A 90ª edição do Oscar será realizada no próximo dia 4 de março, e o preparamos um especial explicando as categorias do prêmio. Agora vamos entender melhor o prêmio de Melhor Fotografia.
Especial: Conheça os Indicados
- Melhor Filme
- Melhor Direção
- Melhor Ator e Melhor Ator Coadjuvante
- Melhor Atriz e Melhor Ator Coadjuvante
- Melhor Animação
- Melhor Filme Estrangeiro
- Melhores Efeitos Visuais
- Melhor Maquiagem e Cabelo
- Melhor Canção Original
- Melhor Design de Produção
- Melhor Trilha Sonora
- Melhor Edição de Som e Melhor Mixagem de Som
- Melhor Roteiro Original e Melhor Roteiro Adaptado
- Melhor Montagem
MELHOR FOTOGRAFIA
Presente desde a primeira edição do Oscar, em 1929, a categoria premia o diretor de fotografia, responsável por comandar as câmeras no set e por tomar decisões técnicas e artísticas em relação a imagem, escolhendo lentes, filtros, iluminação e outros componentes que correspondam a visão do diretor.
Roger Deakins - Blade Runner 2049
É a 14ª indicação de Roger Deakins, que é o campeão vivo de indicações sem nenhuma vitória da história do Oscar. O próprio diretor de fotografia admite que, na década de 90, quando ele ainda estava construindo a sua reputação e foi indicado por Um Sonho de Liberdade, Fargo e Kundun, uma estatueta teria impacto significativo na sua carreira. Hoje, aos 68 anos, o fato de escolher os filmes que fará e trabalhar com a própria equipe é o seu prêmio. Além disso, Deakins questiona a valorização de certos trabalhos em detrimento de outros, citando também os feitos de Jordan Cronenweth no primeiro Blade Runner e Kazuo Miyagawa, colaborador de Akira Kurosawa, que nunca foram reconhecidos pela Academia. Em Blade Runner 2049, trabalhou com o diretor Denis Villeneuve desde a pré-produção: “Minha forma de acelerar as coisas era criar um diálogo com Roger desde cedo. Seria um diálogo e não eu sonhando sozinho, o que leva muito tempo no meu caso”, explica o cineasta.Os chegaram ao conceito de uma distopia realista, unido influências do mundo todo, buscando “algo que parecesse possível baseado no que já está acontecendo hoje”, conta Deakins.
Bruno Delbonnel - O Destino de Uma Nação
É a quinta indicação de Bruno Delbonnel, que já esteve presente em edições passadas com O Fabuloso Destino de Amélie Poulain (perdeu para Andrew Lesnie por O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel), Eterno Amor (perdeu para Robert Richardson por O Aviador), Harry Potter e o Enigma do Príncipe (perdeu para Mauro Fiore por Avatar) e Inside Llewyn Davis (perdeu para Emmanuel Lubezki por Gravidade). Um dos maiores desafios da colaboração com Joe Wright em O Destino de Uma Nação foi dar dinamismo a longas cenas de diálogos e tornar crível o visual de Gary Oldman como Churchill. “Você precisa ter em mente que o público está vendo Gary Oldman interpretar Winston Churchill e você precisa fazer com que esqueçam disso. A pergunta não é sobre como dar vida a Churchill, mas como fazer o público esquecer que aquele é Gary Oldman usando prostéticos”, explica.
Rachel Morrison - Mudbound – Lágrimas sobre o Mississipi
É a primeira indicação de Rachel Morrison, que também é a primeira mulher a receber uma indicação na categoria. Inicialmente, sua intenção era rodar o longa de Dee Rees em filme, mas o orçamento e o cronograma de produção a forçou a buscar reproduzir o visual pretendido digitalmente. Para tanto, a diretora de fotografia subiu o ISO das imagens para criar ruído nas imagens e usou lentes antigas, da década de 70. “Há muitas anormalidades óticas que ajudam a dar um toque analógico. Acho que a ideia era fazer o digital parecer o mais analógico possível simplesmente estragando o processo”, explica.
Hoyte van Hoytema - Dunkirk
É a primeira indicação de Hoyte van Hoytema na sua segunda colaboração com Christopher Nolan. "Depois de Interestelar, sabíamos que queríamos continuar filmando em um formato grande. Chris realmente queria essa experiência cinematográfica, ele realmente queria fazer justiça a tela gigante do IMAX, queria que fosse visceral”, explica. Para tanto, Hoytema trabalhou para tornar as câmeras mais versáteis, com equipamentos que permitiam mobilidade e lentes especiais que pudessem ser usadas em espaços pequenos e em close-ups. “A câmera quer seguir a ação. Nossos atores estão puxando a câmera para onde ela precisa estão. É uma forma reativa de filmar, que pode ser comparada a um documentário, onde você sempre está um pouco atrás da ação. Você não precisa estar lá quando a bomba cai, você passa enquanto acontece. Tentamos o máximo possível dar essa experiência em primeira mão”.
Dan Laustsen - A Forma da Água
É a primeira indicação de Dan Laustsen e seu terceiro trabalho com Guillermo del Toro depois de A Colina Escarlate e Mutação. "Nesse filme, Sally Hawkins precisa parecer uma verdadeira estrela de cinema. Isso era muito importante para Del Toro e para mim também. Ao mesmo tempo, estávamos preocupados com sombras profundas e luzes laterais”, explica Laustsen sobre o projeto, que contrasta dois mundos, um de fantasia e outro uma realidade brutal. Inicialmente, o longa seria rodado em preto e branco, mas depois da mudança as cores se tornaram essenciais. “Todas cores do filme foram feitas na câmera, não tocamos nas cores na pós-produção. O visual é exatamente o que fizemos no set com filtros. (...) Azul Steel é uma cor que usamos em Mutação. Trabalhamos com verdes no apartamento dela e o Azul Steel. Essa é a paleta de cores e usamos muito isso quando eles estão se apaixonando no banheiro, depois mudamos para uma paleta de cores mais quentes”, explica.
O Oscar 2018 será apresentado novamente por Jimmy Kimmel, com cobertura completa do Omelete no site e nas redes sociais.