O Oscar 2018 acontece no próximo dia 4 de março e preparamos um especial comentando os indicados em cada categoria. Abaixo saiba mais sobre os escolhidos em Melhor Filme Estrangeiro:
- Conheça os indicados ao Oscar 2018
- 18 curiosidades sobre os indicados
- 13 esnobados do Oscar 2018
- Leia as críticas e saiba como ver os filmes indicados
- Reações dos indicados ao Oscar 2018
- Conheça os indicados em Melhor Direção
- Conheça os indicados a Melhor Ator e Melhor Ator Coadjuvante
- Conheça os indicados a Melhor Animação
MELHOR FILME ESTRANGEIRO
Parte oficial das honrarias da Academia da Artes e Ciências Cinematográficas desde 1956 (entre 1947 e 1955 a estatueta era entregue ocasionalmente, mas sem competição entre filme indicados), a categoria premia longas-metragem feitos fora dos EUA e com diálogos que não sejam predominantemente em inglês. Ao contrário de outras categorias, o prêmio não é entregue a um indivíduo, sendo aceito na maior parte das vezes pelo diretor, mas considerado um prêmio para todo o país.
Corpo e Alma (Hungria)
Vencedor de quatro prêmios no Festival de Berlim em 2017, Corpo e Alma é escrito e dirigido por Ildikó Enyedi, que voltou ao cinema após um hiato de 18 anos. A história é sobre Endre e Mária, dois colegas de trabalho que descobrem que têm o mesmo sonho todas as noites: se encontram em uma floresta na forma de cervos e se apaixonam. Eles decidem levar esse sentimento para o mundo real, mas isso é mais difícil do que eles imaginavam. Em entrevista ao SRW, a diretora explica como teve a ideia da história: “A ideia do sonho compartilhado chegou à minha mente de uma forma irreparável. A certeza é que, sem tentar fazer um filme ‘junguiano’, sua abordagem sobre o inconsciente comum que nos conecta faz muito sentido para mim. Nos nossos sonhos alcançamos diretamente essa camada escondida da nossa psique. Esse é o lugar em que o pessoal e o universal se encontram”.
O Insulto (Líbano)
Comandado por Ziad Doueiri (O Atentado), o filme libanês mostra como uma disputa entre dois povos afeta o cotidiano das pessoas. Na história, Toni (Adel Karam) é um cristão libanês que sempre rega suas plantas na varanda. Um dia ele acidentalmente molha o refugiado palestino Yasser (Kamel El Basha) e esse pequeno insulto se torna uma disputa judicial com dimensão nacional. Em entrevista ao Gold Derby, o diretor Doueiri revelou que a ideia surgiu de um fato que aconteceu em sua vida: ele molhou um estranho por acidente, enquanto regava suas plantas. Houve uma pequena discussão, mas ele decidiu se desculpar. “Alguns dias depois comecei a pensar que aquilo poderia realmente sair do controle. Poderia se tornar algo muito, muito perigoso”.
Sem Amor (Rússia)
O representante da Rússia no Oscar 2018 é Sem Amor (Loveless), comandado por Andrey Zvyagintsev (Leviatã). Na história, um casal começa o processo de separação depois que encontram outros companheiros. Eles buscam o melhor momento para contar ao filho de 12 anos, mas o garoto foge depois de testemunhar mais uma briga. O filme ganhou o Prêmio do Júri no Festival de Cannes em 2017. “Sem Amor é a história de um divórcio doloroso de uma família comum de classe média de Moscou. Essa característica comum é parte da razão para escolhê-los e não pessoas de classes sociais mais baixas, que mais frequentemente tratam seus filhos de forma horrível. De repente, no meio dessas pessoas que parecem prósperas e conhecem a vida, vemos que o filho se tornou um fardo para eles”, afirmou o diretor em entrevista ao Deadline.
The Square - A Arte da Discórdia (Suécia)
Com Elisabeth Moss (The Handmaid’s Tale) no elenco, The Square - A Arte da Discórdia chega ao Oscar 2018 depois de vencer a Palma de Ouro em Cannes, em 2017. No longa, Christian (Claes Bang) é o curador de um museu que está passando por diversos problemas na vida profissional e pessoal. Para atrair um público maior, ele cria uma instalação chamada The Square, feita para estimular o altruísmo e a responsabilidade dos seres humanos. Mas o próprio Christian mostra o quanto isso é difícil quando reage de forma inesperada ao roubo do seu celular. Em entrevista ao Collider, o diretor Ruben Ostlund revela que fez o filme baseado em uma instalação real criada por ele junto com um amigo. O objetivo - tanto do filme, quanto da instalação real - é criticar um movimento na Suécia de criar comunidades fechadas. “Se você olha para essas comunidades, é uma forma agressiva de dizer ‘aqui estão as fronteiras da nossa responsabilidade. Não nos responsabilizamos pelo que está além do portão’. Isso é uma mudança de atitude da sociedade, estamos cada vez mais individualistas”.
Uma Mulher Fantástica (Chile)
Estrelado pela atriz transexual Daniela Vega, Uma Mulher Fantástica é o representante da América Latina no Oscar 2018. Premiado três vezes no Festival de Berlim em 2017, o longa conta a história de Marina (Vega), uma cantora que se envolve com um homem gentil, que parece ser o amor de sua vida. Porém, após a morte repentina dele, Marina precisa enfrentar questionamentos sobre tudo: desde seu relacionamento, até a causa da morte, e ainda é impedida de se despedir de seu amor. Esse é praticamente o filme de estreia de Vega, que atuou apenas em La Visita, em 2014. Falando ao The Guardian, a atriz ressalta a importância política da produção, que vai além da parte emocional: “O filme quer que você questione onde você está na sociedade. Você está com a família de Orlando ou com Marina? Ao invés de responder perguntas, o longa tenta fazer perguntas sobre tudo. Quais corpos podemos ou não habitar? Quais histórias de amor são válidas e quais não são? Por que alguns grupos oprimem outros por achar que eles não estão de acordo com os limites ‘normais’?”.
O Oscar 2018 será apresentado novamente por Jimmy Kimmel, com cobertura completa do Omelete no site e nas redes sociais.