Gal Gadot em Mulher-Maravilha 1984

Créditos da imagem: Warner Bros./Divulgação

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Mulher-Maravilha 1984 | Os principais easter eggs do longa

Filme de Patty Jenkins homenageou fases das HQs e série clássica da heroína

15.12.2020, às 20H43.
Atualizada em 17.12.2020, ÀS 13H21

Sequência do sucesso de 2017, Mulher-Maravilha 1984 marca o retorno de uma das principais personagens da DC Comics às telonas. Sem negar em nenhum momento suas origens nos gibis, o longa presenteou fãs dos quadrinhos com divertidas referências que, embora não alienem quem nunca leu o título da heroína, mostra uma dedicação especial de Patty Jenkins aos fãs mais atentos da revista.

Abaixo, você confere alguns dos principais easter eggs do longa - mas cuidado com spoilers:

Olimpíadas

Quem viu o trailer de Mulher-Maravilha 1984, já sabe que o filme mostra uma competição atlética entre as amazonas que remete às Olimpíadas. A referência ao evento esportivo, no entanto, não para por aí: durante uma espécie de decatlon, as atletas precisam quebrar receptáculos que liberam fumaças de diferentes cores, sinalizando assim o progresso da competição para a torcida. Essas fumaças trazem as cores dos anéis que formam o símbolo das Olimpíadas - azul, vermelho, amarelo e verde. A única exceção é o laranja, que substitui o preto.

Renascimento DC

DC/Divulgação

Enquanto a origem de Diana (Gal Gadot) no primeiro filme é similar à retratada nos Novos 52, Mulher-Maravilha 1984 tem uma de suas primeiras sequências de ação tiradas quase diretamente da fase Renascimento DC. Na revista em questão, escrita por Greg Rucka e desenhada por Nicola Scott, a heroína impede um ataque terrorista a um shopping, desarmando os responsáveis com relativa facilidade. Por mais que o filme mude alguns elementos, como remover Steve Trevor e Etta Candy na batalha, a referência ao primeiro grande feito da Mulher-Maravilha no Mundo dos Homens é clara.

O vulto salvador

DC/Reprodução

Falando em Greg Rucka, um de seus trabalhos mais antigos no título da Mulher-Maravilha também pode ser visto momentos antes da sequência no shopping. Em um dia típico de Washington, Diana usa sua incrível velocidade para salvar civis de acidentes fatais sem ser vista, deixando para trás apenas um vulto. Um momento semelhante aconteceu em Mulher-Maravilha #195, de 2003, em que a amazona passa quase toda a edição enfrentando uma ditadura em supervelocidade, deixando apenas um rastro vermelho e dourado por onde passa.

Etta Candy

Warner Bros./Divulgação

Nos primeiros minutos do filme, fica claro que Diana tem dificuldade em superar os acontecimentos da Primeira Guerra, especialmente a morte de Steve (Chris Pine). O apartamento que mora em Washington, por exemplo, traz diversas imagens e reportagens do pelotão que a acompanhou ao longo da expedição para derrotar Ludendorff (Danny Huston). Mas entre as amizades formadas pela guerra, a mais forte parece ser a que ela compartilhou com Etta Candy (Lucy Davis). Em uma foto colocada em posição de destaque, é possível ver a heroína ao lado da ex-assistente de Steve, em uma idade já bem avançada, no que parece ser um cruzeiro. Nos quadrinhos, a relação das duas é extremamente próxima, como de duas irmã,s e a imagem mostrada neste momento dá a entender que o mesmo relacionamento foi desenvolvido no DCEU.

Asteria

Warner Bros./Divulgação

Um dos pontos altos da divulgação de Mulher-Maravilha 1984 foi a revelação de que a heroína vestiria uma armadura - traje que instantaneamente fez com que os fãs se lembrassem da clássica HQ Reino do Amanhã. No filme, Diana explica que seu traje na verdade veio de Asteria, guerreira que ficou para trás combatendo exércitos inimigos enquanto as amazonas se mudavam para a escondida ilha de Themyscira.

Como é de se esperar, esse nome vem de uma personagem do folclore da cultura grega, que se transformou em uma ave e se jogou no mar para fugir de Zeus. Já no universo DC esse nome também é familiar, já que foi utilizado por uma heroína da Sociedade da Justiça da Terra 1098, além de ser o nome que a Mulher-Maravilha deu para um pássaro tecno-orgânico que a ajudou durante a saga Terra Afogada.

Simon Stagg

Warner/Divulgação

Embora sua aparição no filme tenha pouca relação com sua contraparte dos quadrinhos, o empresário inescrupuloso Simon Stagg dá as caras em Mulher-Maravilha 1984, interpretado por Oliver Cotton. Enquanto nos gibis ele é diretamente responsável pela criação do herói Metamorfo, aqui ele é apenas um investidor ganancioso que foi enganado por Maxwell Lord (Pedro Pascal).

Novos Deuses?

DC Comics/Divulgação

Em determinado momento da trama, Diana reconhece uma escrita como “a língua dos deuses” e diz a Steve que “que muitas divindades já existiram ao longo da história”. Por cima, a passagem pode parecer apenas uma referência a outras crenças e mitos propagados pela humanidade. Mas, considerando os planos da Warner para o lançamento de um longa dos Novos Deuses, é possível que a amazona estivesse fazendo uma pequena referência aos seres de Nova Gênese e Apokolips.

300

Warner Bros./Divulgação

Embora esteja criativamente afastado do DCEU desde sua conturbada e polêmica saída de Liga da Justiça, Zack Snyder tem, ao lado de sua esposa, Deborah, crédito como produtor em Mulher-Maravilha 1984. Responsável pela direção do longa, Patty Jenkins incluiu uma rápida homenagem ao colega, referenciando seu filme de 2006, 300. Em uma cena em que Diana reconta a origem de sua armadura dourada, é possível ver a guerreira amazona que originalmente a trajou enfrentando soldados com túnicas vermelhas presas com medalhões dourados, lembrando muito os soldados espartanos liderados pelo Leônidas de Gerard Butler.

Superman de Richard Donner

Warner Bros./Divulgação

Não é segredo que Patty Jenkins, a diretora de Mulher-Maravilha 1984, é uma grande fã do filme do Superman de 1978. A cineasta já definiu Richard Donner como “o homem que mudou sua vida”, além de reforçar que o longa inspirou a primeira aventura da Amazona em diversos níveis. Essa influência se faz presente também na sequência, no momento em que Diana Prince aprende a voar.

Ainda que ter heróis voando seja algo extremamente comum nas telas, a cena é conduzida como uma clara homenagem a Superman. Com uma trilha sonora épica ao fundo, Diana aprende a voar em uma sequência que à primeira vista pode até causar estranhamento por trazer uma filmagem mais “tradicional” em relação aos padrões atuais, mas se desenvolve em um momento emocionante, comparável à primeira vez que Christopher Reeve levanta voo.

Série com Lynda Carter

CBS/Divulgação

Além do Superman de 1978, outra enorme referência para a Mulher-Maravilha dos cinemas é a série de TV que a personagem ganhou em 1975. Protagonizada por Lynda Carter, a produção se firmou como um dos live-actions mais populares ao lado do Batman de Adam West e marcou gerações de fãs ao apresentar a personagem em carne e osso.

Durante o DC FanDome, a própria Patty Jenkins afirmou que Carter é a razão de os filmes atuais acontecerem, portanto não é de se estranhar que ela tenha prestado homenagem à produção na sequência de abertura. Filmada de uma forma que equilibra o estilo da série dos anos 1970 com os padrões atuais, a cena que Diana impede os assaltantes no shopping remonta todo o clima da produção com um pequeno detalhe de que ela resgata uma das crianças rodopiando - justamente a forma como a Diana Prince de Lynda Carter se transforma na Mulher-Maravilha. Além disso, Gal Gadot reproduz a forma como Carter corria como heroína e todas as cenas em que sua Mulher-Maravilha aparece disparando em direção à ação remetem à produção dos anos 1970.

Zeus

Warner Bros./Divulgação

Assim como Etta Candy, uma rápida referência ao primeiro filme acontece quando a Mulher-Maravilha cria seu famoso Jato Invisível. A Steve Trevor a heroína afirma que andou treinando o poder de tornar coisas invisíveis aos homens, assim como “seu pai fez com Themyscira”. Nesse momento ela está falando sobre Zeus, deus grego responsável por esconder a ilha das Amazonas do resto do mundo através de magia.

Era de Ouro dos Quadrinhos

DC Comics/Divulgação

A história das HQs é dividida em eras, que vão desde a de Ouro - com a criação dos primeiros heróis na década de 1930 - até as chamadas Era Sombria e Era Moderna, em que estamos atualmente. Uma das marcas da Era de Ouro nos quadrinhos era a inocência das histórias, menos preocupadas em estabelecer cânones e grandes eventos e mais em contar uma aventura divertida em questão de poucas páginas.

Só com essa descrição já dá para perceber uma combinação com o tom de Mulher-Maravilha 1984, mas a principal característica talvez seja a criação de poderes sem grandes explicações. Só nesse filme vemos Diana deixar um avião invisível, Barbara Minerva (Kristen Wigg) virar a Mulher-Leopardo em questão de minutos e Maxwell Lord ter um enorme upgrade em seus poderes divinos. Ainda que todos esses tenham explicações plausíveis, o filme toma a esperta decisão de não se alongar em justificativas complexas que só tomariam tempo em tela.

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