Bom, se você tinha apostado na primeira aparição do Batman e Mulher-Maravilha do DC Studios de James Gunn numa visão de um possível futuro do quarto episódio de Creatures Commandos, parabéns. Você deve ser rico agora. O Superman de David Corenswet até imaginávamos, mas a Trindade inteira?
Ok, chamar de aparição pode ser um pouco de exagero, já que eles sequer falam qualquer coisa. Na verdade, eles nem se movem. Mas ali estão os personagens, mortos na visão do futuro que Circe (Anya Charlota) mostra para Amanda Waller (Viola Davis) enquanto é interrogada. Nessa suposta profecia, que a amazona diz ser a verdadeira razão por trás do seu ataque ao Pokolistão, a princesa Ilana (Maria Bakalova) domina toda a Terra e mata os heróis com ajuda do vilão Gorilla Grodd (já estamos apostando que ele é o verdadeiro vilão da série).
Que Ilana seria uma espécie de antagonista já nos parecia possível, mas Rick Flag Sr. (Frank Grillo) não acredita na visão de Circe e abandona seu posto. Tem sido refrescante vê-lo como uma versão mais idealista do filho. Flag Sr. insiste que o personagem de O Esquadrão Suicida era uma pessoa melhor, mas ele parece bem mais heróico, até o ponto de decidir voltar ao Pokolistão para salvar a princesa das criaturas, agora lideradas pela Noiva (Indira Varma) e incubidas da missão de matá-la.
Como um todo, o episódio é bem transitório. Ele encerra a primeira parte da história e entra na metade final. Não há muitos acontecimentos, e as principais revelações, eu diria, acontecem no flashback do Doninha (já já falamos disso). O capítulo, contudo, enfim traz de volta o Eric Frankenstein de David Harbour, que se mostra simplesmente hilário dando voz ao personagem, revelado como uma figura profundamente insegura.
Depois de um combate inicial contra Flag, Eric começa uma curiosa amizade com Rick e topa ajudá-lo a salvar Ilana. Não sabemos se Rick está correto sobre a inocência da monarca, mas depois de vê-lo conversando com Eric sobre os principais romances da história do cinema – como, segundo Frankenstein, o pouco visto Titanic – estaremos felizes de vê-lo junto com do monstro, já que sua dinâmica bem-humorada parece ser o substituto ideal para G.I. Robot, a quem infelizmente não podemos mais acompanhar.
Mas se o episódio traz risadas, também temos a dose de emoção que G.I. trouxe no episódio passado. Os flashbacks da vez, muito melhor executados e espaçados pelo episódio, são de Doninha (Sean Gunn), que é revelado não como o assassino de crianças, mas sim alguém que tentou salvá-las de um incêndio. A sequência é trágica, e a animação faz maravilhas para simpatizarmos com a criatura através de suas expressões e gestos.
É claro que James Gunn não pensava no Doninha como, apenas, um monstro, e não é surpresa ver que uma criatura animalesca, em suas mãos, é capaz de nos deixar emocionados. Torceremos para que sua advogada* consiga, um dia, inocentá-lo. No momento, Doninha e o resto do Comando das Criaturas está a caminho da batalha contra Ilana (e Rick e Eric).
*A advogada se apresenta como Elizabeth Bates. Essa é Betty Bates, uma personagem que só apareceu nos quadrinhos da DC nos anos 1940, antes da primeira Crise e reboot. James Gunn foi fundo nessa!