1º Festival de Cinema Latino-Americano traz 129 filmes a São Paulo

Começa na próxima segunda-feira, com um certo pesar, o 1º Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo. Pesar porque o continente perdeu dois de seus mais destacados novos cineastas: o argentino Fabián Bielinsky (Nove rainhas, El aura) morreu de ataque cardíaco em São Paulo no último dia 28 e o uruguaio Juan Pablo Rebella (Whisky) suicidou-se na quarta-feira em Montevidéu, aos 32 anos de idade.

Ambos farão muita falta - mas, felizmente, entre a seleção de 129 filmes, fica a certeza de que o cinema latino-americano está bem encaminhado. Até o dia 16, o Memorial da América Latina, o Cinesesc e a Sala Cinemateca exibem, em sessões gratuitas, 73 longas-metragens, 56 curtas, filmes clássicos e alguns inéditos. Ao todo são dezessete os países representados: Argentina, Chile, Bolívia, Brasil, Chile, Colombia, Costa Rica, Cuba, Equador, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, Porto Rico, Uruguai e Venezuela.

Dentre os clássicos, vale mencionar o documentário Memórias do Subdesenvolvimento (de Tomás Gutiérrez Alea, 1968), A hora dos fornos (de Fernando Solanas e Octavio Getino, do mesmo ano), Barravento (de Glauber Rocha, 1961) e Vidas secas (de Nelson Pereira dos Santos, 1963), alguns dos melhores filmes de temática social feitos no continente na efervescente e engajada década de 60. Da produção recente, a Argentina, compreensivelmente, marca presença com Pablo Trapero (Do outro lado da lei), Carlos Sorín (Histórias mínimas) e Lucrecia Martel (A menina santa e O pântano).

E há os filmes que ainda não foram lançados comercialmente no Brasil, como A Febre do Loco, de Andrés Wood (Machuca), O Buda, de Diego Rafecas, e 25 Watts, que Pablo Stoll co-dirigiu ao lado de Rebella, seu parceiro em Whisky. Será como uma homenagem póstuma - completa, aliás, com a exibição do próprio Whisky, filme excepcional, no dia 13, às 19h, na Sala Cinemateca. Dos nomes que vêm a São Paulo para acompanhar o festival, destacam-se Miguel Littin, Marcelo Céspedes, Wood, Juan Carlos Cremata, Marcelo Piñeyro, Santiago Loza e Fernando Birri.

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