Sempre que um cineasta assume uma franquia de grande renome, o questionamento é inevitável: como fazer para manter os fãs antigos ligados na nova aventura, e ao mesmo tempo conquistar um novo público? Em entrevista ao Omelete, o diretor James Mangold confessou que não gosta dessa pergunta - inclusive, em relação ao seu novo filme, Indiana Jones e a Relíquia do Destino.
“A coisa mais difícil para mim é responder perguntas que são sobre marketing, e não sobre o processo criativo. Eu não sei como conquistar os fãs, e não posso ficar pensando nisso. Eu não sou a pessoa que precisa pensar em quais ‘quadrantes’ do público estarão interessados no meu filme”, diz ele. “Talvez seja bobo da minha parte, mas tudo o que eu faço é tentar me certificar de que o filme vai funcionar. O meu trabalho é fazer o carro andar, e não me certificar de que o carro será atrativo para determinadas pessoas.”
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O cineasta admitiu, no entanto, que assumir uma saga com a importância de Indiana Jones apresenta desafios únicos: “Ao mesmo tempo que existe uma demanda para honrar esse legado, existe uma demanda para fazer algo novo com esses personagens. De um ponto de vista criativo, como faço as duas coisas? De certa forma, também preciso me afastar da mentalidade do marketing, parar de pensar em como colocar traseiros nas cadeiras do cinema, e começar a pensar em qual é a história de Indy nesse momento de sua vida, e o que a faz interessante para mim.”
Respeito pela história da franquia é o que não falta, garante ele.“Eu cresci admirando esses filmes. Cresci admirando Harrison Ford, Steven Spielberg, Kathleen Kennedy, George Lucas, John Williams. Essas são pessoas que moldaram o meu amor pelo cinema. Ter essa oportunidade foi glorioso, mas o que me fez aceitar a proposta mesmo foi o afeto com o qual todas essas pessoas me receberam. Isso fez com que eu sentisse que seria uma das melhores experiências da minha vida… e realmente foi!”
Indiana Jones e a Relíquia do Destino já está em cartaz nos cinemas brasileiros.
ATENÇÃO: Spoilers de Indiana Jones e a Relíquia do Destino a seguir!
Se você saiu da sessão de Indiana Jones e a Relíquia do Destino lamentando o pouco tempo de tela de Shaunette Renée Wilson, saiba de uma coisa: você não foi o único. Em entrevista ao Omelete, a atriz disse que também torcia para a sua personagem, a agente governamental Mason, “virar a casaca” e começar a ajudar Indy.
“Infelizmente, ela se sente presa por seu trabalho, por sua posição. Acredito que ela não percebe com quem está lidando, em relação a Indy - ela não sabe quem é esse arqueólogo lendário e heróico. Isso leva ela a ser pega de surpresa pelos seus colegas, pela aliança com o diabo que o seu próprio governo fez”, reflete.
Em uma cena de quebrar o coração no meio de A Relíquia do Destino, Mason insiste para o vilanesco Dr. Voller (Mads Mikkelsen) abandonar a sua busca pelo artefato arqueológico da vez e seguir as ordens do governo - mas a resposta do capanga Klaber (Boyd Holbrook) é abatê-la com um tiro no peito.
“Ela é sacrificada pelo bem da trama”, define Wilson. “É claro que eu adoraria que ela tivesse ficado do lado certo da história, mas não era assim que estava escrito.”
Mikkelsen, enquanto isso, tem uma outra teoria sobre as motivações da personagem. “Bom, obviamente ela tem um crush em Voller”, brinca o dinamarquês.
Indiana Jones e a Relíquia do Destino já está em cartaz nos cinemas brasileiros.