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Crítica

Um Suburbano Sortudo | Crítica

Longa aposta em humor comum para conversar com público

11.02.2016, às 11H41.

De alguns anos para cá, o público já se habituou com as comédias nacionais que tratam o dia a dia do brasileiro de um ponto de vista da oportunidade econômica. Mesmo com a crise, a ascensão social continua no cinema, e o diretor de Até que a Sorte nos Separe, Roberto Santucci, volta a esse tema em Um Suburbano Sortudo.

Com foco na cultura da periferia, o longa conta a história de Denílson (Rodrigo Sant'Anna), um camelô que descobre ser herdeiro de uma grande fortuna deixada pelo pai que nunca conheceu. Imerso em um mundo de riquezas, festas e carrões, ele precisa lidar com os outros membros da família, que não ficaram nada felizes com sua chegada, e com sua paixão por Sophie (Carol Castro), enteada de seu falecido pai.

Além de interpretar o protagonista, Sant'Anna faz o papel de todos os outros membros da família, cada um carregando consigo um estereótipo: a tia que cuida de todo mundo, o tio idoso e encostado, o rapaz que tem uma banda de pagode e sonha em fazer sucesso e a adolescente que vive na academia. Se você reconhecer tais clichês pode dar uma ou duas risadas. Do contrário, talvez ache forçado esse esforço de Sant'Anna de ser o Eddie Murphy brasileiro.

Ao humor de caricatura que Sant'Anna já exercitava na televisão, como um dos principais nomes do elenco do Zorra Total, o filme acrescenta um repertório específico, o da música popular que também atravessou diversas classes sociais desde os anos 1990, do pagode ao funk carioca (Um Suburbano Sortudo não perderia a oportunidade de fazer piada com a surra de bunda). De novo, é uma aposta num humor e em referências que parecem de nicho popular, mas talvez estejam já plenamente disseminados.

A trama também tenta ir além do humor com a história do pai de Denílson, que construiu um império dos móveis vendendo para pessoas humildes - algo que se assemelha muito à trajetória de algumas lojas brasileiras. Nessa parte, o diretor segue para a seriedade e coloca uma cena mais dramática com Sant’Anna, que não vai mal, mas também não parece muito à vontade.

De todos os elementos de ascensão social e econômica presentes em Um Suburbano Sortudo, só faltou tomar um pouco de coragem e levar em consideração que, na prosperidade, o público também pode crescer culturalmente. Com tantas produções do gênero sendo realizadas no Brasil, fica a vontade de ver um humor mais elaborado que não precise apelar para os gases e fezes de sempre. 

 

 

Nota do Crítico
Regular
Um Suburbano Sortudo
Um Suburbano Sortudo
Um Suburbano Sortudo
Um Suburbano Sortudo

Ano: 2015

País: Brasil

Direção: Roberto Santucci

Elenco: Carol Castro

Onde assistir:
Oferecido por

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