Desde que a Marvel começou a sua jornada de séries de TV pelo Disney+, com WandaVision, a pergunta dos fãs tem sido sempre a mesma: e aí, vai ter segunda temporada? No caso da própria WandaVision e de Falcão e o Soldado Invernal, a resposta acabou sendo um sonoro "não", já que os protagonistas das séries seguirão suas histórias no cinema, e não na TV. Mas e Loki, que estreou o seu primeiro episódio hoje (9)?
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Bom, a resposta oficial sobre uma segunda temporada das aventuras do deus do trapaça ainda é inconclusiva. O roteirista Michael Waldron disse em entrevista que "só o tempo vai revelar" se há mais histórias para contar no futuro do personagem. Mas, se você nos perguntar, Loki na verdade é a série da Marvel que mais se presta ao formato televisivo tradicional de múltiplas temporadas no ar, por dois motivos bem simples.
Loki não pode voltar à sua linha do tempo
Nos dois primeiros episódios de Loki, assistidos pelo Omelete, uma coisa ficou clara: as coisas nunca mais serão as mesmas para o irmão de Thor. Como a série explica, quando Loki (Tom Hiddleston) roubou o Tesseract em Vingadores: Ultimato, ele criou uma divergência na Linha do Tempo Sagrada - ou seja, no caminho que tudo e todos no universo estão destinados a seguir.
Por seu "crime", Loki é preso pela AVT (Autoridade de Variância do Tempo) e quase eliminado - só mesmo a intervenção do agente Mobius (Owen Wilson), que acredita que o asgardiano pode ajudá-lo a resolver um caso, impede que isso aconteça. No entanto, nem Mobius consegue prometer para Loki que um dia ele será capaz de retornar à sua linha do tempo, mesmo porque isso causaria um paradoxo de virar a cabeça, né?
Com o protagonista preso, portanto, às dependências da AVT e às eventuais missões em que pode embarcar, é improvável que a série faça por Loki o que WandaVision fez pela Feiticeira Escarlate, por exemplo - isto é, desenvolva a sua história até certo ponto para depois reintegrá-la a um dos filmes do MCU.
Loki é a True Detective da Marvel
A barba mal feita, o terno surrado e a gravata fininha de Owen Wilson não enganam: em Loki, ele interpreta um detetive. Um detetive de crimes temporais criado por entidades alienígenas misteriosas, é verdade, mas ainda assim um detetive. E Loki é, de forma muito convicta até, uma série de investigação.
Enquanto o deus da trapaça e seu novo "mentor" viajam pelas eras a fim de encontrar a anomalia temporal que está deixando um rastro de morte em seu caminho, a série se acomoda confortavelmente em um clima de thriller detetivesco prestigioso, à la True Detective ou até a recente Mare of Easttown. Como nelas, a possibilidade de continuação dessa história é óbvia.
Loki poderia facilmente ser estendida com temporadas em que o protagonista e Mobius investigam casos diferentes, tudo enquanto a jornada de "redenção" do asgardiano se desenrola e descobrimos mais sobre os tais Guardiões do Tempo e a AVT. Não é má ideia, né?