Música

Crítica

Blink-182 - Neighborhoods | Crítica

Um disco de corpo fechado!

23.10.2011, às 00H00.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H34

Seis anos depois da separação, muitas adversidades e contratempos, um dos alicerces do gênero punk pop, Blink 182, finalmente retorna com um disco de inéditas.

Quando os integrantes declararam um "hiato por tempo indeterminado" no começo de 2005, o guitarrista Tom DeLonge partiu para a estrada com a sua nova banda, Angels & Airwaves. O baterista Travis Barker, por sua vez, continuou tocando ao lado de Mark Hoppus no +44. Mas além da separação da banda, um fato que deixou os músicos muito abalados foi a morte de Jerry Finn, produtor responsável pelos álbuns mais célebres do Blink-182. Ainda assim, o clima entre os três músicos continuava estranho e a situação só foi revertida quando Barker, ao lado do DJ AM, sofreu um acidente de avião em setembro de 2008, que resultou em quatro mortes e colocou o baterista em uma luta pela sobrevivência, além da previsão de que ele nunca mais voltaria a tocar.

Sua recuperação fez com que o trio de reaproximasse, reunindo-se para discutir a banda e "talvez" voltar a tocar. Foi esse "talvez" que iniciou o processo de construção de Neighborhoods (2011), algum tempo depois do Grammy 2009, quando o Blink-182 oficializou seu retorno. Sem Jerry Finn, a banda decidiu produzir o novo disco por conta própria, por sugestão de DeLonge, que teve uma experiência intensa produzindo o Angels & Airwaves. Ainda assim, o processo foi um pouco conturbado, misturando turnês e gravações, muitas vezes em estúdios separados, levando o selo Geffen Records a determinar um prazo final para o disco: em 31 de julho, todas as músicas deveriam estar nas mãos da gravadora.

Lançado lá fora no final de setembro, Neighborhoods é um disco que sobreviveu às provações e tem seu mérito por isso, mas não só. O álbum soa como um trabalho clássico do Blink - aliás, muito mais do que o seu predecessor, o álbum Blink-182 (2003).

O que temos aqui são aqueles mesmos quatro ou cinco acordes, as linhas de baixo simples, os mesmos refrões e linhas melódicas tão características da escola do pop punk. As diferenças deste disco em relação aos anteriores são singelas, mas muito interessantes, especialmente para quem já dedicou-se a escutar os discos do Blink com atenção.

Neighborhoods traz como inovação alguns timbres que não são típicos da banda, como sintetizadores e o baixo em algumas canções, mas que já eram usados por DeLonge em seu trabalho solo. Riffs mais elaborados e interlúdios instrumentais também são característicos deste novo disco.

Ainda que toda a banda tenha trazido alguma evolução em seus instrumentos, o grande destaque, como sempre, é o baterista Travis Barker. Com suas levadas funkeadas ou mesmo fazendo uma simples combinação de caixa e bumbo, Barker demonstra uma criatividade e sensibilidade acima da média de qualquer baterista nesse gênero. Ouça “After Midnight” e o primeiro single do disco, “Up All Night”, que sozinhas já fazem o disco valer a pena.

Assista ao clipe do Blink-182, "Up All Night"

Nota do Crítico
Bom

Omelete no Youtube

Confira os destaques desta última semana

Omelete no Youtube

Confira os destaques desta última semana

Ao continuar navegando, declaro que estou ciente e concordo com a nossa Política de Privacidade bem como manifesto o consentimento quanto ao fornecimento e tratamento dos dados e cookies para as finalidades ali constantes.