Quase 30 anos se passaram entre Tron (1982) e sua sequência, Tron: O Legado (2010). Um grande responsável pelo projeto é o produtor Sean Bailey, que acabou de assumir o cargo de presidente de produção da Disney. Foi ele que encontrou o diretor Joe Kosinski, conhecido mais pelos comerciais com visual rico e que chamaram atenção para seu trabalho. Os dois conversaram com o nosso correspondente em Los Angeles, Steve Weintraub, editor do Collider. No bate-papo, falaram sobre o que é o filme, explicaram que não é necessário ver o original para entender a sequência e comentaram o que virá no blu-ray.
Tron: O Legado
Senhores, prazer em vê-los e parabéns pelo filme.
Joe Kosinski/Sean Bailey: Obrigado.
Vocês têm feito muita divulgação nestes últimos dias. Então acho que vou começar com a pergunta mais importante: sobre o que vocês querem falar? Porque tenho certeza que já te perguntaram de tudo.
SB: Acho que tem algumas coisas que gostaríamos de falar. Essa é um história de pai e filho. Falam muito da tecnologia e do visual e acho que o Joe e sua equipe fizeram um trabalho incrível. Mas para nós isso sempre foi uma história de pai e filho, emocional e o mais importante, um filme autosuficiente. Se você conhece o Tron original, que bom, tem muita coisa para você nesse filme. Mas você pode assistir sem saber nada, assim como eu assisti com 12 anos o Tron original e fiquei chocado com o que vi. Esperamos que você possa ver esse filme como um garoto de 12 anos hoje em dia e ver algo que nunca viu antes.
JK: Eu concordo. [risos]
Certo. Hipoteticamente, porque sei que vocês não levariam nada para casa do set, mas o que poderia estar na sua casa agora, do set de Tron: O legado?
JK: O "light-cycle" de Kevin Flynn ficaria ótimo na minha sala. Seria uma coisa legal de se ter. É um desejo meu.
SB: Talvez tenha um disco ou dois por lá.
Gostaria de perguntar: obviamente o lançamento em DVD e Blu-ray está longe. Mas tenho certeza que poucas pessoas perguntaram sobre as cenas excluídas e coisas assim que não entraram na versão final. O que teremos?
JK: Na verdade não tem muita coisa. No meu cronograma tentamos balancear o máximo que tínhamos das fontes que conseguimos. Fomos estratégicos quanto ao que filmávamos e o que tínhamos certeza que usaríamos. Não sobrou muita coisa na sala de edição.
SB: Em termos de cenas excluídas não tem muita coisa. Mas quanto ao Blu-ray, o que as pessoas vão ver é que tentamos cruzar a Disney com Tron. Tem muito conteúdo no Blu-ray que queríamos construir. Temos um conteúdo específico no Blu-ray que lida com mitologia e algumas questões do filme. São extras muito legais sobre a produção e outras coisas que fizeram. Sinceramente, se tivéssemos boas cenas no filme provavelmente estariam incluídas. Mas nossa ambição inicial era fazer algo distinto e único também com o Blu-ray.
Vocês mencionaram algo na Comic-Con sobre a mixagem de som que planejavam para o filme. O que vocês falaram aconteceu?
JK: Conversamos sobre algumas tecnologias diferentes. A que usamos, por vários motivos, foi a mixagem Dolby 7.1. Que é a mais disponível nos Estados Unidos hoje em dia. Acho que está em 700 cinemas. Nossa trilha foi mixada pelo Daft Punk em 7.1. Quando fomos à Skywalker fizemos toda nossa mixagem também em 7.1. Se você for a um cinema que tem esse formato é o jeito certo de se ouvir esse filme.
Mais um pergunta: vocês já pensaram em voltar no tempo alguns anos para o que era o projeto e o que ele se tornou? É algo surreal para vocês?
SB: Sim, tem sido uma jornada incrível. É, de certa forma, divertido como algumas coisas que interessavam a mim e à minha equipe naquela época, e, passado tanto tempo e tanta coisa, são algumas das coisas que estamos fazendo agora em grande escala.
Legal. Tenho que encerrar com vocês dois mas muito obrigado aos dois e parabéns.
SB/JK: Obrigado.
Tron: O Legado estreia nesta sexta com cópias 2D e 3D e o Omelete vai continuar publicando entrevistas diárias até lá.
Leia a Crítica de Tron: O Legado