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Pica-Pau: o Filme | Crítica

Sem protagonista carismático, filme não vale pela nostalgia e também não conquista um novo público

04.10.2017, às 15H35.
Atualizada em 04.10.2017, ÀS 16H04

Antes da popularização da internet e dos smartphones no Brasil, a maior parte das crianças consumia conteúdos pela TV e tinha opções apenas entre o que era oferecido nos canais. Com isso, não é novidade que várias gerações tenham crescido com o Pica-Pau, personagem de Walter Lantz que povoava as manhãs nas emissoras. Porém, o filme do personagem, que mistura computação gráfica e live-action, não vale pela nostalgia e dificilmente vai conseguir conquistar uma nova geração.

Na trama do longa, que tem a brasileira Thaila Ayala no elenco, o pássaro começa a importunar uma família da cidade grande, que vai para a floresta construir um imóvel. Essa história poderia facilmente fazer parte dos desenhos clássicos do personagem, mas as semelhanças param por aí.

O primeiro erro de Pica-Pau: o Filme, e talvez o pior de todos, é não ter um protagonista carismático. Famoso no Brasil, o pássaro é conhecido por ser bagunceiro, engraçado, cínico e não ter lá muitos escrúpulos. No filme, tudo isso aparece de forma muito amenizada e isso se torna ainda pior quando o próprio Pica-Pau acaba não aparecendo muito em comparação com os atores de carne e osso. Por ser o único personagem em computação gráfica, é de se imaginar que o estúdio gastou bastante em cada minuto de tela, mas essa redução faz com que seja difícil criar uma empatia e gostar do personagem.

Já com esse demérito, o filme peca também com a atuação de seus protagonistas, que são artificiais em tudo, desde as interações com o Pica-Pau, algo já esperado por conta dos efeitos, até as conversas entre si, gestos, reações. Não seria surpresa se todos também fossem digitais. A única exceção da lista é Timothy Omundson (Galavant, Psych), que faz o chefe da família e consegue entregar uma atuação melhor em alguns momentos, mas nada que consiga salvar a produção.

Pica-Pau: o Filme chega ao Brasil com cópias dubladas e esse é outro ponto que não favorece o longa. Thaila Ayala dubla a si mesma em português no longa e, além de um claro problema de sincronização que afeta todos os personagens, a atriz tem dificuldades em reproduzir suas próprias falas de forma natural.

Com todos esses pontos negativos, o longa também não fica atrativo para o público infantil, que já é acostumado a consumir conteúdo de várias plataformas e dificilmente conseguirá se relacionar com uma produção tão rasa. No fim, Pica-Pau: o Filme prova que técnica e um personagem conhecido não são nada sem boas atuações e uma história convincente.

Nota do Crítico
Ruim
Pica-Pau: o Filme
Woody Woodpecker
Pica-Pau: o Filme
Woody Woodpecker

Ano: 2017

País: EUA

Classificação: LIVRE

Duração: 94 min

Direção: Alex Zamm

Roteiro: Alex Zamm, William Robertson

Elenco: Timothy Omundson, Thaila Ayala, Eric Bauza

Onde assistir:
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