Sepultura in Concert no Rock in Rio 2022

Créditos da imagem: Divulgação/Rock in Rio

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Sepultura levanta público do Rock in Rio com mistura de clássico e heavy metal

Show teve protesto do público contra Bolsonaro

Omelete
3 min de leitura
02.09.2022, às 19H47.
Atualizada em 02.09.2022, ÀS 20H11

Em um festival que leva rock no nome, música clássica significa uma obra erudita ou um hino do heavy metal? As duas respostas estão mais do que corretas, como mostrou o show Sepultura in Concert, que inaugurou o Palco Mundo no primeiro dia do Rock in Rio 2022, nesta sexta-feira (2). Acompanhada da Orquestra Sinfônica Brasileira, a banda mineira cumpriu com louvor a missão de levantar o público sempre fervoroso do Dia do Metal com um espetáculo inédito, concebido exclusivamente para o evento.

A parceria com a OSB, regida pelo maestro Eduardo Pereira, trouxe sabor de novidade ao show que o Sepultura começou a apresentar este ano para divulgar Quadra, seu 15° álbum de estúdio, lançado em 2020. No festival, compositores como Igor Stravinsky, Ludwig van Beethoven e Antonio Vivaldi ganharam destaque no repertório ao lado de faixas do trabalho mais recente do grupo. Mas os fãs mais antigos não têm do que reclamar: sucessos de outras fases da carreira da banda também tiveram vez e deixaram o coração dos metaleiros de longa data quentinho.

"Riot at the Rite", de Stravinsky, abriu a apresentação. Logo em seguida, o Sepultura mostrou a força de suas letras e melodias com a sequência "Roots Bloody Roots", "Kairos" e "Machine Messiah", além das instrumentais "Ludwig Van" e "Kaiowas".

Durante "Valtio", executada apenas pela orquestra, o público parecia hipnotizado pelos sons de harpa e violoncelo, mas logo surge em cena o vocalista Derrick Green anunciando o próximo número, "Agony of Defeat", e lembrando que seu vozeirão também é um poderoso instrumento. O bloco termina com um hit dos anos 90, "Refuse/Resist", cantado a plenos pulmões na Cidade do Rock.

Nesse momento, Andreas Kisser faz uma pausa para agradecer publicamente aos músicos convidados por uma apresentação tão especial. "Foi um trabalho sensacional de ensaios. Vocês são foda. É um momento inesquecível na nossa carreira, muito obrigado", disse o guitarrista, antes de revelar o próximo compositor clássico homenageado: Vivaldi.

Foi a senha para o público gritar, animado, o coro de "Violino, Violino" com a mesma empolgação com que gritava o nome do próprio Sepultura nos intervalos entre uma canção e outra, demonstrando que a música clássica - erudita ou não - estava em casa. Em outro momento do show, a plateia também deu o seu recado político num protesto contra o presidente da República, gritando "Ei, Bolsonaro, vai tomar no c*".

Os acordes de "Guardians of Earth" encerraram o espetáculo, nada menos que a oitava participação do Sepultura na edição brasileira do Rock in Rio, evento em que bate ponto desde 1991.

Em outras ocasiões, a banda também fez colaborações com outros artistas e já se apresentou com o grupo francês Les Tambours du Bronx (em 2011 e 2013) e Zé Ramalho (em 2013). O grupo ainda se apresentou nas edições do festival em Lisboa e nos Estados Unidos.

Setlist

Riot at the Rite (Igor Stravinsky cover)
Roots Bloody Roots
Kairos
Machine Messiah
Ludwig Van
Kaiowas (Extended; with Drum solo by Eloy)
Valtio
Agony of Defeat
Refuse/Resist
Guardians of Earth

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