“O tênis usa a linguagem da vida. Vantagem, serviço, falta, tempo, amor, os elementos básicos do tênis são aqueles de uma existência diária, porque cada partida é uma vida em miniatura”. A frase de André Agassi que abre Borg/McEnroe estabelece que esse não é apenas um filme sobre uma lendária partida de tênis. A final do Torneio de Wimbledon em 1980 foi além das máximas do esporte - vitória ou derrota - e mudou profundamente o sueco Björn Borg e o americano John McEnroe.
Como em uma partida que obriga os olhos do espectador a irem de um lado para o outro para acompanhar o curso da bola, o roteiro bem estruturado de Ronnie Sansahl e a montagem engenhosa de Per K. Kirkegaard e Per Sandholt movimenta uma narrativa não-linear sem perder o foco. As vidas de Borg e McEnroe são reveladas aos poucos, mas não como meros flashbacks. A história é encadeada, com um movimento como consequência do outro.
As atuações de Sverrir Gudnason (Borg) e Shia LaBeouf (McEnroe) garantem credibilidade para a profundidade psicológica a que o filme de Janus Metz se propõe. Retratados como opostos pela mídia - a frieza sueca e a rebeldia americana - os dois atores vão além dos diálogos para construir personagens tridimensionais. Quando chega a hora da derradeira partida, recriada com uma ansiedade autêntica do esporte, não existem mais mocinhos e vilões.
Tudo vai além das aparências, o que torna Borg/McEnroe acessível mesmo para quem não entende nada de tênis. Seu objetivo é apenas falar a verdade: o seu maior adversário é sempre você mesmo.
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Ano: 2017
País: Suécia, Dinamarca, Filândia
Classificação: 12 anos
Duração: 108 min
Direção: Janus Metz Pedersen
Roteiro: Ronnie Sandahl
Elenco: Tuva Novotny, Sverrir Gudnason, Shia LaBeouf, Sverrir Gudnason, Stellan Skarsgård, Tuva Novotny, David Bamber, Björn Granath, Robert Emms, Colin Stinton, Jane Perry, Leo Borg, Scott Arthur, Tom Datnow, Ian Blackman, Janis Ahern, Marcus Mossberg, Jackson Gann, Roy McCrerey