A reestruturação do Ministério da Cultura, os principais feitos dos 100 primeiros dias de governo Lula no setor e as grandes metas da pasta para os próximos anos foram temas do primeiro painel do Rio2C nesta quarta-feira (12).
No evento, voltado para profissionais do audiovisual e do entretenimento, o secretário executivo do MinC, Márcio Tavares, destacou o investimento de 160 milhões em editais para o período de 2023 a 2025, voltados sobretudo para as regiões Norte, Sul e Nordeste, que recebem menos recursos da Lei Rouanet.
Segundo Tavares, a descentralização de recursos é uma prioridade. "Temos desafios imensos na agenda politica, a partir do mês que vem, a gente começa a implementar a lei Paulo Gustavo, a lei Aldir Blanc, a fazer os recursos chegarem na ponta. Queremos fazer isso sempre em diálogo com a comunidade cultural e a sociedade civil, com o Minc de portas abertas", afirmou.
Tavares citou ainda outras medidas do ministério, como a liberação de 1 bilhão em chamadas públicas no Fundo Setor do Audiovisual, o Edital Carolina Maria de Jesus, que estimula a produção literária, e o Edital Ruth de Souza do Audiovisual, que apoia a realização de longa-metragens. Também entrou na lista a gestão compartilhada do Cais do Valongo, região de grande importância histórica no Rio de Janeiro.
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O secretário celebrou as iniciativas para fomento e preservação, especialmente depois dos anos de "descredibilização e criminalização do setor" durante o mandato de Jair Bolsonaro.
"Hoje o Brasil volta para uma agenda global e temos oportunidade de projetar pro mundo o talento e a criatividade da nossa diversidade regional e étnico-racial. A gente precisa ter políticas assertivas para que a gente possa, pelas janelas de exibição internacional, mostrar esse Brasil, que é o Brasil pelo qual o mundo está sedento [de ver] de volta", disse. "O MinC voltou, voltou inclusive a participar desses grandes eventos. A cultura voltou. Que sejam quatro anos de muitos avanços para todos nós."
A secretária do Audiovisual, Joelma Gonzaga, que deveria participar do painel, teve um mal-estar e se ausentou do evento. Marcos Souza, Secretário de Direitos Autorais e Intelectual do MinC, destacou que a SAV agora tem duas diretorias, voltadas para fomento e preservação. Entre algumas das medidas já implementadas está o novo contrato de gestão da Cinemateca Brasileira.
Ele também pontuou outra questão que está no horizonte do órgão: a garantia de direitos de exibição pública para criadores audiovisuais, em um modelo semelhante ao que já acontece no segmento musical. "É preciso regular o mercado, para benefício de todos", afirmou.