Muitas produções do cinema e da TV foram afetadas pela pandemia do coronavírus, e não foi diferente com Supergirl. O seriado encerrou seu quinto ano em 2020 com menos episódios e várias pontas soltas, adiando resoluções e desdobramentos para a estreia da sexta e última temporada. Lançado nos EUA esta semana, o episódio “Rebirth” começa exatamente onde tudo parou e deixa no ar a sensação de que era assim que a temporada anterior deveria ter acabado. Isso é bom e ruim ao mesmo tempo. Ainda que a trama aparente ser desconjuntada, especialmente se você não revisitou a série desde o ano passado, o episódio que inaugura a despedida da personagem deixa as enrolações de lado e vai direto ao ponto.
[Cuidado com spoilers leves abaixo]
Ao conduzir o enredo dessa forma, “Rebirth” dá mais força para a equipe formada ao longo dos cinco anos de seriado. Com Alex (Chyler Leigh) mais presente na ação, todos funcionam muito bem em cena, criando uma batalha coordenada e eficiente contra Gamemnae (Cara Buono) e Lex Luthor (Jon Cryer). Além da boa interação, há ainda muito sentimento envolvido: todos os heróis em cena se preocupam com o bem estar uns dos outros, e isso faz o público se importar também.
É preciso falar ainda da relação entre Kara (Melissa Benoist) e Lena Luthor (Katie McGrath), motivo de uma grande cisão entre os fãs da série e a CW. Há algumas temporadas, o seriado começou a fazer um queerbaiting, indicando que elas poderiam ter uma relação amorosa, sem nunca tornar isso realidade. Na estreia do novo ano, a relação delas ainda está abalada pela falta de confiança de Lena, mas tudo leva a crer que haverá uma reconciliação graças a algumas cenas breves, mas bem impactantes. A jovem Luthor se emociona ao perceber que Kara ainda acredita nela e as duas trocam olhares significativos. À esta altura do campeonato, seria surpreendente se o canal realmente mostrasse um namoro entre as personagens, o que faz tais cenas continuarem incômodas.
Solidão, esperança e Lex Luthor
Em entrevista ao TV Line, a showrunner Jessica Queller comparou o encerramento do episódio com a pandemia da COVID-19, já que a Supergirl é enviada para a Zona Fantasma após o embate com Lex. Embora esteja claro que a personagem vai voltar em algum momento, a sequência mostra a angústia dos amigos e da família de Kara, que sofrem ao vê-la partir. Por se tratar da temporada final, o momento ressoa ainda mais nos fãs, que sabem que a despedida definitiva da personagem está próxima. Esse sentimento é intensificado pela disposição de Kara em se sacrificar para salvar o mundo e na mensagem final que ela deixa para humanidade caso não volte.
Outro ponto alto do episódio é o Lex Luthor de Jon Cryer, que já citamos na crítica da 5ª temporada. Quem conhece o universo DC sabe que o vilão é um dos personagens mais desafiadores de levar para outras mídias. Porém, Cryer está muito confortável no papel, representando uma ameaça real à humanidade, ao mesmo tempo em que protagoniza uma cena impactante dançando “We Are The Champions” na Fortaleza da Solidão. Nós o odiamos, mas não conseguimos tirar os olhos dele.
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“Rebirth” chega ao final com ares de um rescaldo da quinta temporada, deixando no público a sensação de que o último ano de Supergirl começará realmente na próxima semana, com “A Few Good Women”. Apesar disso, o episódio entregou bons momentos e tranquilizou os fãs de que Kara Danvers e seus amigos devem ter sim um encerramento digno na TV.
No Brasil, a série é exibida pela Warner Channel e a Netflix conta com cinco temporadas no catálogo.