O Festival de Cannes é um dos mais importantes marcos do cinema internacional há décadas, e em anos recentes ganhou um caráter de "previsor" do Oscar. Desde 2022, pelo menos três filmes exibidos na Croisette são indicados em Melhor Filme no Oscar. Ano passado, Anora levou a Palma de Ouro lá, iniciando uma trajetória vitoriosa que só parou no Oscar. Não é exagero dizer, então, que em 2025, o caminho para o Oscar começa na França.
Pensando nisso, listamos 10 filmes (e um bônus) que mal podemos esperar para ver no Festival de Cannes 2025, que terá cobertura in-loco do Omelete.
1. O Agente Secreto
Kleber Mendonça Filho já é figura conhecida do Festival de Cannes, participando algumas vezes do evento – mais recentemente com Bacurau e Retratos Fantasmas. Agora, o diretor brasileiro retorna num grande momento do cinema nacional. Após a vitória de Ainda Estou Aqui no Oscar e prêmio de O Último Azul em Berlim, é justo dizer que o Brasil tem em O Agente Secreto, um suspense com Wagner Moura, sua próxima grande expectativa.
Quando estreia no Brasil: Segundo semestre.
2. Highest 2 Lowest
A nova versão do clássico Céu e Inferno (High and Low) de Akira Kurosawa ficou de fora do anúncio oficial da seleção de Cannes, mas sua presença no festival foi confirmada pelo próprio diretor Spike Lee pouco depois. O que aconteceu? Não sabemos, mas agora está confirmado: Highest 2 Lowest, mais uma colaboração de Lee com Denzel Washington, vai para a Croisette. Não há o que discutir: ele é, de longe, um dos grandes títulos de 2025.
Quando estreia no Brasil: Segundo semestre.
3. Missão: Impossível - O Acerto Final
Na grande transformação de Cannes numa casa para lançamentos hollywoodianos, Tom Cruise já é uma figura importante. Depois de lançar Top Gun: Maverick lá em 2022, o astro retorna este ano com o clímax da saga de Ethan Hunt: Missão: Impossível - O Acerto Final. Não é exagero dizer que Cruise, e esta franquia, estão entre os grandes nomes do cinema de ação, e o astro ganhou um lugar especial entre os defensores desta arte. Não há lugar melhor para seu filme, então.
Quando estreia no Brasil: 22 de maio.
4. It Was Just an Accident
Preso pelo regime iraniano em 2010, Jafar Panahi tem usado seu cárcere (ele foi inicialmente condenado à prisão domiciliar, mas hoje pode se mover livremente desde que não saia do Irã) para continuar falando sobre a situação política de seu país. Um ano depois da prisão, seu importantíssimo Isto Não é um Filme registrou seu tempo preso em casa, e Sem Ursos registrou a dura realidade da censura cultural na nação. Agora, ele tem outro filme, que certamente será tão urgente quanto: It Was Just an Accident.
Quando estreia no Brasil: Sem data.
5. O Esquema Fenício
No bom francês, Wes Anderson já virou tout à fait em festivais internacionais, e com razão. Poucos cineastas têm uma voz tão reconhecida e reconhecível como o diretor de Asteroid City e Grande Hotel Budapeste. Novamente munido de um grande elenco (Benicio del Toro, Scarlett Johansson, Tom Hanks, Benedict Cumberbatch, Michael Cera e muitos outros), ele retorna a Cannes com uma espécie de filme de espionagem. Adoraremos ver seus truques aplicados a mais um gênero.
Quando estreia no Brasil: 29 de maio.
6. The Mastermind
Apesar de não ter um dos nomes mais conhecidos do cinema norte-americano, Kelly Reichardt pode assumir, tranquilamente, um lugar entre os cineastas mais confiáveis do momento. A diretora de First Cow brilha há anos com seu slow cinema, e agora traz um filme cuja premissa é simplesmente irresistível: em The Mastermind, Josh O'Connor, Alana Haim e John Magaro protagonizam uma história de roubo de arte durante a guerra do Vietnã.
Quando estreia no Brasil: Sem data.
7. Nouvelle Vague
Em termos de ideias arriscadas, essa está lá em cima. A influência da Nova Onda do cinema francês na arte de Richard Linklater é inegável; basta ver Antes do Pôr-do-Sol. Em nenhum lugar do mundo a escola é tão adorada como em Cannes, e é para lá que ele está levando Nouvelle Vague, filme que dramatiza os bastidores daquele que pode muito bem ser o maior clássico do movimento: Acossado de Jean-Luc Godard. Todo crítico francês entrará nessa sessão pronto para pegar em armas.
Quando estreia no Brasil: Sem data.
8. Sentimental Value
Joachim Trier finalizou sua trilogia de Oslo de maneira maravilhosa com A Pior Pessoa do Mundo, que deu a Renate Reinsve o prêmio de melhor atriz em Cannes. Agora, ele começa uma nova fase, ao lado da atriz, em Sentimental Value. É hora de ver se os dois entrarão de vez na lista de combinações imperdíveis de diretor/ator do cinema atual.
Quando estreia no Brasil: Sem data.
9. Eddington
Ari Aster tem feito seu nome através dos pesadelos que dirige, sejam eles assustadores (Hereditário, Midsommar) ou cômicos (Beau tem Medo). Sua nova empreitada possui grande elenco – Pedro Pascal, Joaquin Phoenix e Emma Stone – e uma carga política até então ausente de seus projetos. Se passando numa cidadezinha durante a pandemia, Eddington mostra dois oponentes na disputa pela prefeitura (Pascal e Phoenix) com visões contraditórias sobre como lidar como a covid. Soa diferente, ousado e arriscado, quando levamos em conta sua filmografia.
Quando estreia no Brasil: Sem data.
10. Alpha
Uma das Palmas de Ouro mais surpreendentes dos últimos anos veio quando Julia Ducournau venceu com Titane em 2021. De volta a Cannes, ela traz com Alpha outra história, desta vez sobre uma garota de 11 anos numa versão fictícia da Nova York dos anos 1980. Ducournau vem falando sobre a especificidade da experiência feminina há anos, e Alpha segue nessa linha.
Quando estreia no Brasil: Sem data.
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