ATENÇÃO: Spoilers de Acompanhante Perfeita a seguir!
Acompanhante Perfeita surpreende, já no seu primeiro ato, com uma reviravolta que muitos filmes guardariam para o final: Iris (Sophie Thatcher) é um robô. Mais especificamente, ela é uma androide comprada por Josh (Jack Quaid) para se tornar sua namorada - uma mulher artificial singularmente devota a ele, e que ele pode “desligar” com um simples comando de voz.
A ambição de Josh falou mais alto, no entanto, quando sua amiga Kat (Megan Suri) começou a namorar um ricaço estrangeiro, Sergey (Rupert Friend), e os dois bolaram um plano para matar o cara e colocar a culpa em Iris. A falcatrua, é claro, não dá certo - e a robô, agora consciente de sua própria artificialidade, logo está em fuga pela floresta da propriedade afastada de Sergey.
É a partir dessa premissa que Acompanhante Perfeita vai desenrolando suas outras viradas de trama. Conforme Iris vai tentando fugir do “namorado” e dos amigos dele, descobrimos por exemplo que Eli (Harvey Guillén) também tem um acompanhante robô, Patrick (Lukas Gage), que os ajuda a caçá-la - até a morte acidental de Eli, quando ele entra em crise e Iris aproveita seus sentimentos conflitantes para cooptá-lo para sua causa em um momento tenso.
O clímax do filme, é claro, acontece num confronto solitário entre Iris e Jack. Tentando provar a ela que consegue controlá-la mesmo sem os comandos de voz, ele atira a “namorada” no chão da cozinha e aponta uma arma para sua barriga (em uma luta anterior, descobrimos que é nesta região onde se encontra o “CPU” da moça), mas Iris consegue superá-lo utilizando um abridor de garrafas eletrônico, que vimos em cenas anteriores do longa.
Acompanhante Perfeita, enfim, termina com Iris na estrada, aproveitando a recém-conquistada liberdade. Um segundo carro encosta ao lado dela, com um homem mais velho falando pelos cotovelos e uma moça mais jovem ao seu lado - prevendo a possibilidade de ela ser uma androide também, Iris sorri para a colega e o filme deixa no ar o que acontece a seguir. De uma forma ou de outra, o diretor-roteirista Drew Hancock parece entender sua protagonista como um símbolo de liberação feminina.
Acompanhante Perfeita já está em cartaz nos cinemas brasileiros.
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