaland anthology: Freddy Lombard, vols. 1 e 2, de Yves Chaland (Humanoids)
Little vampire does kung fu!, de Joann Sfar (Simon & Shuster)
Persepolis, de Marjane Satrapi (Pantheon)
Melhor design de publicação:
The league of extraordinary gentlemen: the absolute edition, vol. 1, design de Todd Klein, Alex Sinclair, e Larry Berry (ABC)
Louis Riel: a comic-strip biography, design de Chester Brown (Drawn & Quarterly)
Mythology: the DC Comics art of Alex Ross, de Chip Kidd (Pantheon)
Project: Telstar, design de Chris Pitzer (AdHouse)
Quimby the mouse, design de Chris Ware (Fantagraphics)
Top Shelf asks the big questions, design de Brett Warnock (Top Shelf)
Nas categorias Melhor coleção/Projeto arquivo e Melhor edição americana de material estrangeiro, o que interessa é a apresentação gráfica da obra. São trabalhos editados para um público seleto. Por isso, a atenção ao design é essencial. Ok, há também a categoria Melhor design de publicação, mas os critérios parecem muito próximos.
O trabalho da Vertical com Buddha, de Osamu Tezuka, é bem reconhecido e deve levar um dos prêmios. Concorre, porém, com o excelente trabalho (de praxe) da Dark Horse em sua reedição de clássicos de Conan e o trabalho também de qualidade superior da Pantheon em Persepolis, da iraquiana Marjane Satrapi (fique atento: dizem as boas línguas que este álbum vai sair no Brasil em breve).
É interessante notar que, com exceção de Buddha, os mangás estão ausentes da categoria de Material estrangeiro (mesmo que apareçam rapidamente em outras categorias). Todo mundo sabe que atualmente os mangás são os gibis mais vendidos nos Estados Unidos, em especial nas livrarias. Sua ausência aqui seria algum tipo de proteção de mercado?
Fazendo um comentário um pouco atrasado: o trabalho vencedor de 2003 em Melhor design de publicação foi o romance gráfico Batman: nove vidas, que foi publicada no Brasil pela Mythos como uma minissérie em duas partes, bastante descaracterizada. Putz, se o design da obra ganhou até prêmios, por que esquecê-lo aqui?
Melhor escritor
Brian Azzarello, 100 Balas, Sgt. Rock: between Hell and hard place (Vertigo/DC); Batman (DC)
Brian Michael Bendis, Alias, Demolidor, Ultimate Spider-Man, Ultimate X-Men (Marvel); Powers (Image)
Ed Brubaker, Catwoman, Detective Comics, Gotham Central (DC); Sleeper (WildStorm/DC)
Warren Ellis, Orbiter (Vertigo/DC); Global frequency, Red, Planetary, Planetary/Batman: Night on Earth (WildStorm/DC)
Alan Moore, The league of extraordinary gentlemen, Promethea, Smax, Tom Strong, Tom Strongs terrific tales (ABC)
Greg Rucka, Queen & Country (Oni); Gotham Central, Wonder Woman (DC); Wolverine (Marvel)
Melhor roteirista/ilustrador:
Jaime Hernandez, Love and Rockets (Fantagraphics)
Paul Hornschemeier, Forlorn funnies (Absence of Ink)
Takehiko Inoue, Vagabond (Viz)
Paul Pope, Giant THB 1.v.2 (Horse Press)
Craig Thompson, Blankets (Top Shelf)
Melhor roteirista/ilustrador de humor:
Kyle Baker, Plastic Man (DC); The new Baker (Kyle Baker Publishing)
Tony Millionaire, Sock monkey (Dark Horse)
Eric Powell, The Goon (Dark Horse)
Joann Sfar, Little vampire does kung fu!, Little vampire goes to school (Simon & Shuster)
Jeff Smith, Bone (Cartoon Books)
Melhor Desenhista/Arte-finalista ou Equipe de Desenhista e Arte-finalista:
John Cassaday, Planetary, Planetary/Batman: Night on Earth (WildStorm/DC); Hellboy weird tales (Dark Horse)
Tan Eng Huat, Doom Patrol, JLA 91 (DC)
Alex Maleev, Demolidor (Marvel)
Jim Lee/Scott Williams, Batman (DC)
Eduardo Risso, 100 Balas (Vertigo/DC); Batman (DC); Boy vampire: the resurrection (SAF)
Melhor pintor/artista multimídia (arte interna):
Juanjo Guarnido, Blacksad (ibooks)
Ladronn, Hip Flask: elephantmen (Comicraft)
Miguelanxo Prado, Sonho, em The Sandman: noites sem fim (Vertigo/DC)
Frank Quitely, Destino, em The Sandman: noites sem fim (Vertigo/DC)
Jill Thompson, Stray, em The Dark Horse Book of hauntings (Dark Horse)
Melhor colorização:
Steven Griffin, Hawaiian dick (Image)
Matt Hollingsworth, Catwoman (DC)
Paul Hornschemeier, Forlorn funnies (Absence of Ink)
Jason Keith, El Cazador (CrossGen)
Patricia Mulvihill, Batman, Wonder Woman (DC), 100 balas (Vertigo/DC)
Melhor letrista:
Todd Klein, Detective Comics( DC); Fables, The Sandman: noites sem fim (Vertigo/DC); Tom Strong, Promethea (ABC); 1602 (Marvel)
Bill Oakley, Hawkman, JSA (DC); League of Extraordinary Gentlemen vol. 2 (ABC); Sleeper (WildStorm/DC)
Dave Sim, Cerebus (Aardvark-Vanaheim)
Richard Starkings, Batman (DC); Planetary (WildStorm/DC); Hulk: gray (Marvel); Hip Flask: elephantmen (Comicraft)
Melhor capista:
James Jean, Fables (Vertigo/DC); Batgirl (DC)
Dave Johnson, Batman 620-622 (DC); 100 Balas (Vertigo/DC)
Scott McKowen, 1602 (Marvel)
Joshua Middleton, NYX, X-Men Unlimited, New Mutants (Marvel)
Sean Phillips, Sleeper (WildStorm/DC)
Brian Wood, Global frequency (WildStorm/DC)
Passando às categorias mais legais, nota-se absurdamente como o Eisner foi tomado pelo mainstream. Os indies foram escorraçados na maioria das categorias. Sua única vingança é estarem, como sempre, dominando Melhor escritor/desenhista e Melhor escritor/desenhista (humor) - afinal, dá pra contar nos dedos de uma mão os caras que ainda trabalham como escritor e desenhista no mainstream (John Byrne? Joe Quesada? Quem mais?).
Algumas notas importantes: Brian Bendis já ganhou Melhor escritor ano passado, e Tony Millionaire levou Melhor escritor/desenhista de humor. Os concorrentes a Melhor escritor são quase os mesmos de 2002 e 2003 - as figurinhas fáceis, da moda. O mesmo acontece em Melhor colorista e Melhor desenhista, que geralmente se repetem por anos e anos (em vencedores, inclusive: Todd Klein já ganhou um punhado de vezes).
É interessante a atenção dada a alguns novatos em termos de Eisner: Takehiko Inoue, autor de Vagabond (veja só: mais um trabalho publicado no Brasil) e o já citado Craig Thompson concorrem a Melhor Escritor/Desenhista. O também verde Tan Eng Huat, desenhista da Patrulha do Destino, ganha do prêmio o que os americanos chamam de nod (um pequeno cumprimento), em meio a medalhões. E James Jean, o cara de extremo talento responsável pelas capas de Fables e Batgirl, finalmente recebe atenção.
Talento merecedor de reconhecimento mais amplo:
Derek Kirk Kim (escritor/artista, Same difference and other stories)
Christine Norrie (Cheat)
Jeff Parker (escritor/artista, The Interman)
Ben Towele (escritor/artista, Farewell Georgia)
Brian Wood (escritor, The Couriers; Channel zero: Jennie One, Demo)
Aqui, Brian Wood é o candidato mais conhecido e provável vencedor. O Eisner costuma premiar gente que, de certa forma, já tem o reconhecimento necessário - há uns cinco ou seis anos na indústria, Wood já deu várias voltas pelo mercado e construiu boa reputação. Porém, a autora Christine Norrie foi muito comentada este ano pelo romance gráfico Cheat.
Melhor periódico relacionado aos quadrinhos:
Alter ego, editada por Roy Thomas (TwoMorrows)
Comic art, editada por M. Todd Hignite (Comic Art)
Comic book artist, editada por Jon B. Cooke (Top Shelf)
The comics journal, editada por Gary Groth e Milo George (Fantagraphics)
Melhor livro relacionado aos quadrinhos:
The Acme novelty library datebook, 1986-1995, de Chris Ware (Drawn & Quarterly)
The art of Hellboy, de Mike Mignola (Dark Horse)
Black images in the comics, de Fredrik Strömberg (Fantagraphics)
Mythology: the DC Comics art of Alex Ross, de Chip Kidd (Pantheon)
Stan Lee and the rise and fall of the american comic book, por Jordan Raphael e Tom Spurgeon (Chicago Review Press)
Por fim, este ano, o Eisner resolveu dividir a categoria Melhor publicação relacionada a quadrinhos em duas - uma para periódicos, outra para livros (afinal, os livros sempre ganhavam). Cadê a Wizard, você pergunta? Bom, os juízes do Eisner só dão atenção às revistas que levam os quadrinhos a sério. Quanto aos livros, o grande sucesso do ano foi Mythology: The DC Comics art of Alex Ross, a belíssima coleção de trabalhos do pintor. Se não levar este prêmio, leva o de Melhor design de publicação.
Bom, eu tentei, juro que tentei não fazer previsões. Mas a alma de fã fala mais forte. Faça você suas apostas e aguarde até a premiação em julho. É bom ver que alguns dos trabalhos já foram ou estão para ser publicados no Brasil, uma grande virada em relação a anos anteriores. Só não vá se esquecer, depois da premiação, de cobrar das editoras nacionais para que publiquem os vencedores.
Mais Lá Fora - Clique aqui