Show do Dream Theater no Rock in Rio 2022

Créditos da imagem: MAURO PIMENTEL / AFP

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Rock in Rio: Dream Theater escolhe setlist enxuto em show tecnicamente impecável

Banda encerrou o Dia do Metal do Rock in Rio

Omelete
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03.09.2022, às 09H28.
Atualizada em 04.09.2022, ÀS 09H05

Com um atraso de quase 30 minutos, o Dream Theater entrou no Palco Mundo do Rock in Rio com o desafio de encerrar o primeiro dia de festival. Inicialmente, o line-up traria o Iron Maiden como a banda de encerramento da noite, mas, assim como em 2019, os britânicos pediram a alteração na ordem das apresentações, deixando essa responsabilidade para o quinteto norte-americano. Ótima pedida para o Iron e nem tanto para o Dream Theater. Isso porque o público se mostrava totalmente esgotado após o show enérgico de Bruce Dickinson e banda, com a maioria sentada ou deitada no gramado, mexendo no celular ou conversando.

Logo quando as primeiras notas de "Pink Soldiers", música de Jung Jae-Il que usualmente abre a turnê Top of The World, começaram a tocar, aqueles que não são fãs sequer se deram conta, e não foi vista aquela euforia do público se aproximando e se levantando para assistir.

"The Alien", música ganhadora do Grammy de Melhor Performance de Metal, foi a escolhida para dar início ao setlist. Embora a pedida tenha sido acertadíssima, a entrada do vocalista James LaBrie foi tímida, sem um "boa noite" ou interação com o público, o que fez com que ele sequer fosse ovacionado pelos presentes, como usualmente ocorre nos shows do festival. Mesmo sem alarde, os fãs que esperavam pelo retorno do quinteto aos palcos cariocas desde 2019 pareciam hipnotizados pela performance.

Na sequência, a banda trouxe "6:00", do álbum Awake, sempre com uma técnica impecável. As imagens do telão também eram um espetáculo: alternando entre a psicodelia e o surrealismo, elas ficavam perfeitamente coordenadas com o som, gerando um espetáculo auditivo e visual. "Endless Sacrifice" veio na sequência como uma aula de metal progressivo, com destaque para a entrega de Jordan Rudes no solo de teclado, um dos momentos mais altos do show e que sem dúvida emocionou os fãs mais fiéis. Logo em seguida, a banda iniciou "Bridges in the Sky", do álbum a Dramatic Turn of Events, de 2011, outro tiro certeiro que fez com que o público vibrasse com os riffs do guitarrista John Petrucci.

O grupo mostrou integração total durante "Invisible Monster". A escolha da faixa do álbum mais recente, A View From The Top Of The World, talvez não tenha sido a mais acertada, devido ao setlist enxuto escolhido para o festival, que deixou de fora músicas aguardadas como "The Ministry of the Souls" e "About to Crash". O sucesso "The Count of Tuscany" encaminhou a apresentação ao fim, com seus virtuosos 19 minutos, e voltou a empolgar a plateia que batia cabeça e parecia não acreditar estar ouvindo a obra ao vivo -- isso porque a canção ficou de fora dos setlists do Dream Theater por anos para retornar agora na turnê de 2022.

Após uma breve pausa, o bis veio com nada mais nada menos que "Pull me Under", uma das mais aguardadas e celebradas. Inegavelmente, o grupo demonstra uma técnica das mais refinadas, que faz jus aos quase 40 anos de existência da banda, porém é impossível ignorar que, após quase 1h e meia de apresentação, a voz do vocalista LaBrie já dava sinais de desgaste, chegando a falhar em momentos importantes. Ainda assim, o músico deu o seu melhor até o último segundo, se despedindo carinhosamente do palco com um "thank you, Rio".

Setlist:

Alien
6:00
Endless Sacrifice
Bridges in The Sky
Invisible Monster
The Count Of Tuscany

Bis:
Pull Me Under

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