Creature Commandos

Créditos da imagem: DC Studios

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Comando das Criaturas | Episódio 2 arranca risadas, mas perde controle do tom

Focado na origem da Noiva Frankenstein, capítulo perde equilibrio entre humor e drama

Omelete
3 min de leitura
05.12.2024, às 05H00.
Atualizada em 05.12.2024, ÀS 09H02

Não deveria ser uma surpresa ver que James Gunn, o homem que fez o mundo inteiro chorar com a origem e redenção de Rocket Racoon em Guardiões da Galáxia, estaria louco para trabalhar com a Noiva Frankenstein (Indira Varma) em sua primeira produção como CEO do DC Studios. Rick Flag (Frank Grillo) pode ser o líder de Comando das Criaturas, mas é a morta-viva que rouba a cena no segundo episódio.

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Abraçando o gótico conforme conta a origem da personagem no castelo onde Victor Frankenstein (Peter Serafinowicz) criou primeiro o brutamontes Eric Frankenstein (David Harbour) e depois sua Noiva, que rapidamente rejeita o monstro. A animação cria uma atmosfera legal nos cenários e ambientações dos flashbacks, o que é importante, porque há uma boa dose deles. Na verdade, há uma dose exagerada. É compreensível que a série mostre o passado de seus personagens, mas sempre há aquele aspecto de energia perdida quando pausamos a aventura para entrar em memórias.

E o passado da Noiva é, para dizer o mínimo, complicado. Creature Commandos toma algumas decisões arriscadas ao mostrar Victor e a Noiva se apaixonando. O problema, porém, não é transformar a dinâmica meio pai e filha numa perturbada relação sexual, mas isso traz algumas realidades – Victor Frankenstein? Um tarado questionável! – que o episódio não encara, especialmente quando o drama sobe de marcha depois que Eric mata Victor de maneira brutal.

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Todas as decisões são bizarras, mas os acontecimentos estão dentro das temáticas exploradas ao longo do último século nas diversas versões de Frankenstein. A questão é que não dá pra jogar isso em tela e não encarar a complexidade do que aconteceu naquele castelo, e como aquilo afetou a Noiva psicologicamente. Ela reconhece que seu “pai” pode ter se aproveitado por ela? Ou era um “amor proibido” que valia a pena? Por hora, não temos respostas, estamos torcendo para que a série providencie isso nos cinco episódios restantes.

Ao menos, toda a preparação de terreno para o eventual reencontro da Noiva com Eric leva a uma sequência genuinamente engraçada das vezes em que ela foi perseguida por seu stalker apaixonado ao longo das décadas. Assim como a cena do banheiro em que Ilana (Maria Bakalova) finalmente convence Rick Flag a abaixar as calças, é uma piada que talvez não justifique tudo que veio antes (a princesa ainda é apenas uma sex machine aparentemente obcecada com os EUA), mas que, no momento, arranca risadas. Todo o discurso do Dr. Fósforo (Alan Tudyk) tentando chutar quanto tempo Rick vai durar com Ilana é hilário.

Ainda assim, o segundo episódio é cheio de altos e baixos especialmente por não ter um bom controle de tom, algo que é agravado pelo uso estranho de músicas que mais distraem do que agregam às cenas. Esse é um problema raro em produções de James Gunn, mas aqui, seja pelo ritmo frenético ou mudanças bruscas, tudo ficou meio bagunçado. Uma cacofonia.

Nesse vai-e-vem, o final é um tanto quanto dramático, com Nina (Zöe Chao) e a Noiva no chão após um longo combate com Circe (Anya Charlota) e os Filhos de Temiscira. Por um segundo, pareceu que Nina seria a primeira vítima da história, mas vamos apostar que o resgate chegará no terceiro episódio. Só não sabemos de a Noiva vai gostar: Eric Frankenstein está a caminho.

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