O Disney+ foi um dos grandes assuntos de 2019. Agora, no começo de 2020, a situação da plataforma é um pouco mais complicada. Ao longo dos meses, o serviço de streaming passou por algumas polêmicas e também decisões corporativas questionáveis. Abaixo, relembre os problemas do Disney+ até agora.
Falta de conteúdo após The Mandalorian
The Mandalorian/Disney+/Divulgação
O Disney+ foi lançado em novembro de 2019 com um enorme catálogo de filmes e séries clássicas. Das poucas novidades, o que realmente chamou atenção foi The Mandalorian. A série live-action de Star Wars, disponibilizada aos poucos, se tornou um fenômeno. No caso, o único verdadeiro sucesso do streaming até agora, já que não planejou como segurar o público após o fim da 1ª temporada. Na verdade parece até que a plataforma não esperava ter um sucesso grande do tipo, já que sequer preparou merchandising do programa - como um Bebê Yoda de pelúcia - a tempo do natal.
Muitos dos usuários criticaram a falta de conteúdo inédito após o fim do seriado em dezembro de 2019. As séries da Marvel só devem chegar a partir de agosto de 2020, enquanto os novos episódios de Mandalorian são previstos para dezembro de 2020. Isso, é claro, sem ao menos citar que diversas produções da casa, como WandaVision, Loki e Falcão e o Soldado Invernal, foram adiadas por conta da pandemia de coronavírus. Dessa forma, o streaming deve ficar sem grandes atrações por um tempo.
Lançamento demorado
Divulgação
Além da falta de atrações de peso, outro fator que fez o Disney+ perder o hype é justamente a demora para ser disponibilizado no mundo todo. A fase inicial contemplou apenas alguns países: Estados Unidos, Canadá, Países Baixos, Austrália, Nova Zelândia e Porto Rico. O resto precisou esperar. A expansão gradativa deve ir até 2021, com alguns países da Europa recebendo o serviço em março, e a América Latina recebendo a partir da metade de 2020 (sem data definida).
Só para a família
Reprodução
A polêmica mais recente envolve o tipo de programação que deve entrar no catálogo. Entre o anúncio do streaming e o lançamento, houve bastante alarde para as várias e várias produções em desenvolvimento, que iam desde de filmes originais até séries derivadas. Em 2020 a Disney passou a “reorganizar” sua marca, e mandou muitos desses projetos para outras filiais, como o streaming Hulu, que também é dona. Um exemplo disso é o seriado de Com Amor, Simon, comédia romântica LGBT. Segundo fontes do The Wrap ligadas à Disney, a decisão se deu porque a produção não era conteúdo família.
Dessa forma, a nova organização deixa o Disney+ como um serviço inteiramente dedicado à conteúdo infantil ou familiar. Qualquer outra produção que lide com temas mais maduros - mesmo que adolescentes sejam o público-alvo - serão remanejadas para o Hulu. A decisão não agradou os envolvidos. Hilary Duff, por exemplo, que protagonizará o reboot de Lizzie McGuire, expressou insatisfação com a decisão. Seu programa, inclusive, pode sofrer o mesmo destino, já que também deve abordar conflitos da juventude da protagonista. Duff ter mostrado descontentamento deixa a situação ainda mais estranha, considerando que a volta de Lizzie McGuire está em um limbo após a saída da showrunner e criadora Terri Minsky.
Organizando a casa
WandaVision/Divulgação
Não dá para saber o quão bagunçadas estão as coisas nos bastidores do Disney+, mas foi o suficiente para que Bob Iger dedique sua carreira a “consertar” a plataforma após deixar o cargo de CEO. Sua prioridade, segundo o executivo, agora é “acertar tudo criativamente”, evitando novos cancelamentos e atrasos para contornar a já-citada seca de conteúdo. Não ajuda que suas primeiras decisões no comando do streaming foram cancelar três projetos em desenvolvimento, que eram uma nova animação dos Muppets; a série Book of Enchantment, sobre vilões da Disney; e um projeto baseado na franquia Tron [via Hollywood Reporter]. Considerando também que, pouco após a notícia, as produções foram atrasadas em razão da pandemia de coronavírus, é bem provável que Iger tenha trabalho dobrados nos próximos meses.