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Festival de Cannes | Tony Manero era um vingador dos pobres, diz diretor de Os Embalos de Sábado à Noite

Filme completa 40 anos em 2017 e será homenageado no evento

20.05.2017, às 12H24.
Atualizada em 07.08.2017, ÀS 16H30

Tony Manero, o rei das pistas de dança celebrizado por John Travolta ao som dos Bee Gees, está ficando velho: neste sábado o Festival de Cannes vai comemorar seus 40 aninhos. Vai ter projeção de Os Embalos de Sábado à Noite nas areias da Croisette esta noite, em comemoração das quatro décadas de sucesso deste cult.

Lançado em 1977, o filme - centrado na jornada de inclusão social do jovem Manero pelas discotecas de Nova York – vai ser revisitado na mostra Cinéma de la Plage, num telão improvisado em frente ao mar, que serve como chamariz de publico turista para o Festival de Cannes. Cogita-se a vinda de Travolta e do realizador do longa: o inglês John Badham. Mito da TV americana, onde atualmente é responsável pela direção de episódios de Supernatural Rush Hour, além de uma colaboração direta em Arrow, o cineasta falou com o Omelete de véspera, por email, sobre detalhes da produção, que custou US$ 3 milhões e faturou US$ 237 milhões pelo mundo afora.

Tony Manero era um vingador dos pobres, um herói das classes mais baixas, um herói de uma Nova York que Travolta, vindo de Jersey, conhecia muito, com um olhar fresco de quem busca afirmação”, disse Badham. “O estilo daquele personagem era algo que espelhasse o universo da Disco Music e não algo que se parecesse com o modo de dançar de bailarinos da Broadway ou de dançarinos de balé clássico. Era rua. Era miscigenação cultural. Era batida eletrônica. Seu gestual precisava transmitir a sensação de ser fruto do autodidatismo das ruas, de quem aprendeu improvisando, vendo gente dançar na TV. Cada passo tinha de parecer improvisado. Por isso, até hoje, tem gente que encara nossa estética como algo próximo do documental”.

Esta noite Cannes recebe um dos títulos mais esperados do evento, entre as (poucas) produções americanas escolhidas pela curadoria: o thriller Wind River, de Taylor Sheridan. O roteirista de A Qualquer Custo, um dos concorrentes ao Oscar deste ano, ataca aqui na direção, explorando a realidade dos índios dos EUA no mundo de hoje. Elisabeth Olsen vive no filme uma recruta do FBI incumbida de investigar a morte de uma jovem numa reserva do Wyoming. Lá ela se une com um misterioso rastreador (Jeremy Renner) para desbravar aquele mundo e saber o que esta encoberto nos bastidores do assassinato. Sheridan foi selecionado para a seção Un Certain Regard, de onde saiu o filme mais aclamado entre todos os títulos já exibidos, das mais variadas mostras da Croisette este ano:  Western, um drama social de secura exasperante, rodado com não atores. Sua trama fala do choque entre operários alemães e búlgaros na realização de uma obra, num vilarejo onde reina a xenofobia, de ambos os lados.

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