A internet foi pega de surpresa neste sábado (21), quando o TMZ reportou que Blake Lively entrou na justiça americana contra Justin Baldoni, diretor e co-protagonista do filme É Assim que Acaba. No processo submetido na última sexta-feira (20), a atriz acusa Baldoni de assédio sexual e de coordenar um ataque contra a sua imagem.
Logo após a divulgação da notícia, a defesa de Baldoni negou as acusações, dizendo em um comunicado que as declarações do processo são falsas e parte de um esforço da atriz para reabilitar a sua reputação na esfera pública.
Entenda o caso
De acordo com o New York Times, o processo afirma que as gravações de É Assim que Acaba se tornaram tão hostis que o estúdio, a Sony Pictures, organizou uma reunião geral da equipe para resolver o problema. Marido de Blake Lively, Ryan Reynolds participou desse encontro.
Na reunião, os advogados da atriz dizem que foram acertados algumas medidas relacionadas ao comportamento de Baldoni no set. Por conta do diretor e ator, foram proibidos no set a exibição de vídeos de nudez e de mulheres para Lively, a menção de um suposto vício em pornografia de Baldoni, a discussão de conquistas sexuais do cineasta e comentários sobre o peso da atriz e da genitária da equipe técnica e do elenco. Além disso, foi proibida pela Sony a menção ao pai de Lively, que morreu em 2021.
Um documento incluído no processo aponta ainda que a produtora baniu a inclusão de cenas adicionais de sexo no filme, incluindo situações de sexo oral e de planos que mostrassem o rosto de Lively enquanto chegava a um orgasmo.
A situação levou Lively e a autora do livro, Colleen Hoover, a se recusarem a fazer a turnê de divulgação do filme com Baldoni, que também foi isolado do elenco. A escritora ficou insatisfeita com o trabalho do diretor, mas a relação azedou de vez quando ele tentou denunciar à escritora sobre as acusações movidas pela atriz.
Já sobre as acusações de destruição de reputação, a equipe jurídica de Lively afirma que o problema começou na fase de criação do marketing do longa. Enquanto a atriz buscava vender o filme pela resiliência da protagonista, Baldoni queria focar o tema da violência doméstica da história.
A trama do filme acompanha Lily Bloom, papel de Lively, uma moça que decide começar uma nova vida em Boston. A protagonista acredita que encontrou o amor verdadeiro com Ryle, vivido por Baldoni, um charmoso neurocirurgião, mas aos poucos percebe que a relação se tornou um problema.
O conflito entre atriz e diretor acabou entrando na pós-produção do longa, que ganhou dois cortes. Lively financiou uma segunda versão do filme, contratando montadores e um compositor à parte e garantindo a inclusão de uma canção original feita por Taylor Swift. A iniciativa teve apoio da Sony, que decidiu seguir com o corte da atriz e a tornou em produtora creditada da adaptação —Baldoni, vale citar, foi quem comprou os direitos do livro em 2019, via a produtora Wayfarer Studios.
A reportagem do New York Times afirma que o diretor teria começado aí uma campanha para minar a imagem de Lively nas redes sociais. Em mensagens de texto incluídas no processo, o agente de Baldoni comenta com um executivo do estúdio que o diretor "queria que Lively se sentisse enterrada" na imprensa. Na época da estreia do longa, o jornal diz que a linha de produtos de beleza da atriz sofreu uma queda nas vendas.
O processo continuou depois do lançamento de É Assim que Acaba, e a defesa de Lively afirma que a Sony considerou o filme um fracasso comercial. Números oficiais no Box Office Mojo afirmam que o projeto custou US$ 25 milhões e fez US$ 351 milhões nas bilheterias mundiais.
Em resposta às acusações, a defesa de Justin Baldoni classifica o processo como "uma vergonha" e diz que as acusações feitas por Blake Lively são falsas. Ao NYT, os advogados do diretor afirmam que a atriz também plantou notícias negativas contra o seu cliente.
"Isso é mais uma tentativa desesperada de 'consertar' a sua reputação negativa, construída a partir de suas próprias declarações e ações", dizem os advogados em comunicado à imprensa.
Segundo o New York Times, Baldoni e a produtora Wayfarer contrataram para a sua defesa a gerente de crise Melissa Nathan, que trabalhou para Johnny Depp no caso judicial do ator contra a ex-esposa e atriz Amber Heard. Ela também já repreentou os rappers Drake e Travis Scott.