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Crítica

True Blood - 6ª Temporada | Crítica

Uma temporada de desapegos e reparações

22.08.2013, às 00H00.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H47

Quando True Blood começou, lá em 2008, encantou por contar uma história de vampiros sem pudores numa cidade pequena e insignificante que, de repente, se torna o olho do furacão sobrenatural. A história correu muito bem durante duas temporadas até a quantidade de arcos e personagens ficar tão extensa a ponto de ninguém mais ganhar destaque.

True Blood

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Nesse contexto, os fãs e espectadores passaram a reclamar. Alguns desses momentos mais críticos pareciam estar na trama para tapar o buraco de uma história que não queria se esgotar, mas não sabia para onde ir. Foi assim com a família de metamorfos de Sam Merlotte (Sam Trammell) e a matilha de Alcide (Joe Manganiello). Sookie (Anna Paquin) e sua turma passaram a liderar uma caravana muito grande para doze episódios por temporada, fazendo com que a qualidade das tramas diminuísse, deixando True Blood irrelevante.

Eis que Alan Ball, criador e então produtor principal da série, decide abandonar o barco para mergulhar em Banshee, deixando o drama sobrenatural nas mãos de Brian Buckner. Ele ficou com a tarefa - e a promessa - de enxugar as tramas e colocar True Blood de volta nos trilhos de sucesso e relevância televisiva.

A sexta temporada começa exatamente onde a quinta terminou: o renascimento de Bill (Stephen Moyer) a partir do sangue de Lilith (Jessica Clark). A trama central leva os personagens por uma viagem bizarra que envolve fé, holocausto e reparações.

A Hora do Desapego

Foi um ano em que os personagens e os roteiristas exercitaram o desapego. Arcos que já perdiam o sentido, como a supracitada matilha de Alcide e os dramas de Sam Merlotte, receberam atenção para que suas histórias fossem finalizadas. A turma de Bon Temps, também perdida, ganhou seu drama para voltar a fazer sentido e, com a morte de Terry Bellefleur (Todd Lowe), conseguiu juntar os pedaços.

A vida amorosa de Sookie, que havia se tornado uma salada de frutas, ganhou uma nova possibilidade e, depois uma trama insossa com o vampiro-fada Warlow, foi coerente com a trajetória da personagem. Warlow, por sua vez, programado para ser o vilão da temporada, funcionou como ponto central para a reestruturação das tramas dos vampiros. Embora tenha passado maior parte do tempo amarrado no plano das fadas, foi uma boa adição à mitologia da série e aos questionamentos filosóficos de Sookie.

Um novo mundo

A série acertou em avançar episodicamente nas tramas que precisavam sair para que a próxima temporada enfim fluisse. As histórias fracas continuaram fracas, mas com fortes indícios de que chegariam a um fim. Novos elementos, personagens e enredos foram introduzidos. A guerra entre humanos e vampiros, que ao final da temporada anterior se anunciava como o grande futuro da série, foi colocada de lado lentamente e sem exageros. Afinal, a história de True Blood não funciona em escala global., mas sim na dinâmica dos acontecimentos bizarros da pequena comunidade de Bon Temps. Os excessos foram retirados da mesma forma que Nora (Lucy Griffiths), Steve (Michael McMillian) e Terry foram sublimados sem remorsos.

O ponto alto deste ano foi o retorno da vilania para as mãos dos humanos. Ver Sarah Newlin (Anna Camp) e sua megalomania cristã de volta à ação junto da interação com Jason refrescou o tom de crítica à religião e o limite das bizarrices.

Um novo futuro

O episódio final trouxe de volta a tensão característica de término e, embora tenha sido corrido, deixou pronto o cenário do futuro da série. Sem seu bar, Sam como prefeito e uma nova configuração - agora os vampiros assumindo um papel cada vez mais importante na vida dos humanos e vice-versa -, a promessa de uma futura ótima temporada foi feita. Há ainda muitas pontas soltas, mas o panorama é positivo.

Nota do Crítico
Bom