Viserys I, ocupante do Trono de Ferro em A Casa do Dragão (House of the Dragon), é tido por boa parte de sua corte (e do público) como um rei fraco. Mas seu intérprete, o ator Paddy Considine, tem outra visão sobre o monarca: segundo o britânico, Viserys sofre por não se encaixar no que é esperado dele.
“Viserys não é movido por poder; na verdade, ele é um homem incorruptível, para seu próprio detrimento”, diz ele, em conversa com o Omelete. “O trabalho de ser rei é algo que ele acha difícil porque as pessoas querem um tirano. Elas entendem melhor a tirania do que a razão e a gentileza”.
Para Considine, nada disso significa que Viserys seja, necessariamente, um mau rei. “O mantra é: ‘ele é um bom homem, mas um mau rei’, mas eu não acho que isso seja verdade. Não considero que ele seja um mau rei; ele só não é o rei que as outras pessoas queriam”, afirma, antes de notar que, apesar disso, o monarca não é particularmente hábil com as politicagens que seu trabalho pressupõe.
- [primeiras impressões] A Casa do Dragão volta às origens de Game of Thrones para começo afiado
- [lista] Confira os easter-eggs e as referências do 1º episódio de A Casa do Dragão
- [entrevista] Matt Smith sofreu com peruca platinada: “Trabalhoso”
- [entrevista] Como elenco lidou com o legado de Game of Thrones
“Ele é um cara sensível; ele tem consciência de qual é o jogo, mas não acho que ele saiba jogá-lo. Acho, pessoalmente, que ele é muito sentimental e muito humano para ser rei”, completa.
[Atenção: a partir daqui há alguns spoilers do primeiro episódio de A Casa do Dragão]
Todos esses elementos, acredita, ganham um peso adicional após Viserys nomear sua filha, Rhaenyra (Milly Alcock na adolescência), como sua herdeira. “Não é uma decisão que ele toma levianamente”, diz. “Ele entende o que aquele trono faz com as pessoas, e ele colocou esse fardo em sua filha. Há muitos comentários sobre ele nomear uma mulher, mas ele é um pai. Sua única escolha é sua filha, e ele entende que possivelmente a está condenando”.
Outra relação do rei que ganha destaque nesta reta inicial da série é a (conflituosa) com seu irmão Daemon (Matt Smith) – banido por Viserys após insultar publicamente seu filho morto. “Acho que em algum momento eles provavelmente eram próximos, mas isso mudou quando Viserys se tornou rei”, opina Considine. “Daemon é muito volátil, e Viserys arruma desculpas para ele até que Daemon o ofende tão profundamente que ele não tem opção a não ser bani-lo, porque, senão, ele vai matá-lo”.
O ator continua: “Eles são ligados por sangue, então você tem que fazer o que é certo, mas, para ser honesto, acho que ele tem dificuldades com o fato de Daemon ser seu irmão”.
Trono desconfortável
Falando sobre os bastidores da série, Considine conta ter uma relação ambivalente com o tão cobiçado Trono de Ferro.
“Eu fiquei muito impressionado com os sets, mas especialmente com a sala do Trono”, lembra. “Eu tive um momento de pensar ’uau, mal posso esperar para sentar aí’. Me senti muito orgulhoso, e tive muito respeito por ele”.
Na hora de gravar, no entanto, as expectativas não corresponderam exatamente à realidade: “[O Trono] é desconfortável para caramba”, diz, bem-humorado. As disputas familiares, pelo jeito, não são os únicos problemas de Viserys na série.
A Casa do Dragão vai ao ar aos domingos, às 22h, na HBO e na HBO Max.
