O Anime Friends 2023 retornou para sua edição de 20 anos com força total. Se na primeira edição, em 2003, os otakus tinham apenas pastel, Mupy e um sonho, esse ano, o cardápio estava recheado de atrações e celebridades.
O final de semana foi marcado pelo Pavilhão Anhembi recheado de cosplayers, atores originais das principais franquias de tokusatsu e muito pop e rock japonês. Mas nem tudo são flores em eventos desse porte, e os velhos golpes rolaram nos arredores do espaço.
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Após fazer a alegria de milhares de otakus durante quatro dias de evento lotado, o Anime Friends retorna no próximo ano, com a edição confirmada para os dias 18, 19, 20 e 21 de julho de 2024, no Pavilhão Anhembi.
Por ser um evento presencial, muitos fãs ficam distantes da experiência do festival. Por esse motivo, separamos um resumo da edição 2023 em cinco tópicos-chave. Confira abaixo:
Tokusatsu
O evento recebeu com ineditismo no Brasil o trio de atores Takumi Hashimoto (Jiraiya), Takumi Tsutsui (Jiraiya) e Hiroshi Watari (Jaspion) para conhecer os fãs e falar sobre os bastidores de suas famosas série tokusatsu. Do outro lado, tivemos ainda um super trio feminino formado pelas atrizes Mai Oishi (Changeman), Makoto Sumikawa (Spielvan e Kamen Rider Black) e Kiyomi Tsukada (Machineman e Jaspion), que falaram sobre a importância de trabalhar nas primeiras obras tokusatsu que ganharam o mundo.
O espaço para o gênero no evento foi grandioso, com palestras, meet & greet com os talentos e chance de encontrar com eles gratuitamente pelos corredores do evento. Em um dos estandes havia réplica das armaduras usadas nas produções que eles fizeram parte, mostrando que o carinho pelo trabalho deles não diminuiu com o passar dos anos.
J-music
Outro ponto forte do Anime Friends 2023 foram os shows. O evento otaku se transformou em um verdadeiro festival, levando bandas e artistas japoneses famosos por dar voz a icônicas aberturas de anime. A banda Flow, responsável pelas aberturas mais famosas de Naruto voltou ao país após cinco anos e tocou em dois dias, quinta-feira e domingo. De “Go!!” a “Cheia de Manias”, do Raça Negra, o grupo foi o ponto alto do evento, com o público se apertando no pequeno espaço reservado para o palco.
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Outro destaque foi a banda Scandal, que já cantou aberturas de Fullmetal Alchemist e Bleach. Pela primeira vez no Brasil, a maior banda feminina de J-rock levou o público do festival à loucura no domingo com “Shoujo S” e “Shunkan Sentimental”. Quem também deixou muito otaku rouco foi a banda Burnout Syndromes, que emplacou aberturas de Haikyuu e Dr. Stone. Durante seu show, a banda levou ao palco os vocalistas da Flow, Keigo e Koshi, para cantar, pela primeira vez fora do Japão, a parceria “Samurai”. Quem também subiu ao palco do Burnout foi a cantora Asca, do Sacra Music. Juntos eles cantaram “Kunoichi”, uma música inédita.
Fechando a lista de destaques musicais, a cantora Nano levou muito rock and roll ao palco principal na quinta-feira e cantou hits como “No pain, No game”.
Cosplays
Um dos grandes destaques de qualquer evento de cultura pop são os cosplays. Independentemente do ano, é impossível andar pelo Anime Friends sem esbarrar em um cosplayer a cada poucos passos. Nessa edição, o evento foi invadido por Luffys (de One Piece), personagens de Attack on Titan e muitos personagens de grandes franquias de videogames. Além de uma área para os cosplayers, houve mais uma edição do palco onde os participantes realizaram o famoso desfile do evento.
Descontos
A edição teve preços divididos. Enquanto alguns colecionáveis somavam alguns bons salários mínimos, do outro lado tivemos promoções de mangás e gibis nos estandes das principais editoras presentes. Obras mais caras, como as edições de Junji Ito da Pipoca & Nanquim, eram encontradas com bons descontos. Mas se ainda assim o visitante não pudesse pagar por esses títulos mais salgados, também era possível encontrar obras por até R$ 10. As lojas que vendiam camisetas personalizadas e itens decorativos também estavam com algumas promoções e descontos acumulativos.
Golpes
E nem tudo são flores. Como é muito comum em todos os eventos nerds de São Paulo, a entrada do Pavilhão Anhembi estava recheada de espertinhos mal-intencionados. Enxergando no público — formado majoritariamente por adolescentes — presas fáceis, golpistas tentavam de várias formas conseguir dinheiros dos visitantes. Alguns se passavam por funcionários do evento, outros por “organizadores de fretado” e o mais comum: vendedores insistentes e invasivos que geralmente preferem abordar quem está sozinho. Confira abaixo algumas das táticas:
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Golpe da revistinha: o golpe mais velho dos eventos nerds. Um grupo mal-encarado de meia-idade aborda adolescentes na porta do evento se apresentando como universitários que querem financiar a formatura. Em seguida podem acontecer duas coisas: ou eles anunciam a venda da revista, ou dizem que estão dando, mas pedindo uma doação simbólica. Entretanto, essa doação sempre vem com um valor mínimo. E a revista? Bom, ela com certeza não é um item que alguém iria querer comprar, ainda mais num momento tão digital. As impressões geralmente são antigas ou se tratam de material promocional.
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Chaveirinho: outra prática comum é a venda de chaveirinhos de borracha aleatórios. Os vendedores abordam os adolescentes e oferecem vários chaveiros de borracha com acabamento inferior. Esses itens, facilmente encontrados por R$ 2 em bancas de jornais são vendidos a preços exorbitantes. A venda em si não é o grande problema, mas a abordagem utilizada por esses vendedores em geral é intimidadora, tentando fazer com que a pessoa se sinta pressionada a comprar.
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Golpe da van/assinatura: uma tática adotada na era digital é o roubo de dados. Homens sem identificação se espalham pela porta do evento e dizem ser da organização da van/transfer. Eles pedem dados como nome completo, CPF e RG na promessa de garantir o lugar no veículo. Isso é mentira. O controle de transfer em eventos não costuma ser feito dessa maneira. E se você comprou seu ingresso, o evento já tem os seus dados. Para roubar informações, os golpistas também fazem a velha tática da assinatura: prometendo um serviço ou produto para a vítima, eles pedem vários dados que nunca se sabe como serão usados.
Aqui vão algumas dicas: sempre desconfie de pessoas sem identificação, como crachá e credencial; nunca compartilhe seus dados pessoais com desconhecidos; não siga desconhecidos para longe do evento; se precisar encontrar com um amigo, procure os pontos de encontro oficiais do evento; e sempre que se sentir inseguro ou pressionado, procure um staff uniformizado e, se achar necessário, chame a polícia. Essas situações infelizmente são rotinas em grandes eventos e é preciso ficar sempre atento.
