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Guardiões da Galáxia 2 | Afinal, quem é Adam Warlock

Explicamos a origem e a importância do "Jesus Cristo da Marvel"

27.04.2017, às 16H30.
Atualizada em 06.03.2019, ÀS 15H09

Originalmente previsto para aparecer em Guardiões da Galáxia Vol. 2, Adam Warlock, um dos nomes mais importantes do universo cósmico da Marvel Comics, ficou para depois. Segundo o diretor James Gunn, o personagem estava no primeiro tratamento do roteiro mas foi excluído nas versões posteriores. As fundações para a chegada de Warlock ao cinema estão criadas, confira quem é o "Jesus Cristo da Marvel":

Nascimento

Adam Warlock foi apresentado na HQ do Quarteto Fantástico em 1967. Era a experiência de laboratório de um grupo de cientistas chamado Enclave. "Ele", como era chamado, sem um nome próprio, foi feito para ser a criatura perfeita e mais lógica, símbolo do objetivismo, num local chamado A Colmeia, e mesmo no seu casulo já percebeu as más intenções do experimento, então quando "Ele" vem à luz decide matar os cientistas, sem remorso.

Morte prematura

Como "Ele" não tem passado, infância ou relações parentais, falta-lhe maturidade e limites. A criatura se teleporta para o espaço e encontra o Quarteto Fantástico e Thor. "Ele" quer Sif para ser seu par, e acaba morto pelo Deus do Trovão. Essa primeira participação do personagem nas HQs foi breve porque seu cocriador Jack Kirby - o pai do Quarteto e do Universo Marvel ao lado de Stan Lee - estava de saída da editora, e "Ele" é a última criação inédita de Kirby em Fantastic Four antes da saída.

Segundo pai

Aí entra o Alto Evolucionário. Esse personagem era originalmente um estudante de genética que seguiu os passos de Nataniel Essex (o futuro Sr. Sinistro) no começo do século 20. Depois de quebrar o código genético dos animais e ganhar poderes para evoluir e involuir a si mesmo, o Alto Evolucionário resolveu criar a Contra-Terra, um lugar que seria o Paraíso. O Homem-Fera, porém, corrompeu o processo e o mundo se tornou imperfeito. O Alto Evolucionário então encontra Warlock e o revive, dando-lhe na testa a joia da alma, para combater o Homem-Fera.

O Cristo da Marvel

Essas ideias (Warlock como uma figura messiânica no Paraíso, e o Homem-Fera como um anjo caído semelhante ao diabo) foram pensadas pelo roteirista Roy Thomas em Marvel Premiere #1, de 1972, inspirado no que Andrew Lloyd Webber fez com o musical Jesus Christ Superstar em 1970. A HQ em oito edições apresentava Warlock como "um homem deus renascido", que no embate com Homem-Fera é crucificado e ressuscita com seus próprio poderes, como Cristo. Na HQ, Warlock ganha o poder de sentir almas pelo universo e atraí-las para uma dimensão contida dentro da própria joia do infinito.

Joia sedenta

Em 1975, Jim Starlin resolveu contar a história de um messias que se torna paranoico esquizofrênico. Aí entra a Igreja Universal da Verdade, comandada por uma versão alternativa malvada de Warlock do futuro, Magus, também de posse da joia da alma. Thanos já tinha sido criado por Starlin antes e rapidamente se tornou o vilão dessa série, porque cobiçava as joias e cria Gamora para ser o assassino de Magus. Adam Warlock enlouquece quando percebe que a joia da alma tem vontade própria, está sedenta por almas e não pode ser removida. A sugestão é que Adam viraria Magus ao enlouquecer com a joia.

Contra Thanos

Criador de Thanos, Pip e Gamora, Jim Starlin terminou essa história envolvendo Magus com impacto, resultando nas mortes de Pip, Gamora, Thanos e Warlock. Uma década depois, ele voltou à Marvel e também a esses personagens - cujas almas ficaram guardadas na realidade interna da joia do infinito, justificando suas ressurreições - para então contar a história da Manopla do Infinito e da busca de Thanos pelas gemas, que novamente oporia Adam Warlock ao titã.

A luta pela Manopla

A história de como Thanos coleta todas as joias do infinito é contada em arcos que começam na HQ do Surfista Prateado, até resultar na minissérie Infinity Gauntlet, em 1991. Nela, Nebulosa tem papel fundamental, assim como Adam Warlock; é ele quem guia os heróis da Terra que não haviam sido mortos na primeira onda de dizimações quando Thanos reúne as joias. No fim da história, apesar de receber conselhos contrários, Warlock pega a Manopla para si quando Thanos é finalmente derrotado.

Guerra Infinita

Na continuação da saga Infinity Gauntlet, Infinity War, Adam Warlock se divide entre bem e mal para se tornar um ser de pura lógica e, assim, não ser corrompido pelo poder das joias. Porém, o lado mal de Warlock se torna Magus, que deseja conquistar o universo e se vingar Thanos. A HQ envolve muita coisa que foi apenas sugerida no cinema, como o Tribunal Vivo (que decide que as gemas nunca mais podem ser usadas combinadas no nosso universo) e a entidade Eternidade, que Magus ataca quando cria uma realidade interdimensional para gestar um exercito de duplos malvados de heróis da Terra.

Pós-Guerra Infinita

As histórias de Adam Warlock terminaram bastante associadas ao nome do roteirista Jim Starlin, que depois de Guerra Infinita ainda escreveu mais uma minissérie envolvendo um grupo que Warlock cria para manter as joias separadas (do qual faziam parte Drax, Gamora e Pip). Ao fim dos anos 1990, Warlock morre novamente, e costuma reaparecer em especiais e minisséries quando Starlin trabalha com a Marvel, sempre envolvendo os temas de Thanos e das joias do infinito.

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