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Kong: A Ilha da Caveira | Uma viagem pelo novo mundo dos monstros

Fomos ao Havaí para visitar o set do filme que promete mudar o jeito como vemos um dos maiores astros de Hollywood, o King Kong

02.02.2017, às 14H02.
Atualizada em 02.02.2017, ÀS 14H12

Poucos dias depois da correria Comic Con Experience 2015 chegou um convite irrecusável: visitar o set de Kong: A Ilha da Caveira. O local fazia o pedido ser ainda mais irresistível: a ilha de Oahu, no Havaí. Passagens emitidas, fui ao aeroporto para pegar o primeiro voo de uma jornada que duraria quase 30 horas entre escalas e conexões ao longo dos EUA. Os apertos dos três aviões pelos quais passei valeram a pena na primeira vista da ilha, tão paradisíaca quanto nas fotos e vídeos que vemos na internet.

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De dentro da última aeronave, olhando pela pequena janela à minha direita, peguei o bloco de notas que ainda estava em branco e comecei os relatos que agora serão publicados. Naquele momento, o estado-ilha do Havaí tinha sumido. No lugar dele surgia um dos pedaços de terra mais importantes do cinema, da fantasia de Hollywood. Eu estava na A Ilha da Caveira, a casa do King Kong.

A primeira parada era o departamento de design do filme, que ficava a alguns minutos da praia de Waikiki, onde estava hospedado. O escritório estava vazio, com poucas pessoas trabalhando, pois era um sábado de folga. Quem nos recebeu foi o produtor Alex Garcia, VP da Legendary Pictures. De calça social e com uma camisa de botão, o executivo passava o ar de seriedade que o cargo exigia; até ele começar a falar sobre o roteiro de Kong: A Ilha da Caveira.

Garcia nos levou até o fim do escritório, onde uma sala cheia de storyboards e artes conceituais gritava por atenção. Antes de entrar, ele pediu para ninguém tirar fotos ou registrar as imagens que ali estavam. "Estamos no meio da produção e vocês verão quase tudo que acontece no filme", disse ele, para minha surpresa. Não é comum em set vists você descobrir muito sobre a história do projeto. Na verdade, é mais comum sair do set com pouquíssimas informações novas. Com Kong foi diferente.

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A sala dos storyboards estava realmente cheia de spoilers. Àquela altura, ainda sem trailer ou qualquer imagem do projeto, ver o King Kong pela primeira vez e saber que ele seria o maior de todos foi uma grande surpresa. "Queremos mostrá-lo como uma criatura assustadora e majestosa, um rei dentro de seu território. Por isso o tamanho", contou Garcia. Ao lado dos conceitos do macaco, vários outros monstros mostravam a magnitude da fantasia a ser explorada por A Ilha da Caveira. Búfalos gigantes, louva-deuses quase humanóides e polvos com cara de Kraken são algumas das criaturas perdidas por ali.  

No meio de todos esses, os Skull Crawlers eram os mais presentes. Criaturas brancas e violentas que habitam a ilha, esses seres rastejantes têm diversos tamanhos e feições. "Eles são bichos que vivem ali há anos e são um dos principais inimigos de Kong. Eles foram responsáveis pelas mortes de vários outros 'kongs', se assim podemos definir", contou o produtor. As ossadas gigantes espalhadas pelas artes que mostravam Skulls sedentos por algo corroboram a informação de Garcia.

Um monstro envolto nas sombras, maior e mais macabro que os Crawlers estava escondido no meio das artes. "Quem é esse?", perguntei. "Esse é o maior inimigo de Kong, mas ainda não podemos falar muito sobre ele. Posso dizer que Kong é o cara que protege e tenta manter o equilíbrio das coisas na Ilha. Esse outro monstro não segue essa linha mais nobre, digamos", revelou Garcia, entregando que teremos um rival à altura do macaco. E não é o Godzilla. Por enquanto.

As imagens da sala se misturavam entre essas criaturas e cenários que lembram um mundo mágico. Um RPG que mescla uma floresta macabra com a serenidade de um paraíso esquecido na Terra. "A ideia é realmente tornar a Ilha da Caveira um personagem tão complexo e único quanto as pessoas que estarão no filme. Fomos gravar em localidades como Austrália, Inglaterra, o próprio Havaí e o Vietnã, onde fizemos imagens incríveis. A mistura desses países dará uma cara bem particular à Ilha, que vai ganhar esse ar de fantasia com ajuda do nosso departamento de design, que está explorando ao máximo isso como vocês podem ver", contou Garcia.

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A composição deste mundo não se restringe a monstros e cenários exóticos. Como todo filme de King Kong pede, o elemento humano está presente. A ideia, porém, é se afastar dos clássicos e trazer um tom de conflito e  exploração à produção. Jordan Vogt-Roberts, o diretor e idealizador do projeto, adicionou uma pitada de Guerra do Vietnã ao mito da Bela e a Fera no qual Kong se inspira. "Nosso filme é muito menos romance do que os outros. Adoro o primeiro Kong, acho o filme de Peter Jackson incrível, mas o nosso é bem diferente. Mais fantástico, mais debochado em certos momentos. Queremos ser mais épicos", nos relembrou Alex Garcia.

A Guerra do Vietnã está na estética, na inspiração e na história de A Ilha da Caveira. Os minutos finais da nossa estadia na sala foram reservados para uma narração de Garcia sobre a primeira cena do filme. "Teremos uma briga entre dois soldados que caem numa ilha desconhecida. Eles duelam em cima de uma montanha e depois de mostrarmos a grandeza do local, uma sombra gigantesca aparece atrás da dupla. Eles param de lutar e enxergam o um macaco gigante surgindo atrás da névoa. É a primeira vez que vemos um King Kong tão grande e ameaçador". E enquanto contava, Garcia apontava para as artes que ilustravam a cena, quase sempre com uma paleta de cor puxada ao laranja, lembrando o sol forte do Vietnã e focando nos uniformes clássicos dos soldados americanos daquela época.

"Não temos problema nenhum em falar que nos inspiramos em Apocalypse Now ou Platoon. São filmes incríveis, não há por que negar essa inspiração", confessou o produtor, que mostrava cada uma das artes com um entusiasmo digno de um fã de fantasia de longa data. "Queremos fazer um mundo fantástico como ainda não vimos nessa franquia", disse. "É o começo de um universo de Monstros dentro da Legendary e Warner, senhor Alex? Teremos a união entre Godzilla e King Kong mesmo?", perguntei. "A ideia é essa, mas não queremos nos prender a isso por agora. Precisamos apresentar o nosso Kong, que ainda é um jovem, um ser em formação. Depois veremos as batalhas maiores que ele enfrentará daqui pra frente. E eu sempre apostarei meu dinheiro nele", brincou o executivo.

Kong: A Ilha da Caveira chega aos cinemas em 9 de março. 

*Essa é a primeira parte da visita do Omelete ao set de Kong: A Ilha da Caveira. Nos próximos dias, confira os detalhes da gravação, entrevistas com atores como Tom Hiddleston, Brie Larson, Samuel L. Jackson e com o diretor Jordan Vogt-Roberts.

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