John Woo em evento no Festival de Cinema do Havaí, em 2019 (Amy Sussman / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP)

Créditos da imagem: John Woo em evento no Festival de Cinema do Havaí, em 2019 (Amy Sussman / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP)

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Como começar a assistir John Woo?

Mestre da ação, que retorna com O Silêncio da Vingança, tem currículo riquíssimo

Omelete
1 min de leitura
12.12.2023, às 14H44.

O lançamento de O Silêncio da Vingança nos cinemas brasileiros marca a primeira vez em algum tempo que o diretor John Woo, um dos maiores ícones do cinema de ação de Hong Kong, chega às telonas por aqui. Embora esteja afastado de Hollywood desde o começo dos anos 2000, o cineasta de 77 anos não perdeu nem um pouco da vitalidade, e seu novo filme deve despertar o interesse de muita gente que ainda não conhece seu legado.

A seguir, o Omelete apresenta um guia prático de como começar a destrinchar essa filmografia rica e tremendamente influente - seguindo esse caminho, vai dar para entender como a inventividade de Woo foi chave para que pudéssemos ter filmes de ação brilhantes de Matrix a John Wick, de O Profissional a The Raid.

Sabe como é, né? Se você quer o melhor, vá direto na fonte.

Comece por: A Outra Face (1997)

Impossível fugir dos fatos: estrelado por John Travolta e Nicolas Cage, A Outra Face encarna a arte de John Woo melhor do que qualquer outro projeto de sua filmografia. Nunca uma obra com uma trama tão absurda (um policial e um terrorista que vivem se perseguindo literalmente trocam de rosto através de um procedimento experimental), atuações tão exageradas e potencial blockbuster tão óbvio foi tão facilmente ofuscada pela explosão de estilo do seu diretor, que se torna a verdadeira estrela da produção.

Pode ser que você conheça o filme, hoje em dia, só pelos momentos virais concentrados na performance fora da caixinha de Cage (e ele merece!), mas assista à cena de tiroteio acompanhada por “Somewhere Over the Rainbow” (na versão de Olivia Newton-John!) só uma vez e temos certeza que você vai esquecer os memes completamente. 

Disponível no Star+.

E vá direto para: Fervura Máxima (1992)

O papel do detetive durão “Tequila” Yuen fez de Chow Yun-fat um astro internacional, carimbando seu passaporte para Hollywood, enquanto Woo deu adeus a sua primeira fase em Hong Kong com o épico de ação mais aclamado de sua carreira. Acompanhando uma dupla de policiais com métodos (e motivações) nada convencionais que precisam unir forças para derrubar uma gangue de traficantes de armas, Fervura Máxima extrapola todos os cacoetes que fizeram a estrela de Woo durante os anos 1980 e 1990 em Hong Kong.

Disponível somente em mídia física.

Quer mais Hollywood? Tente: O Alvo (1993)

No auge de seus poderes em Hollywood, Jean-Claude Van Damme era afeito a trazer grandes diretores asiáticos para os EUA a fim de turbinar os seus blockbusters de ação. Antes de Ringo Lam (Risco Máximo) e Hark Tsui (A Colônia), foi a vez de John Woo dirigir o astro belga em O Alvo, outro filme com uma trama bizarramente atribulada (Van Damme é um ex-soldado que concorda em ajudar uma desconhecida a procurar seu pai, só para descobrir que ele foi vítima de uma organização que organiza caçadas humanas para ricaços) que dificilmente é lembrado por algo que acontece em seu plot.

Apesar da sombra inescapável de A Outra Face, fãs da fase Hong Kong de Woo costumam apontar O Alvo como o seu melhor filme em Hollywood - uma destilação mais pura, e certamente menos megalomaníaca, do apelo de seu cinema.

Disponível somente em mídia física.

Missão: Impossível 2 (2000)

Frequentemente citado como o pior filme da franquia, Missão: Impossível 2 ainda tem muitos charmes para os fãs de John Woo. Abordando uma marca estabelecida de Hollywood pela primeira e última vez, o diretor escolheu extrapolar a fascinação de M:I com identidades falsas e reviravoltas e aplicar às cenas de ação estreladas por Tom Cruise e cia todos os seus recursos visuais mais impactantes. O resultado é o filme mais básico (no sentido de mais elemental, mesmo) da franquia, o que pode ter incomodado um público acostumado a continuações que se limitavam a fazer mais e maior do que os originais.

Disponível no Prime Video, Star+, Paramount+, HBO Max e Telecine.

E também: A Última Ameaça (1996, no Star+), Códigos de Guerra (2002, no Prime Video) e O Pagamento (2003, para aluguel e compra na Amazon e no iTunes).

Curtiu mais Hong Kong? Tente: Bala na Cabeça (1990)

A primeira dica da fascinação de Woo com histórias de guerra veio bem cedo em sua carreira, quando o épico criminal Bala na Cabeça contou a história de três amigos que, no auge da Guerra do Vietnã, fogem da violência das gangues em Hong Kong e se tornam chefões do mercado ilegal em Saigon - o que, por sua vez, os coloca na mira dos vietcongues e dos americanos. Vale ver também por ter uma das melhores performances da carreira de Tony Leung, uma pérola especialmente para quem só o conhece por Shang-Chi ou pelos dramas de Wong Kar-wai.

Disponível no Oldflix.

Alvo Duplo (1986-87)

A origem de um hábito marcante de Woo (dividir seus épicos de ação em duas partes), Alvo Duplo precisou de mais de 3h para contar sua história sobre dois irmãos em lados opostos da lei, cujo envolvimento com policiais corruptos e gangues perigosas os levam de Hong Kong para Nova York. Unindo os superastros Chow Yun-fat e Leslie Cheung, esta superprodução mostra as alturas que Woo era capaz de atingir quando era dado um passe livre em sua terra natal.

Disponível somente em mídia física.

E também: O Matador (1989, no Looke), Rajadas de Fogo (1991, somente mídia física) e Caçadores de Homens (2017, na PlutoTV).

Quer algo bem diferente? Tente: A Batalha dos Três Reinos (2008-09)

Depois de deixar Hollywood, Woo se entrincheirou de volta em Hong Kong e matutou A Batalha dos Três Reinos por cinco anos. O resultado foi um épico de 5h de duração, dividido em duas partes, sobre a campanha militar histórica que unificou os vários reinos que faziam parte da China milhares de anos atrás. Trazendo Tony Leung de volta ao leque de colaboradores de Woo, o filme reafirmou a estrela do diretor na Ásia, e mostrou que ele era mais do que o mestre da ação urbana que debandou para Hollywood.

Disponível somente em mídia física.

E também: Reino de Assassinos (2010, somente mídia física) e The Crossing (2014-15, somente mídia física).

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