LEGO O Hobbit é mais uma das adaptações da Traveller's Tales para franquias consagradas nos cinemas. É de se pensar se a empresa não está lançando títulos demais em um curto espaço de tempo. Com LEGO Marvel Super Heroes, do fim de 2013, e The LEGO Movie Videogame, que chegou aos consoles em fevereiro, este é o terceiro jogo da fórmula em menos de seis meses.

Também é inevitável a comparação com LEGO O Senhor dos Anéis, lançado no fim de 2012. O jogo anterior explora a Terra-média, mas em locais diferentes dos abordados pela primeira trilogia de Peter Jackson. Neste game, a história tem elementos de O Hobbit - Uma Jornada Inesperada e O Hobbit - A Desolação de Smaug. Enquanto o primeiro game ia aos confins de Mordor, passando por Minas Tirith, o novo título conduz o jogador pelos domínios do rei élfico Thranduil, a Cidade do Lago e a montanha solitária, Erebor.

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Por mais que a equipe de aventureiros conte com Bilbo e Gandalf, a maior parte da aventura exige habilidades dos 13 anões da companhia de Thorin Escudo-de-Carvalho. Assim como Gimli, no game anterior, todos possuem um machado que permite abrir rachaduras nas paredes. Mas os membros do grupo têm poderes individuais interessantes. Bombur, por exemplo, pode se estufar de comida e transformar o barrigão em um trampolim. Dori tem um mangual e se pendura em ganchos, enquanto Bofur usa sua picareta para a mineração.

Principalmente no começo, fica difícil distinguir os anões por falta de orientação do jogo. Quando uma habilidade específica é mencionada, apenas uma miniatura do rosto do personagem aparece, sem seu nome. É preciso memorizar o rosto e procurá-lo em meio à equipe. Provavelmente, foi a solução encontrada para evitar confusões com os nomes muito semelhantes da Companhia. Mas não é como se os rostos de bonecos LEGO fossem muito diferentes entre si para permitir a diferenciação imediata.

Depois de LEGO Marvel, que inovou ao apresentar personagens com características individuais marcantes, LEGO O Hobbit não impressiona com sua variedade. Os anões variam pouco de seus companheiros, fazendo com que alguns caiam no esquecimento. Oin, Gloin e Nori, por exemplo, só se tornam úteis em raras ocasiões, quando é preciso empilhá-los para atingir locais mais altos.

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Como em todos os jogos da franquia, tudo fica mais divertido no modo cooperativo. Algumas cenas do filme até foram reinventadas para alojar dois personagens. Bilbo não fica mais sozinho com Gollum, nem com Smaug - recebe a ajuda de um orc desorientado e de Balin, respectivamente.

A jogabilidade em geral não é muito diferente do costumeiro: enfrentar ondas de inimigos e resolver passatempos simples. Uma novidade é o sistema de construção de itens, que ganhou mais complexidade. Agora, em vez de exigir apenas blocos de mithril, os produtos precisam de pedras, placas de madeira e metais. Estes materiais podem ser encontrados ao derrotar inimigos ou destruir partes do cenário.

Os materiais dão novo significado à destruição dos arredores no game. Agora, além de arrecadar pecinhas LEGO (o dinheiro da franquia), o jogador acumula recursos para construção. Porém, chegar a uma missão e não ter os itens necessários para a forja é problemático. É preciso sair pela Terra-média procurando um material específico, numa tarefa que pode ser entediante. Em alguns casos, é possível trocar com mercadores ou comprar a matéria-prima - gastando pecinhas que poderiam ser usadas para algo melhor, como destravar personagens.

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Não que seja um grande problema percorrer a Terra-média. Este é o jogo mais bonito já feito pela TT Games, com cenários fiéis ao filme. A diversão de verdade começa ao fim da campanha, quando o mundo inteiro fica à disposição do jogador - terminar a história completa apenas 30% das tarefas.

A variedade de afazeres é impressionante, mesmo que às vezes as missões paralelas sejam repetitivas. Com outros personagens, é possível revisitar as fases e abrir novas áreas, dobrando o espaço explorável. Mas criar um mundo tão grande tem seu custo: slowdowns são frequentes e o ângulo da câmera torna impossíveis algumas seções de plataforma. Em uma cena, o jogo travou a tal ponto que o PlayStation 3 usado para testá-lo teve que ser desligado.

Levando em conta a quantidade de jogos LEGO lançados em um período tão curto de tempo, LEGO O Hobbit não é essencial - ainda mais por não acrescentar tantas novidades a série. No entanto, não é por isso que o game deixa de render boas horas de diversão, sendo uma boa adaptação dos filmes da franquia.

LEGO O Hobbit está disponível para PlayStation 3, PlayStation 4, Xbox 360, Xbox One, PC, Wii U, Nintendo 3DS e PlayStation Vita.

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Nota do crítico