Música

Crítica

Adele - 25 | Crítica

Cantora tem desempenho colossal em disco lapidado para fazer sucesso

20.11.2015, às 10H05.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H24

Se tudo correu bem até aqui no plano de Adele, “Hello” é a música que – há dias – não consegue sair da sua cabeça. Pois prepare-se: 25 chegou. E chegou chegando, com dois pés no peito, repleto de candidatas aos maiores hits de 2016.

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Os fãs – e a indústria fonográfica – podem respirar aliviados. 25 é tudo que todo mundo esperava. E está espetacular.

Acredito que muita gente devia estar se perguntando como ela iria manter o fenômeno que foi 21. Mas ninguém fez mais essa pergunta do que a própria Adele. Não consigo imaginar a angústia que deve ser, para um artista, se ver diante do dilema de ter que se superar depois de ter feito um dos discos de maior sucesso dos últimos tempos. Mas Adele resolveu não se intimidar e, segundo ela mesma revelou num recente post no Facebook, deixou “a vida acontecer”.

Foi esperta: deixou todo mundo sedento por um disco novo e usou esse tempo não apenas para aguçar a ansiedade dos fãs, mas para fazer um trabalho que realmente fosse digno de tanta espera. Foi uma manobra arriscada – afinal, quanto mais demora, mais expectativa – mas ela voltou para compensar.

Só para relembrar algumas conquistas impressionantes de Adele: ela foi a segunda artista da história a emplacar dois hits ao mesmo tempo ("Rolling In The Deep" e "Someone Like You") entre os Top 5 da parada oficial britânica (feito que só tinha sido conseguido pelos Beatles em 1964); o álbum 21 foi o disco de uma artista feminina a ficar mais tempo em 1º lugar nas paradas britânica e americana; ela foi a primeira mulher da história a ter 3 singles simultâneos entre os 10 primeiros na parada da Billboard Hot 100. E isso só para citar algumas.

Não dá pra saber se 25 vai quebrar esses recordes, mas o que dá pra afirmar é que ele foi lapidado para estourar. Está tudo lá: as canções de arrepiar e dilacerar a alma, as letras ásperas e diretas que embalam elegantes melodias, a produção límpida e impecável em cada nota, os refrões explosivos que pedem pra você cantar junto. E, claro... AQUELA voz.

A performance de Adele é colossal, deixando a gente com vontade de levitar ouvindo o disco. 25 traz o mesmo clima e o mesmo tom de 21, mas com uma camada extra de preciosismo. Parece que todo cuidado foi pouco para garantir que o sucessor do fenômeno de quatro anos atrás mantivesse o mesmo nível. E o resultado é majestoso.

"Hello" já está impregnada em nossas mentes, e o disco promete mais alguns petardos no mesmo sentido. "I Miss You", "Send My Love To Your New Lover" e "Remedy" também vão ficar tocando na sua cabeça sem parar. "All I Ask" é poderosa: grande balada, dramática, de tirar o fôlego.

O mais legal é ver como Adele está confiante. Apesar de ter dito em várias entrevistas que vinha sentindo uma certa insegurança e um certo medo de não conseguir superar 21, o que ela mostra no disco é justamente o oposto. E isso está claro em cada sílaba que ela canta.

Adele não veio para brincar. Se o disco novo vai se tornar tudo o que se espera dele, só o tempo vai dizer. Mas hoje, no lançamento de 25, estamos todos testemunhando uma grande artista em seu auge. Adele está pronta para explodir novamente.

Nota do Crítico
Excelente!

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