Valentina Herszage em entrevista ao Omelete (Divulgação)

Créditos da imagem: Valentina Herszage em entrevista ao Omelete (Divulgação)

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Entrevista

As Polacas é “cinema de resgate histórico” que fala de sororidade, diz Herszage

No drama, atriz interpreta imigrante polonesa na São Paulo do início do século XX

Omelete
2 min de leitura
12.12.2024, às 06H00.

Valentina Herszage acredita no potencial do cinema de ensinar ao público sobre a história do seu próprio país. Em entrevista ao Omelete, a atriz destacou esse caráter de resgate histórico que existe em As Polacas, novo drama de João Jardim, onde ela interpreta uma imigrante polonesa que chega a São Paulo no início do século XX, e logo se vê enredada em um esquema de tráfico sexual.

Eu amo fazer esse tipo de cinema que resgata a história, acho que é uma maneira que a gente tem de chegar nas pessoas, uma maneira lúdica e democrática de trazer conhecimento e levantar questões”, comentou. “Quando eu estou lendo um roteiro, a primeira coisa que penso é: O que isso aqui movimenta? O que eu vou falar para as pessoas através desse filme?”.

Herszage fala com conhecimento de causa - ela passou o ano de 2024 revisitando diferentes épocas da história do Brasil na tela de cinema. Em As Polacas é a era da imigração europeia para o nosso país, mas com Ainda Estou Aqui e O Mensageiro ela teve a oportunidade de mergulhar em um período ainda mais traumático: a ditadura militar.

Isso é curioso, porque apesar de ambos se passaram nessa época da ditadura, parece que a cada ano tínhamos atrocidades diferentes naquele regime. O Mensageiro se passa em 1969, e eu interpreto uma personagem inspirada na [diretora do filme] Lúcia Murat, que foi presa e torturada aos 19 anos de idade. Já Ainda Estou Aqui acontece em 1971, um momento em que isso se tornava mais comum, as pessoas realmente começaram a desaparecer e não voltar nunca mais. Foi o caso do Rubens Paiva, que deixou a Eunice quando sumiu, refletiu ela.

Ela vê paralelos entre as histórias dessas mulheres  e aquelas que protagonizam em As Polacas, apontando que o filme de Jardim fala de exploração sexual e tráfico humano, mas também de sororidade. Eu gosto de dizer que é um filme que trata, sim, da violência e do abuso, mas é também um filme esperançoso, que fala da união dessas mulheres, completou. “No set, criamos uma trupe, era um diálogo muito aberto, uma equipe de bastidores quase toda feminina, e um ambiente muito acolhedor.

Além de Herszage, As Polacas conta com Caco Ciocler, Dora Freind, Otávio Müller e Letícia Magalhães no elenco. O longa já está em cartaz nos cinemas brasileiros.

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