David Harbour, Archie Madekwe e Orlando Bloom em cartaz de Gran Turismo

Créditos da imagem: Divulgação

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Gran Turismo traz história real de gamer que virou piloto

Archie Madekwe, Orlando Bloom e David Harbour estrelam produção dirigida por Neill Blomkamp; Omelete conversou atores e cineasta

Omelete
4 min de leitura
21.08.2023, às 08H00.

Com o sucesso de Super Mario Bros. – O Filme e The Last of Us, ficou difícil bater na tecla de que adaptações de videogames não dão certo. Mas o desafio de Gran Turismo, estrelado por Archie Madekwe, Orlando Bloom e David Harbour, é ainda maior. Afinal, não se trata de um game com história, mas de um simulador de corridas.

Então a reação de Neill Blomkamp (Distrito 9) ao ser convidado para dirigir Gran Turismo: De Corredor a Jogador, que estreia na quinta-feira (24) no Brasil, foi um grande "MAS COMO ASSIM?", como ele contou ao Omelete em entrevista durante o Festival de Cannes, em maio.

Eu não conseguia entender como era possível transformar Gran Turismo em um filme. Não fazia sentido”, disse Blomkamp. Mas aí ele leu o roteiro e viu que se tratava da história real de Jann Mardenborough (Archie Madekwe, de See e Midsommar), um jogador de videogame que se tornou piloto de verdade. “Percebi que a abordagem era bem inteligente, porque você não está dentro da narrativa do game, mas fora do jogo, testemunhando os personagens interagirem com o game e o que ele significa”, contou o diretor.

O maior atrativo para Blomkamp, na real, era se tratar de uma produção sobre esportes com um tom positivo. “Fiz muitos filmes sombrios e distópicos, e esse roteiro me fazia lembrar dos filmes que via quando tinha 13 anos, que me inspiravam a tentar fazer algo difícil.

Foi essa história improvável como só a realidade oferece que instigou Orlando Bloom, que interpreta Danny Moore, o executivo baseado em Darren Cox que criou a GT Academy, com jogadores de Gran Turismo competindo por uma vaga para correr pela Nissan em corridas como as 24 Horas de Le Mans. O responsável por treinar esses jovens é Jack (David Harbour).

É uma ideia louca de tirar esses garotos do sofá e jogá-los em pistas de corrida de verdade e ver o que acontece”, disse Bloom, em Cannes. “Danny é um homem apaixonado, um visionário. Ele me lembrou um pouco o Jerry Maguire, com aquela paixão que o Tom Cruise sempre executa tão bem. Queria tentar interpretar paixão pura, e foi bem divertido.”

O Jann de Archie Madekwe é autoconfiante ao ponto de ser convencido. “Uma coisa é ser arrogante atrás do console, porque, se você errar, é só apertar o botão e começar de novo. Mas, na pista, um erro é questão de vida e de morte. Foi legal ver o crescimento desse garoto durante o filme”, disse o ator.

A parte mais desafiadora mesmo, lógico, foi estar ao volante. “Foi a coisa mais difícil que já fiz na minha vida”, disse Madekwe, que também está em Agente Stone, da Netflix. “Eu saía do carro vomitando, tinha de me deitar no chão. Tomava medicamentos para conseguir terminar. Seu corpo nunca está preparado para a força-G.

Mas Madekwe teve mais treinamento para ficar craque no Gran Turismo do que para se tornar piloto. “O que vemos no filme sou eu passando por aquelas coisas pela primeira vez, como foi a experiência de Jann. Ele saiu de seu quarto para um cockpit.

O ator inglês não mente: houve momentos em que queria dar o fora dali. “Fizemos primeiro todas as cenas mais dramáticas. Quando me sentei no carro pela primeira vez, pensei: ‘Cometi um grande erro. Por quantos meses vou ter de fazer isso? Vou morrer’.

Claro que ele contou com a ajuda de especialistas e de um time de dublês, mas o filme foi feito sem muito CGI. “Toda vez que você me vir atrás do volante, sou eu mesmo, em velocidade de corrida. Não tive medo, porque sabia que estava em boas mãos.

Para Bloom, o grande trunfo de Gran Turismo, o longa-metragem, é justamente abdicar da tela verde. O ator, que teve uma camaradagem instantânea com Blomkamp porque ambos trabalharam com Peter Jackson, contou ter ficado confiante ao ouvir do diretor que sua ideia era fazer uma história emocionante e baseada em fatos, rodando em locações de verdade, como Dubai e Budapeste, com carros reais.

Ele brigou muito por isso, porque não é fácil nem barato. Só que funciona muito, é autêntico”, disse Bloom. “Agora imagine essa conversa daqui um ano com a inteligência artificial”, completou o ator, sem saber que, dali a algumas semanas, sua categoria estaria em greve justamente para se proteger dos efeitos da IA no cinema e na televisão.

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