Keanu Reeves e Carrie-Anne Moss em Matrix Resurrections (Reprodução)

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Matrix Resurrections | 5 coisas da trilogia original que você tem que lembrar

Assistimos ao quarto filme da franquia e te trazemos todas as referências

22.12.2021, às 16H12.
Atualizada em 22.12.2021, ÀS 16H23

A gente avisou no nosso especial, e até reforçou em nossas primeiras impressões do filme: Matrix Resurrections é um filme que constantemente faz referência ao legado da saga, que até brinca um pouco com o que ela significa e como foi absorvida pela cultura pop, mas é também um filme que resgata vários pontos e detalhes da trama de seus predecessores - detalhes que muita gente pode ter esquecido, especialmente se não fez uma revisão recente de Reloaded e Revolutions.

Agora que já assistimos a Matrix Resurrections, no entanto, podemos apontar especificamente o quê merece sua atenção na trilogia original. Confira a nossa lista e fique por dentro antes de entrar no cinema:

1. Niobe acreditava em Neo?

Como já foi revelado no trailer mais recente de Resurrections, em certo momento do filme temos o reencontro de Neo (Keanu Reeves) com a velha amiga Niobe (Jada Pinkett Smith), e o conflito entre eles - sem estragar demais a trama - é em grande parte baseado em suas interações no passado, especificamente no fato de Niobe nunca ter acreditado que Neo era o Escolhido.

De fato, em Reloaded e Revolutions, a personagem é apresentada como uma capitã durona da frota de Zion, cujo passado romântico com Morpheus (Laurence Fishburne) não impede que ela fique desconfiada da crença cega dele em Neo. No entanto, em um dos momentos mais importantes da saga, Niobe acaba emprestando a sua nave, a Logos, para o protagonista ir até a cidade das máquinas com Trinity (Carrie-Anne Moss).

A decisão pode ser pensada como um ato de fé, como uma demonstração de respeito a Morpheus, ou como uma questão pragmática - diante da insistência de Neo em levar uma nave para a cidade das máquinas, e sabendo que era a melhor piloto da frota, Niobe aceitou emprestá-lo a Logos, sabendo que poderia conduzir a mais pesada Mjolnir até Zion, a fortaleza humana no mundo fora da Matrix.

2. Morpheus e Zion

Também quando reencontra Niobe em Resurrections, Neo descobre o que aconteceu com Morpheus e o restante das pessoas que ele conheceu originalmente em Zion. Trata-se de um momento em que o filme confronta a questão da crença “no Escolhido”, em um grande salvador e liberador da humanidade.

A cidade de Zion nos foi apresentada, nos filmes anteriores de Matrix, como dividida entre aqueles que acreditavam em Neo como essa figura, e aqueles que se concentravam em soluções mais práticas, em sobreviver no mundo distópico que a saga nos mostrou. Morpheus representava um líder para o primeiro grupo de pessoas, e o comandante Lock (Harry Lennix) representava um líder para o segundo.

Revolutions termina com Neo negociando uma paz vacilante entre máquinas e humanos, em um ato de salvação para os cidadãos de Zion, que estavam prestes a ser aniquilados por sentinelas. Resurrections, no entanto, repensa e reposiciona essa divisão entre crentes e descrentes de maneira interessante - como faz com vários outros elementos da franquia, aliás - ao revelar o que aconteceu com a cidade e seus habitantes mais célebres depois disso.

3. Sati e Rama-Kandra

Resurrections dá continuidade à forma como a franquia Matrix borrou a separação rígida entre humanos e programas durante os três filmes anteriores, e isso nunca é mais evidente do que no retorno de Sati (Priyanka Chopra Jonas), que desempenha papel fundamental no plano final dos heróis do filme.

Apresentada em Revolutions, Sati (então vivida por Tanveer K. Atwal) é um programa que foi “criado pelo amor” entre dois outros programas, Rama-Kandra (Bernard White) e Kamala (Thaniri Mudaliar). O casal desempenhava papéis funcionais dentro da Matrix, como supostamente todos os programas deveriam, mas a sua filha não foi criada com nenhum propósito prático - e, por isso, estava prestes a ser banida e “deletada” da simulação.

Para evitar que isso acontecesse, Rama-Kandra fez um trato com o Merovíngio (Lambert Wilson), trabalhando para ele em troca da permanência de Sati na Matrix. São as consequências desse trato, e do trabalho de Rama-Kandra para as máquinas, que são desenroladas em Resurrections.

4. Merovíngio e os Exilados

Por falar no Merovíngio, a participação dele em Resurrections também foi anunciada antes do lançamento do filme - e, quando o personagem finalmente dá as caras, está acompanhado de seus fieis guarda-costas, os Exilados. Mas quem é essa turma toda mesmo?

Bom, o Merovíngio é um programa que, em Reloaded e Revolutions, apareceu como uma espécie de “chefão do crime” da Matrix. Guardando vários segredos da simulação e fazendo tratos ilegais, ele conseguiu acumular dinheiro e poder, e cercou-se de outros programas conhecidos como Exilados para se proteger.

Os Exilados são párias digitais, programas rejeitados pelas máquinas que controlam a Matrix por vários motivos: alguns têm funções consideradas inconvenientes e ultrapassadas, outros nunca tiveram nenhuma função, e por aí vai. Reloaded chegou a nos dar um gostinho deles, que muitas vezes se disfarçam de seres sobrenaturais, como os gêmeos fantasmas enfrentados por Neo e Morpheus na épica cena da rodovia.

5. Smith “libertado”

O retorno do agente Smith com uma nova aparência, dessa vez encarnado por Jonathan Groff, é outro ponto de Resurrections que havia sido confirmado pelos trailers. O quarto filme, no entanto, brinca um pouco com a relação quase simbiótica entre ele e Neo, e sublinha como eles são dois lados da mesma moeda.

Para entender esse embate entre eles, vale lembrar que o Smith da trilogia original era pouco mais do que um agente particularmente falastrão antes de Neo literalmente mergulhar dentro do corpo dele em um enfrentamento dos dois. A experiência de misturar o seu código com o do Escolhido foi transformadora - Smith reapareceu com mais poderes e uma nova filosofia em Reloaded e Revolutions.

Por isso o laço entre os dois é um pouco mais complicado do que entre um herói e um vilão comuns. O niilismo de Smith e a esperança ferrenha de Neo são contrapontos essenciais, reações opostas à mesma realização da artificialidade do mundo ao seu redor e das regras pregadas por ele. Essa é a tensão que Resurrections explora nas interações entre eles.