O arco de Negan (Jeffrey Dean Morgan) tem bastante destaque na 10ª temporada de The Walking Dead. O carismático vilão passou por uma jornada de humanização após se tornar prisioneiro dos sobreviventes. Agora, o quinto episódio dá protagonismo total ao personagem, e mostra que ele talvez tenha mesmo aprendido alguma coisa com os sobreviventes.
[Cuidado! Spoiler do S10E05 de The Walking Dead abaixo]
“What It Always Is” continua a fuga de Negan da prisão em Alexandria, após Lydia (Cassady McClincy) liberá-lo de sua cela. A caminhada solitária do personagem é interrompida por Brandon (Blaine Kern III), traidor dos sobreviventes que idolatra o ex-Salvador e propõe uma parceria. O objetivo da “aliança” é criar contraste entre o passado sanguinário do vilão e sua aparente evolução. É um gancho péssimo - Brandon é raso, caricato, e sua aparição é gratuita -, mas funciona muito bem.
O personagem chega a recuperar sua querida Lucille e jaqueta de couro, mas praticamente nega esse passado em prol de ajudar uma mãe e filho que passavam por apuros. É visível que a vontade de Negan de ser alguém melhor com os outros superou até mesmo seu desejo por poder, colocando-o em conflito com seu “fã”. É só após descobrir que Brandon matou a mãe e o filho que ele cede à seus antigos modos, mata seu seguidor com uma pedra e parte cegamente pela floresta - não em um ato de arrogância, mas sim evidente tristeza. O episódio então é concluído com Negan capturado pelos Sussurradores.
Paralelamente o capítulo avança outros arcos, mas de formas mais tímidas. Daryl (Norman Reedus) se aproxima ainda mais de Connie (Lauren Ridloff), uma das relações mais interessantes da fase atual já que a guerreira surda ensina muito e traz um lado mais sociável ao motoqueiro. Já Alpha (Samantha Morton) assume seu plano de enfraquecer psicologicamente os sobreviventes, e envia Gamma (Thora Birch) para tocar a missão infiltrada no grupo. Por fim, Ezekiel (Khary Payton), que havia declarado sua vontade de desistir, agora revela ter câncer, o que com certeza afetará ainda mais seu empenho em lutar. É certo que o seriado caminha para mais mortes, e o rei pode muito bem estar na lista de corte.
The Walking Dead continua evoluindo em bom ritmo e narrativa rica. A série firmou sua voz e conduz suas aventuras com atenção aos detalhes, profundidade aos personagens e confiança no que quer dizer. Outro destaque do episódio é a violência gráfica, que finalmente passou a usar e abusar da vasta experiência de Greg Nicotero, responsável pelos efeitos visuais de clássicos como Evil Dead II, Pânico, O Albergue e muitos outros. O maquiador está envolvido no programa desde o início, mas são capítulos como esse, que aproveitam seu potencial, que realmente brilham nas sangrentas mortes, crânios esmagados e zumbis criativamente nojentos - sempre mostrados em detalhes grotescos. Combinando boas tramas com excelentes e divertidos efeitos práticos, The Walking Dead não tem como errar.
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The Walking Dead é transmitida aos domingos pelo canal pago Fox, às 22h. Além disso, os episódios também são adicionados ao streaming Fox App.