Indicado a 10 estatuetas no Oscar 2025, incluindo Melhor Filme e Melhor Ator para Adrien Brody, O Brutalista acompanha décadas da vida do arquiteto húngaro László Toth, um genial praticante da arquitetura brutalista que, após sobreviver os campos de concentração do Holocausto, parte para os Estados Unidos em busca de um recomeço e é comissionado pelo magnata Harrison Van Buren (Guy Pearce) para construir obras titânicas. Trata-se de uma história real?
O Brutalista é uma história real?
Estruturado quase como uma cinebiografia, O Brutalista até parece algo que seria uma história real, mas a verdade é que o filme é completamente fictício. É verdade que arquitetos judeus como Tóth foram vítimas do holocausto e alguns deles podem até terem ido aos EUA depois da Segunda Guerra Mundial, mas este László foi totalmente inventado pelo diretor Brady Corbet e a roteirista Mona Fastvold.
O que não quer dizer, claro, que o filme não é inspirado em figuras reais. A designer de produção do filme, Judy Becker, citou o influente arquiteto Marcel Breuer como principal referência para o estilo da arte de László. Breuer é o responsável pelo museu de arte moderna Met Breuer em Nova York. Em termos da história, porém, talvez a melhor comparação seja com Ernő Goldfinger. Também húngaro e judeu, ele fugiu dos nazistas durante a guerra, mas ao invés de partir para os EUA, Goldfinger continuou seu trabalho no Reino Unido.
Agora, se você pesquisar László Toth no Google, provavelmente encontrará uma figura bem importante. Conheça mais sobre o verdadeiro László Toth abaixo.
Quem foi o verdadeiro László Tóth?
O verdadeiro Lászlo Toth
Há um László Tóth que ficou conhecido mundialmente. Ele era húngaro, mas não era arquiteto e nem passou pelo que o László do filme passa. Este László Toth era um geólogo que, 21 de maio de 1972, entrou para a história ao vandalizar a Pietà de Michelangelo, na Itália, com um martelo. Ele não foi preso, mas passou dois anos hospitalizado porque sofria de distúrbios mentais. Tóth acreditava que era o Cristo, e tentou até convencer o Papa disso através de cartas.
Qual a relação do verdadeiro László Tóth com O Brutalista?
Duas coisas imediatamente chamam a atenção na história do verdadeiro László Toth. Primeiro, claro, é o nome, que é igual ao do arquiteto vivido por Adrien Brody. A segunda é que a Pietà de Michelangelo foi esculpida com mármore de Carrara, na Itália. É para lá que o László do filme e Van Buren vão em busca de um bloco do material que servirá para a peça central da obra que o arqutiteto está construindo para o Americano.
Seria essa uma forma de Corbet e Fastvold falarem do contraste entre destruição (já que o Tóth real vandalizou uma obra) e construção (já que o Tóth do filme está criando algo)? Parece um tema típico desse filme, mas a verdade é bem mais comum:
"László Toth na Hungria é um nome realmente comum, como John Smith nos EUA," Corbet respondeu ao Omelete durante entrevista. Pense em algo como João da Silva no Brasil. "É uma coincidência extraordinária, apesar de ser bem poética, especialmente por causa do fato de que o filme obviamente viaja para as pedreiras de mármore em Carrara, e foi filmado especificamente na pedreira de mármore onde a Pietá foi esculpida."
"Foi apenas um acidente feliz," esclareceu o diretor. "Há milhões deles."
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