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É muito comum os atores, diretores e produtores que voltam para fazer a continuação de um filme dizerem que estavam esperando o roteiro certo. Este foi o discurso utilizado por Catherine Zeta-Jones para marcar sua volta à personagem Elena de la Vega e, por incrível que pareça, desta vez o clichê se justifica. Apesar de um argumento fraco e com alguns furos, o roteiro de A lenda do Zorro (The legend of Zorro, 2005) tem momentos de muita ação, humor, romance e, claro, lutas de espada. O resultado chega a ser surpreendente, pois não confere muito com o que é mostrado no trailer. Confesso que quando vi a tal peça promocional pensei que iam transformar o Zorro em um filme de explosões, algo à la Jerry Bruckheimer (produtor de Pearl Harbor, Armageddon). Porém, o que se vê na tela é um herói que faz tudo utilizando apenas a sua destreza na esgrima e agilidade na hora de pular entre telhados ou saltar no lombo do seu cavalo, Tornado. Aliás, o eqüino é protagonista de algumas das melhores tiradas presentes no script, como quando acompanha seu dono em uma bebedeira, no momento em que mostra suas raízes mexicanas e na cena em que os dois estão em cima de um trem. A formação de uma nação A história se passa dez anos depois dos acontecimentos do filme original. O casal formado por Alejandro e Elena tem um filho, Joaquin (Adrian Alonso), que não sabe a identidade secreta do pai, mas sente falta da figura paterna em casa e sonha em um dia se tornar o Zorro, herói de todo o povo californiano.
O cenário político da fita remonta um pouco o que vivemos há pouco, com as pessoas votando um referendo. O que estava em jogo por lá era a entrada da Califórnia como o 31º Estado norte-americano. Outro possível paralelo político mostra a urgência de um grupo em destruir a nação emergente antes que ela se torne uma potência mundial.
As complicações começam quando Elena se cansa do comprometimento - que ela julga excessivo - de Alejandro com o povo, deixando de lado sua própria família. O herói sai de casa e começa a beber para esquecer a desilusão. Não demora para a linda ex-sra. de la Vega conseguir um outro pretendente, o francês Armand (Rufus Sewell), antigo amigo e que agora chega à Califórnia para montar uma vinícola na região. Programa família Eventualmente, como já era de se esperar, pai, mãe e filho acabam atuando juntos para garantir um final feliz. Zeta-Jones e Banderas continuam cheios de charme e a química entre os dois funciona muito bem. É impossível imaginar um filme em que os dois não terminem juntos. Mas a grande surpresa é o pequeno Adrian. O jovem mexicano de 11 anos só sabe falar espanhol e teve de decorar as suas falas em inglês para participar da produção, mas sua participação rende boas cenas de ação e funciona de gancho para um possível terceiro episódio da série. A presença do pequeno ator é mais uma prova de que A lenda do Zorro é um filme família. Apesar de tiros, duelos de espadas e explosões, não há uma única gota de sangue em todos os seus 129 minutos. Com esta fórmula, a Sony Pictures conseguiu baixar a censura da série. Se A máscara do Zorro não era recomendado para pessoas menores de 13 anos, o novo filme recebeu indicação livre nos Estados Unidos. Se você precisa de uma motivação final para sair de casa e encarar um filminho neste fim de semana, basta saber que na noite em que Thomas e Martha Wayne foram assassinados, eles estavam saindo de uma sessão de A marca do Zorro... e qualquer semelhança entre o Cavaleiro das Trevas e o mascarado californiano não é mera coincidência.
Ano: 2005
País: EUA
Classificação: 12 anos
Duração: 129 min
Elenco: Martin Campbell, Roberto Orci, Antonio Banderas, Catherine Zeta-Jones
