Música

Crítica

Backstreet Boys - DNA

Boy band retorna com sonoridade evoluída em um álbum admirável

25.01.2019, às 15H27.

Já se passaram 23 anos desde que o Backstreet Boys explodiu e mudou os rumos do pop com seu álbum de estreia e hits memoráveis. Agora, o cenário da música já não é mais o mesmo e o pop evoluiu de um modo que a boy band demorou para acompanhar. Mas em 2019, com DNA, seu primeiro álbum em seis anos, o grupo conseguiu encaixar suas harmonias de antes com uma sonoridade surpreendentemente moderna, sem perder sua personalidade.

Há algum tempo o Backstreet Boys procura encontrar o seu lugar na música. E enquanto os seus últimos discos flutuavam entre criar um som mais adulto e estar preso as características do passado, parece que o contexto atual os favoreceu para uma nova tentativa. Não apenas estamos na era dos revivals e reboots, como um grande gênero explodiu nos últimos anos, que tem suas semelhanças ao que o Backstreet Boys fazia no fim dos anos 90; o k-pop. As chances tendiam a favor, mas com alguns álbuns medíocres nos últimos anos, não havia certeza de que Nick, Brian, AJ, Kevin e Howie conseguiriam aproveitar o momento. Mas o primeiro single, "Don’t Go Breaking My Heart", já mostrou que a história seria diferente. A faixa foi a primeira do grupo a entrar nas paradas americanas desde 2007, e levou até indicação ao Grammy, como a primeira nomeação do Backstreet Boys na cerimônia desde 2002.

Em DNA, o Backstreet Boys deixou para trás as agressividades eletrônicas e investiu no que sempre fez melhor, harmonias vocais. Durante suas doze faixas, o grupo conseguiu reinventar seu coro e encaixa-lo em gêneros diversos, passando pelo dance e o R&B com arranjos ousados. Desenvolvendo a sonoridade do conjunto através de altos e baixos, DNA traz semelhanças com Maroon 5 e Justin Bieber, principalmente em faixas como "Passionate" e "OK", respectivamente. As duas entram em destaques do DNA, junto ao carismático single "No Place", a ousada "New Love" e "Just Like You Like It", a definitiva faixa nostálgica do álbum, que poderia ter saído do álbum de 99, Millenium.

Claro que o Backstreet Boys continua flertando com o brega em todos os sentidos, e quando eles pesam a mão no meloso o álbum entra em seus piores momentos, como em "Chateau" e "Is It Just Me". Mesmo assim, a boy band conseguiu retornar em 2019 tirando proveito da sua própria peculiaridade e do fato de que há poucos fazendo hoje o que eles fazem há tempos. DNA soube trazer o grupo para a atualidade, e evolução sem perder essência, principalmente para um grupo que é um símbolo de uma época, é admirável.

Nota do Crítico
Bom