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The Mighty Thor | O que esperar de Jane Foster como a nova Thor

Com sua identidade revelada, heroína pode enfim viver dramas marcantes

01.12.2015, às 11H57.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H47

Embora já esteja atuando como Thor desde novembro de 2014, quando surgiu misteriosamente como a nova Deusa do Trovão, Jane Foster só revelou sua identidade na última edição daquele arco de histórias. Faz sentido, então, que a Marvel Comics diga, apesar da resistência de parte dos leitores, que a personagem continuará sendo Thor em 2016: afinal, sua história está apenas começando.

A editora começou a publicar agora em novembro a nova série The Mighty Thor, a primeira com Jane de fato como protagonista, depois que o mistério da sua identidade se desenrolou em oito edições até a metade de 2015 - com Thor Odinson, o filho de Odin que se tornou indigno do martelo Mjolnir na saga Pecado Original, empreendendo uma investigação sem sucesso para descobrir quem era a misteriosa nova Thor. Agora, em The Mighty Thor #1 - cuja trama se passa oito meses no futuro, depois do salto temporal dado pelo Universo Marvel com a saga Guerras Secretas - Odinson está desaparecido; não sabemos se ele conhece a verdade sobre Jane.

Há aliados do velho Thor, porém, que já sabem: a trama mostra Volstagg acompanhando Jane na quimioterapia na Terra. O câncer já em fase de metástase que deixa Jane sem cabelo ou sobrancelha e lhe dá um aspecto frágil e envelhecido não é o único drama da nova HQ, mas deve acompanhar a heroína até o fim dessa fase: quando se transforma em Thor, Jane elimina do corpo a química do tratamento hospitalar, que combatia seu câncer. É como se seu alter-ego super-heróico, ao qual Jane responde com responsabilidade sempre que chamada pelo perigo, estivesse ajudando a matá-la.

O arco anterior não foi apenas um longo suspense para revelar a identidade da heroína, mas também uma grande preparação da aliança entre Malekith, os Gigantes de Gelo e a Roxxon (multinacional petroleiro do Universo Marvel, que agora prospecta mineração em outras dimensões) que deve ser a principal ameaça frente a Jane nessa fase. Como o rei e a rainha de Asgard ainda desconhecem a identidade da Thor, essa trama palaciana (um dos pontos mais interessantes do arco passado, por colocar Odin diante do desafio do poder feminino tanto fora quanto dentro de casa) também deve se aprofundar em The Mighty Thor.

Se o palco dos conflitos é basicamente um desdobramento do que a HQ já vinha desenhando, a grande dúvida mesmo é como Jane responderá, agora que podemos acompanhar também seu drama na intimidade. Porque sua faceta super-heróica já mostra, nessa primeira edição, que passará pelas mesmas situações vistas desde novembro passado: ogros, monstros, guerreiros e mesmo heróis subestimam a força da Thor por tratar-se de uma mulher - a cultura da hombridade nórdica, dos vikings beberrões, nunca se prestou tanto a esse papel - e a Deusa do Trovão deve passar página após página mostrando-se capaz de lutar de igual para igual.

Os desenhos grandiloquentes e cheios de detalhes de Russell Dauterman sem dúvida fazem encher os olhos nas cenas de ação, em que Mjolnir responde aos comandos de Jane com um zigue-zague frenético que Odinson já disse invejar. Mas os roteiros de Jason Aaron agora podem ir além do espetáculo visual: a grande batalha de Jane será mais discreta, e a oposição central da HQ (uma terráquea convalescente se torna digna do martelo porque sabe dar um valor à mortalidade que os deuses imortais de Asgard não entendem) pode render momentos dramático realmente impactantes em The Mighty Thor.